Florianópolis já é a capital que mais recicla e nesta Semana do Meio Ambiente implantou a seletiva flex, coleta de porta em porta em quatro frações: recicláveis secos, só vidro, orgânicos compostáveis e rejeito. “Somos a única cidade no Brasil a fazer esse tipo de coleta, só se vê na Europa”, situa o secretário municipal Fábio Braga.
Na terça, primeiro dia da coleta seletiva flex, foi coletada uma tonelada de restos de alimentos nos 103 condomínios cadastrados no Itacorubi. Hoje, primeiro dia da coleta exclusiva de vidro, foram recolhidas 3,5 toneladas. “Os condomínios do Itacorubi estão de parabéns, responderam muito bem ao desafio de melhorar a pegada ambiental da cidade”, elogia o secretário. ”Adquiriram contentores adequados para vidro e orgânicos, instruíram seus moradores e zeladoria, começamos a rodar valendo já”, anima-se.
Resultados na largada
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) trabalhou na sensibilização dos condomínios e o resultado em termos de quantidades não poderia ser melhor, avalia o superintende de Gestão de Resíduos, Ulisses Bianchini.
“Ainda temos de avançar muito na segregação dos resíduos, mas isso vai ocorrer com a adesão e esclarecimento dos moradores”, confia a gerente da Coleta Seletiva, Tamara Gaia. Na coleta de vidros, por exemplo, não podem ser colocados utensílios de cerâmica, porcelana e lâmpadas. Na de orgânicos, não pode haver plásticos nem lixo sanitário.
Engajamento dos condomínios
Rogério Feyh, síndico do Residencial São Jorge, disse que houve um trabalho conjunto dos síndicos da quadra, na Avenida Itamarati, para garantir adesão à nova coleta seletiva flex. “Algumas pessoas ainda têm dificuldades para entender a diferença entre orgânico compostável que pode ser recuperado e o rejeito que vai para aterro sanitário, vamos trabalhar para esclarecer em cada domicílio”, garante ele.
O zelador do Residencial Solaris Vitor Dorneles também é entusiasta do novo modelo de coleta em quatro frações separadas. “Facilita muito, evita bichos, baratas, mau cheiro e dá destino final adequado aos resíduos. É uma experiência superimportante. Moramos numa ilha abençoada e temos de cuidar do lixo para continuar essa beleza aí”, ensina ele.
Renato Borges, zelador do Residencial Costa Sul, aprovou a adesão porque sente-se “colaborando com natureza e aprendendo cada dia mais”. E também porque a coleta seletiva flex facilita o trabalho. “Depois de tudo organizado fica bem melhor.” A maior dificuldade de zeladoria, aponta, era com vidros. Os usuários colocavam lâmpadas e pratos de cerâmica obrigando-os a fazer a seleção antes de levar aos pontos de entrega volutária (PEVs). Agora com contentores exclusivos de vidro, coleta na porta e com indicações bem visíveis, ele aposta que os condôminos vão separar melhor.
Para Aretuza Fernandes Wernz Basso, síndica do Costa Sul, é “uma surpresa muito feliz” participar da coleta seletiva flex. “Era um sonho antigo ativar a coleta dos resíduos orgânicos para compostagem. A Comcap está dando todo apoio com material e divulgação e estou surpreendida porque pelo menos 60% dos moradores já aderiram. Começamos certo já na primeira semana, só faltando alguns ajustes”, aponta ela. O condomínio providencia os sacos compostáveis e baldinhos para as unidades.