A convite da FloripAmanhã, o Cônsul Geral da França, Yves Teyssier d’Orfeuil, visitou o Casarão Aéropostale na manhã desta quarta-feira (17). O objetivo é retomar o processo de restauração do local, uma ideia que não sai do papel há mais de 15 anos. E para isso, a AMAB – Associação em Memória da Aéropostale no Brasil convidou a FloripAmanhã para ser a portadora desse projeto.
O casarão fechado e com aparência de abandono na avenida Pequeno Príncipe, Campeche, no Sul da Ilha, é a única construção com acesso ao público que resgata a memória do serviço aeropostal francês no Brasil. A linha operou, de 1927 a 1931, da Europa até a América Latina passando por 26 cidades, sendo em 11 bases brasileiras. Dessas, a de Florianópolis está entre as mais bem conservadas do mundo.
Pilotos franceses e pescadores ilhéus
A comunidade foi palco de várias aventuras dos aviadores da Companhia entre as décadas de 1920 e 1930, guardando traços da inusitada convivência dos pilotos franceses com pescadores ilhéus. O próprio Saint-Exupéry menciona Florianópolis no livro “Vôo Noturno” (1931). Ele, que foi o mais célebre dos pilotos, ficou conhecido pelos pescadores como “Zeperri” – devido à dificuldade que os moradores, descendentes de açorianos, tinham de pronunciar o sobrenome do francês.
“Como o Casarão está invadido, é necessário um esforço maior da Prefeitura para resolver esse impasse. Mas há uma expectativa de que apoiadores do futuro Centro Cultural possam contribuir para melhorias dos ambientes desocupados. E quem sabe, assim, atividades de aprendizagem relacionadas com a aviação e a história de Saint Exupery possam ser iniciadas em breve.”
Presidente da FloripAmanhã, Salomão Mattos Sobrinho