Permanecendo o atual cenário que se desenha para 2026, assim como a corrida para o governo do Estado, a disputa ao Senado também terá poucas candidaturas. Até o momento há quatro possíveis chapas de disputa: uma liderada pelo projeto de reeleição de Jorginho Mello (PL), outra por João Rodrigues (PSD), uma terceira pelo PT – muito possivelmente com Fabiano da Luz – e a candidatura de Afrânio Boppré (PSOL). Dois projetos de direita e dois de esquerda.
A tendência é que esse quadro se confirme no ano que vem, talvez com mais uma ou outra candidatura nanica. Diferente de outros anos, quando tivemos uma profusão de candidaturas de direita e centro, em 2026 haverá um enxugamento nesse campo. Muito por conta das lavadas de voto que candidaturas de centro-direita tiveram nas últimas eleições, como é o caso do MDB, que foram arrasadas por projetos ligados ao bolsonarismo.
É justamente o fato de Santa Catarina ser o Estado mais bolsonarista do País que limpou o ringue, levando à disputa em 2026 apenas duas candidaturas de direita, ambas aliadas ao “mito”, que são Jorginho e João. Os demais partidos cansaram de apanhar. Partidos tradicionais como PP e MDB contentam-se em receber migalhas em troca da composição para continuarem vivos.
E é com nesse molde que os projetos ao Senado deverão se adequar. Considerando essas quatro candidaturas, serão apenas oito nomes disputando as duas vagas que se abrem no Senado em 2026 para Santa Catarina. A tendência é que os quatro nomes ligados aos projetos de direita disputem a ponteira. Inclusive o eleitor poderá votar em um nome ligado a Jorginho, por exemplo, e o segundo voto dar a um nome ligado a João Rodrigues. Mais do que nunca uma chapa harmônica e fechada será fundamental para consolidar a fidelidade do eleitor evitando a fuga de votos.
Carlos, o novo ingrediente
É nesse cenário que o ex-presidente Bolsonaro pretende impor a candidatura do seu filho, Carlos Bolsonaro, que atualmente é vereador no Rio de Janeiro, onde mora. A ideia é que o filho fixe moradia em SC e concorra a uma das vagas ao Senado pelo Estado.
Em entrevista nesta semana ao site Poder 360, o pai voltou a falar do assunto, dizendo que a estratégia é fazer a maior parte do Senado Federal. Porém, se for analisar friamente, é desnecessário Carlos em SC, uma vez que a tendência de o eleitorado direitista catarinense eleger dois senadores de direita com Carlos ou sem Carlos não muda em nada.
Números favoráveis
Fato é que Carlos Bolsonaro tem plenas condições de se eleger Senador por Santa Catarina, queira ou não queira a Fiesc, o ND Mais (que recentemente fez uma campanha aberta contra a pré-candidatura) ou quem quer que seja. E não sou eu que digo isso, são os números.
Isso ficou mais que evidente em números apresentados pelo Instituto Neokemp que revelou que 34,7% dos eleitores catarinenses votariam em Carlos Bolsonaro (PL) se a eleição para o Senado fosse hoje.
Os números foram divulgados pelo próprio site de ND Mais, talvez numa tentativa de desacreditar o projeto. Porém, os próprios dados são favoráveis, uma vez que mostram que apesar de revelar que 52,2% disseram que não votariam no filho do ex-presidente, outro percentual de 13,1% afirmou que talvez votaria. Isso dá uma probabilidade de votação de 47% do eleitorado catarinense.
É muita coisa, ainda mais numa eleição com duas vagas, ou seja, com a força do segundo voto, que pode aumentar ainda mais o potencial de voto de Carlos Bolsonaro. Muito eleitor de direita pode até ter outro candidato como preferencial, porém, dar o segundo voto para Carlos. A pesquisa mostra que a bolha bolsonarista já abraçou o filho de Bolsonaro. O projeto terá apenas que atrair o eleitor de direita mais independente.
Mas, não se engane…
Esse percentual de 34,7% dos eleitores que se manifestaram propensos em votar em Carlos Bolsonaro poderia ser muita coisa em eleições passadas. Basta pegar os dados que mostram que SC elegeu senadores com percentual bem menor, na casa até dos 20% dos votos.
Porém, isso aconteceu em cenários com múltiplas candidaturas, pulverizando os votos em vários nomes. Nesse desenho para 2026 com poucas candidaturas, o corte dos eleitos será de votações mais expressivas. Talvez na casa acima dos 30%, número que Carlos Bolsonaro já ostenta, como mostra a pesquisa. Mas, eleição é eleição. Ainda mais quando se adiciona açúcar no feijão.
Chapa pura
O cenário hoje é que a chapa de reeleição de Jorginho Mello (PL) terá uma nominata pura liberal para o Senado, com Carlos e a deputada federal Carol De Toni, que já está com o projeto bem adiantado, sendo praticamente impossível demovê-lo.
Amin ao Senado é uma condicionante
Nesse cenário com poucas candidaturas merece um olhar atento o projeto de reeleição do senador Esperidião Amin (PP). O agora União Progressista condicionou o nome de Amin na chapa majoritária, prioritariamente o Senado, como o principal critério para fechar apoio ou a Jorginho ou a João. Contudo, se for analisado friamente, Amin é um político com certo desgaste e me parece com pouco gás para buscar mais um mandato ao Senado.
Desgaste natural
O enfraquecimento da família Amin já vem de algumas eleições. O eleitor já mandou pra casa tanto o filho, João, quanto a mãe, Ângela. Esperidião se elegeu em 2018 surfando na onda Bolsonaro, num momento em que não existia um nome forte do bolsonarismo concorrendo. Tanto que esse nome seria de Lucas Esperaldino, ainda um desconhecido, que ficou em terceiro lugar atrás de Amin e de Jorginho. Aquela também foi uma disputa com inúmeros candidatos de direita e centro-direita. Diferente do que se avizinha em 2026.
Identificação com o eleitor
Outro ponto que o projeto Amin senador em 2026 deve levar em conta é o fato de que neste momento o Bolsonarismo tem nomes muito identificados no Estado, como Carol de Toni, Júlia Zanatta, sem falar em mais Carlos Bolsonaro.
Não que Amin não seja um nome de direita e de confiança de Bolsonaro. É com certeza um ícone da direitona nacional. O problema é que a conexão sua com esse novo eleitor direitista é fraca. Esse novo eleitor de direita se conecta mais com políticos midiáticos e mais radicais.
Um novo nome
E se o União Progressista buscar um político mais jovem, mais conectado com a nova política para ofertar na disputa ao Senado. Talvez levasse mais vantagem, até na busca pelo segundo voto. Amin poderia ser um suplente ao Senado na Chapa, ou até disputar uma vaga a deputado federal ou mesmo estadual.
O nome da esquerda
Pela esquerda o nome mais forte que se comenta ao Senado é do presidente do Sebrae, Décio Lima (PT). É difícil que ele dispute o Governo novamente, abrindo essa função a novas lideranças. Nos bastidores fala-se até em articulação em nível nacional para descarregar votos até da campanha de João Rodrigues com o objetivo de evitar a eleição de uma bancada ao Senado do PL em SC. Em política meus amigos, nada é impossível.
Negado
Atendendo a solicitação de moradores, o vereador Afrânio Boppré (PSOL) tentou aprovar a realização de uma reunião ampliada na Câmara da Capital para discutir sobre impactos gerados pela implantação de um Atacadão que pretende-se implantar no bairro Campeche, mais precisamente na rótula da rodovia SC-405. A proposta foi rejeitada pela maioria dos vereadores.
Caos na Dibea
A Dibea de Florianópolis vive uma verdadeira situação de caos. Há muitas ingerências no departamento responsável pelo bem-estar animal. Informações inclusive de superlotação de cães no local, que não comporta a população atual. A administração municipal está estudando outras formas de ampliar o atendimento. O Ministério Público instaurou procedimento de investigação.
PSD articula eleições em almoço na Alesc
Em meio à movimentada agenda de ontem na Alesc, um almoço de quase três horas na Presidência da Casa reuniu o presidente Júlio Garcia com os vereadores florianopolitanos Ricardo Pastrana, Gui Pereira, Rafael de Lima e Pri Fernandes. Em pauta, projetos de interesse dos vereadores, composição partidária local e as eleições de 2026.
Gui e Pri colocaram seus nomes à disposição do PSD para o pleito, enquanto Pastrana avalia se disputa uma vaga na Alesc ou Câmara Federal. O encontro contou também com o prefeito de Chapecó e pré-candidato ao governo, João Rodrigues, o presidente estadual do PSD, Eron Giordani, e o chefe de gabinete Carlos Eduardo Mamute.

O grupo reafirmou apoio às pré-candidaturas de João Rodrigues ao Governo do Estado e de Júlio Garcia à Câmara Federal. Eles voltam a se reunir hoje no lançamento da EFAPI, às 19h30, no Hotel Majestic.
Cobalchini na OAB
O presidente da Câmara Municipal de Florianópolis, vereador João Cobalchini, participou nesta terça-feira (15) do debate Os Desafios do Poder Legislativo no Século XXI, promovido pela OAB/SC. Ao lado do presidente da Alesc, o deputado Júlio Garcia, Cobalchini explanou sobre a experiência de presidir o parlamento municipal e as ações que são desenvolvidas em prol da população.
O presidente ressaltou a importância da política no processo de evolução da sociedade. “Nós precisamos cada vez mais fazer o resgate da confiança da sociedade na política. É necessário construir pontes entre o presente e o futuro para que a democracia prevaleça e que os homens públicos possam agir sempre com responsabilidade”, disse.

Kita Xavier cumpre agenda com lideranças do PSD em SC e SP
Na tarde de segunda-feira (15), o presidente do Crea-SC, Eng. Civil Kita Xavier, na Alesc para uma visita institucional ao presidente da Casa Legislativa, deputado Júlio Garcia. Durante o encontro, foram discutidas pautas relacionadas à valorização da engenharia, desenvolvimento regional e políticas públicas voltadas à área tecnológica.
Já à noite, em São Paulo, Kita se reuniu com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Ambos os encontros reforçaram o reconhecimento de lideranças políticas quanto à atuação técnica e política de Kita. Tanto Júlio Garcia quanto Kassab veem no presidente do Crea-SC um nome preparado e alinhado com os princípios do partido, sinalizando positivamente para uma possível composição nos quadros do PSD.
