Luzes acesas, palco tomado por artistas e poltronas lotadas. Assim foi a noite desta terça-feira (16), quando o Theatro Adolpho Mello, a mais antiga casa de espetáculos ainda em funcionamento em Santa Catarina, celebrou seus 171 anos. Mas, dessa vez, a grande estrela da noite foi o próprio Teatro.
O ponto alto da cerimônia foi a presença de André Luiz Alves, tataraneto de Adolpho Mello, que emocionou o público ao representar a continuidade da história e do legado do violinista, compositor e regente que dá nome ao espaço. “Foi uma emoção imensa estar aqui hoje, vendo a memória do meu tataravô viva nesse palco tão importante para São José e para todo o Estado”, destacou André, em um dos momentos mais aplaudidos da noite.
A cerimônia contou com a presença de autoridades, artistas e pessoas que marcaram a cena cultural josefense e ajudaram a escrever a história do Teatro. No palco, foram lembrados e homenageados alguns desses nomes. Um deles, o artista plástico Plínio Verani, que falou em nome dos homenageados e emocionou o público. “Ser parte da história deste Teatro é uma honra. Cada tijolo, cada lembrança e cada espetáculo aqui guardam um pedaço de todos nós.”
Durante o evento, foi exibido um audiovisual que apresentou a vida e o legado de Adolpho Mello, produzido por Sirlanderson Silva, emocionando a plateia. A professora, atriz e diretora Érica Veiga, responsável pelas oficinas há mais de 30 anos, destacou a importância desse trabalho. “O Theatro é minha casa há três décadas. Aqui eu vi crianças tímidas se transformarem em grandes atores. É muito mais do que um espaço cultural, é um lugar de transformação de vidas.”
O prefeito Orvino Coelho de Ávila destacou a importância do Theatro para as futuras gerações. “O Theatro Adolpho Mello é a alma cultural da nossa cidade. Preservá-lo é garantir que a arte continue a inspirar novas gerações de josefenses.”
Já o secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira, também reforçou o papel histórico do espaço. “Celebrar 171 anos do Theatro Adolpho Mello é reafirmar nossa identidade e nosso compromisso com a arte. Este lugar é patrimônio vivo de São José.”
Para encerrar a noite de gala dos 171 anos, o músico Ney Platt, acompanhado de Wilson Souza e Miguel Ângelo, presenteou o público com um repertório especial, celebrando seus 45 anos de carreira.
Programação segue até novembro
As comemorações começaram na noite de terça-feira (16) e seguem até 2 de novembro, com uma programação intensa e gratuita aberta a toda a população.
Os ingressos podem ser retirados pela plataforma Sympla e na própria Secretaria de Cultura. Entre os destaques, estão seis espetáculos apresentados pelos alunos da Escola de Teatro Adolpho Mell. As turmas de crianças, adolescentes, jovens e adultos sobem ao palco para mostrar o resultado de um ano inteiro de aprendizado e dedicação.
As peças são: “O Ato Final”, “O Menor dos Anjos”, “A Pequena Abelha”, “O Mistério do Coração”, “Uma Noite Encantada” e “Procura-se Amigos Imaginários”.
Homenageados:
Adriano de Brito – ator, produtor cultural, professor da Rede Municipal, ex-vereador e ex-secretário de Cultura.
Charles Colzani – artista, produtor cultural e ex-secretário de Cultura, sempre incentivador da arte josefense. Aos 12 anos, enquanto aluno, já havia se apresentado no palco e, em 1996 estreou profissionalmente nos palcos no Teatro Adolpho Mello. Também foi Diretor do Teatro.
Cícera Regina Martins (Pretinha) – servidora que sempre recebeu com carinho os artistas do Teatro.
Eduardo Luiz Carpes – jovem ator, escritor e diretor, fruto das Oficinas de Teatro do Adolpho Mello.
Gabriel Medeiros – historiador e ator que interpretou Adolpho Mello no documentário exibido na noite.
Guilherme Gonzaga – artista que inspira superação e inclusão.
Instituto Cultural Adolpho Mello – representado por Elizete Lanzoni Alves, criado para preservar a memória do Teatro.
Luzair Lauro Martins – mestre da cultura popular, guardião do Boi de Mamão.
Márcio Rodrigues Gonzaga – ator, diretor e professor de teatro que iniciou sua carreira no Adolpho Mello.
Neriton Valério Martins – artista, professor e produtor cultural.
Ney Platt – músico que, aos 12 anos, tocou seu primeiro solo neste palco.
Osni Antônio Machado (Seu Nini) – historiador e pesquisador da história josefense.
Plínio Verani – artista plástico e criador da estátua de Adolpho Mello que hoje adorna a entrada do Teatro.
Rafael Soares – produtor cultural e carnavalesco.
Renan Ignácio Rita – presidente da Escola de Samba Jardim das Palmeiras, que levou o Teatro Adolpho Mello como enredo em 2023.
Sirlanderson Silva – produtor cultural responsável pelo documentário exibido na noite.
Érica Veiga – professora, atriz e diretora responsável pelas Oficinas de Teatro.
Orvino Coelho de Ávila – prefeito de São José, incentivador da cultura josefense.