Descobrir o câncer de mama no início pode mudar destinos. Mais do que estatísticas, significa dar às pessoas a chance de seguir vivendo suas histórias. Neste Outubro Rosa, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra 45 hospitais universitários federais, adere às novas recomendações do Ministério da Saúde. A partir de agora, quem tem entre 40 e 49 anos também terá acesso à mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Até então, o rastreamento era indicado a partir dos 50 anos. A atualização foi definida porque, segundo o Ministério da Saúde, a faixa etária dos 40 aos 49 anos concentra aproximadamente 23% dos casos de câncer de mama no Brasil. Além disso, houve ampliação da idade máxima para o exame: se antes era recomendado até os 69 anos, agora se estende até os 74 anos. Na Rede Ebserh, 24 hospitais ofertam mamografia, entre eles, o Hospital Universitário professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC). Somente no ano de 2024 foram realizados mais de 54 mil exames nos hospitais da Rede.
O impacto no SUS
A diretora de Atenção à Saúde da Ebserh, Lumena Furtado, afirmou que a Rede está preparada para acolher essa ampliação da demanda, que vai ser pactuada com os gestores do SUS. “A contribuição da Ebserh começa no desafio de fazer a assistência chegar a territórios onde o acesso é difícil. Estamos em todo o Brasil, em capitais e interior. E prestamos não só diagnóstico, mas atendimento ambulatorial e cirúrgico, se necessário”.
A gestora enfatiza que outubro é um mês de intensificação desta discussão e de ações de prevenção, que ocorrem durante todo o ano. “Estamos fazendo mutirões de consulta, exames e cirurgias em quase todos os hospitais da rede”, anuncia. A integração com ensino e pesquisa, segundo ela, proporciona uma formação não só técnica, mas que forma os profissionais no cuidado. “São atendimentos multiprofissionais, que permitem que prestemos uma assistência mais integral, não centrada em uma profissão, mas na pessoa, com psicologia, nutrição e reabilitação também”.
O olhar da paciente
No HU-UFSC, a aposentada Cleci de Lima, de 67 anos, é uma das pacientes que, após se curar do câncer, passou por cirurgia de reconstrução mamária, realizada no início deste mês, e agora segue em acompanhamento. “Sou muito grata, pois desde o início fui muito bem acolhida e muito bem tratada no atendimento do SUS, que é coisa de primeiro mundo”, afirma.
Outubro Rosa
No HU-UFSC, ao longo de todo o mês, estão sendo realizadas cirurgias de reconstrução mamária em ritmo de mutirão. Normalmente, o hospital realiza seis desses procedimentos por mês, mas a meta em outubro é chegar a 20 cirurgias de reconstrução de mama, incluindo procedimentos de média e alta complexidade.
Desde a criação do ambulatório de reconstrução mamária em 2019, o hospital já reduziu o tempo de espera pelas cirurgias. “Na época, havia pacientes aguardando até por 19 anos. Hoje, a espera para cirurgia está abaixo de seis meses e não há fila para consultas”, afirma o cirurgião plástico Ricardo Votto, do Serviço de Cirurgia Plástica do HU-UFSC.
De acordo com o médico, entre as inovações para esse tipo de cirurgia estão as próteses de melhor qualidade, maior durabilidade e outros elementos, como enxerto de gordura, que trazem melhores resultados e maior naturalidade.
Além do mutirão de cirurgias, o Outubro Rosa no HU-UFSC inclui outras atividades. Às quartas-feiras está sendo realizado o Bingo Delas. Nos dias 16 e 17 de outubro, houve apresentação musical com Duda Medeiros, acompanhada da distribuição de flores e lembrancinhas. Já nos dias 23 e 24 de outubro, a programação contará com práticas integrativas e também com entrega de lembranças. As atividades são organizadas pela equipe multidisciplinar do Ambulatório de Quimioterapia e têm como objetivo proporcionar acolhimento e conscientizar sobre o cuidado com a saúde das mulheres.
Rede Ebserh
O HU-UFSC integra a Rede Ebserh desde 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.








