Um verdadeiro espetáculo da natureza vem chamando a atenção de quem passa pela Rua Heriberto Hulse — a conhecida “Rua Velha” — na região Norte de São José. Dezenas de garças escolheram o local como refúgio e ponto de reprodução, formando um ninhal que encanta moradores e visitantes. As aves, que buscam tranquilidade e segurança para se reproduzir, estão em plena atividade, oferecendo um cenário único à paisagem josefense.
O local, pertencente à empresa Reunidas, está situado em uma Área de Preservação Permanente (APP) e, portanto, protegido por lei. É proibido invadir, desmatar, jogar lixo ou causar qualquer tipo de dano ambiental. A Fundação Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (FMADS) reforça que a presença das garças é um importante indicador de equilíbrio ecológico e da boa qualidade dos ecossistemas locais.
A bióloga Ana Paula Dores Ramos, da FMADS, explica que as garças costumam habitar áreas alagadas, margens de rios, lagos, pântanos e regiões costeiras, onde encontram alimento e condições ideais para nidificação. “Essas aves possuem papel fundamental nos ecossistemas aquáticos, ajudando a controlar populações de peixes e pequenos animais. Preservar seus ninhos e áreas de reprodução é essencial para garantir o equilíbrio ambiental e uma convivência harmoniosa com a fauna em meio urbano”.
Entre as espécies mais observadas em São José estão a garça-branca-grande e a do colhereiro, conhecidas pela postura elegante e voo em formato de “S”. As garças medem entre 70 e 85 centímetros de altura, pesam em média de 3 a 5 quilos e se alimentam de peixes, anfíbios, crustáceos e insetos. Durante o período reprodutivo, vivem em bandos e constroem ninhos nas copas das árvores, formando verdadeiros “berçários naturais”.
Corujas também pedem proteção
A Fundação também faz um alerta para a preservação dos ninhos de corujas localizados no bolsão da Beira-Mar de São José, nos fundos do Sunset, na Avenida Acioni Souza Filho. Assim como as garças, as corujas estão em período de reprodução, que ocorre entre a primavera e o fim do verão.
A orientação é clara: não se aproxime, não toque e não alimente as aves. Remover ninhos é crime ambiental, e a aproximação humana pode causar estresse e abandono dos filhotes. Além disso, é importante manter animais de estimação afastados das áreas onde as aves se abrigam.
“A melhor forma de contribuir é respeitar o espaço desses animais e apenas observar à distância. São José é privilegiada por ainda ter áreas que servem de abrigo e reprodução para diversas espécies”, reforça Ana Paula.









