O espetáculo “Nossa Senhora do Desterro”, escrito e dirigido pelo ator e diretor catarinense Welington Moraes e encenada pela companhia KazaBaka Cia de Teatro, entra em cartaz no dia 21 para uma curta temporada no Teatro Luiza Lorenz, em Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis. Ingressos podem ser adquiridos antecipadamente pelo site pensanoevento.com.br/nossasenhoradodesterro – o primeiro lote da estreia já está esgotado.
“Nossa Senhora do Desterro” é um conto poderoso sobre heranças, violência contra a mulher e ciclos que se repetem ao infinito; é uma história sobre o peso de ser mulher em um universo de homens.
“Escrever e dirigir um espetáculo como ‘Nossa Senhora do Desterro’, podendo resgatar as origens açorianas e ressignificá-las a um tema tão atual como a figura da mulher numa sociedade dominada por homens é uma responsabilidade que só o teatro te proporciona. A peça ficou cheia de simbolismos, cada cena é um rito de encontro, de questionamento, de reflexão… E o público vai entrar em sintonia com a história, com os personagens, para, no fim, partilhar da catarse que a peça busca”, comenta o diretor.
A história se passa na Ilha de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, onde José Mercúrio procura por sua desaparecida esposa, Maria da Revelação, em uma das muitas “praias esquecidas daquele misterioso lugar”. Entre delírios e constatações, sua sanidade é colocada à prova por fantasmas de um passado recente, onde é confrontado pelos conceitos implícitos nas palavras amor, culpa e pecado.
Em cena, o ator Guilherme Macedo e as atrizes Celma Ioci e Luciana Pilatti. Na tríade de protagonistas, a história se desenrola de forma onírica e sobrenatural, exaltando a rica cultura açoriana da Ilha — com suas bruxas e bruxedos — numa teia dramatúrgica que remete às tramas das rendas de bilro.
“O espetáculo ‘Nossa Senhora do Desterro’ é, para mim, um verdadeiro presente. Uma obra cheia de intenções e significados que me preenche como ator e se mostra profundamente necessária nos dias de hoje. Acredito que esse é o verdadeiro papel do ator: provocar o público, fazê-lo pensar, sentir e sair do teatro em reflexão. É por isso que essa obra é tão essencial”, comenta o ator Guilherme Macedo.
Estão agendadas quatro apresentações de “Nossa Senhora do Desterro” no Teatro Luiza Lorenz, nos dias 21, 22, 28 e 29, sempre às 20h. Depois, a peça será exibida no Teatro da Ubro, no Centro de Florianópolis, nos dias 12 e 13 de dezembro.
Sucesso pré-estreia
Antes mesmo de estrear nos palcos da Grande Florianópolis, “Nossa Senhora do Desterro” já é um sucesso. O diretor Welington Moraes adaptou a peça especialmente para participar da 1ª Mostrinha de Cenas Curtas de Tupã, um festival de cenas curtas anexo à realização da VII Mostra Fênix de Linguagens Cênicas, realizado em outubro, em Tupã (SP), e faturou quatro prêmios: Melhor Cena do Festival, Melhor Direção (Welington Moraes), Melhor Atriz (Celma Ioci) e Melhor Figurino. O trabalho ainda contou com outras duas indicações, aos prêmios de melhor ator (Guilherme Macedo) e melhor atriz coadjuvante (Lissa Campos).
Ficha Técnica
“Nossa Senhora do Desterro”
Um espetáculo da KazaBaka Cia de Teatro
Gênero: Drama Surrealista
Classificação: 16 anos
Direção, Dramaturgia e Iluminação: Welington Moraes
Produção: KazaBaka Cia de Teatro
Figurinos: O grupo
Cenário: O grupo
Sonoplastia: Wagner Macedo
Elenco: Celma Ioci, Luciana Pilatti e Guilherme Macedo
SINOPSE
Na ilha de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis, José Mercúrio procura por sua desaparecida esposa, Maria da Revelação, numa das muitas praias esquecidas daquele misterioso lugar. E entre delírios e constatações, sua sanidade é colocada à prova através de fantasmas de um passado próximo, onde José é questionado dos conceitos implícitos nas palavras amor, culpa e pecado. Na tríade de seus protagonistas, a história é narrada de forma onírica e sobrenatural, levando em voga a rica cultura açoriana da ilha, com suas bruxas e bruxedos, numa teia dramatúrgica que leva grande semelhança das tramas de rendas de bilro, ferramenta de tear trazidas de Portugal para a nova colônia, remetendo também a força das mitológicas parcas gregas, seres transcendentais que escrevem a história de tudo que é vivo. Nossa Senhora do Desterro é um conto forte sobre heranças, violência contra a mulher e ciclos que se repetem ao infinito, perpetrando verdades patriarcais que desmerecem a figura do feminino na sua contraparte do existir. É uma história de como o peso de ser mulher num universo de homens, pode ser insustentável para aqueles que não conseguem despertar de suas certezas pétreas, de seus olhares de miopia e de sua deturpação do que é o desejo.








