Os rostos que atravessam o tempo e as vozes que ecoam a ancestralidade ganham forma na exposição “Quilombolas: Em Terras de Jacintha”, do artista e curador Radilson Carlos Gomes da Silva. A mostra abre suas portas na quinta-feira, 4 de dezembro de 2025, às 17h, na Galeria Cultural do Mercado Público de Florianópolis, no Centro Histórico da cidade.
Composta por 22 fotografias analógicas realizadas com a técnica Lambe Lambe, a exposição é fruto de cerca de cinco meses de trabalho junto ao Quilombo Vidal Martins, em Terras de Jacintha, única comunidade quilombola de Florianópolis, localizada no bairro Rio Vermelho. Mais do que retratos, as imagens revelam relatos e depoimentos que reafirmam a força de uma comunidade que resiste e existe em seu território. “Cada imagem é um fragmento de memória, um testemunho da resistência e da conexão dessa comunidade com o seu território”, afirma Radilson.
A máquina Lambe Lambe, com mais de um século de história, é utilizada por Radilson como metáfora de resistência e diálogo entre passado e presente. Ao lado dela, o smartphone registra as vozes da comunidade, criando uma convergência entre tempos: o analógico eterniza os rostos, o digital preserva as narrativas. Essa justaposição revela a força poética da exposição, que lança luz sobre a luta pela titularidade da terra e pela preservação da cultura.
Radilson Carlos Gomes da Silva construiu sua trajetória com um olhar humanitário e engajado em causas sociais. Entre seus trabalhos anteriores estão Floripa em 3×4, que evidenciou os anônimos das grandes cidades; o Projeto Yvyrupa Território, sobre o direito originário à terra dos povos indígenas; e Haiti Bombagai, que retratou o movimento migratório haitiano para o Brasil em 2015. Sua atuação também se destaca na área da saúde pública, com exposições sobre saúde mental, saúde da pessoa com deficiência e os 35 anos do SUS. Participou recentemente da mostra coletiva Brasil: Terra Indígena, na COP30, em Belém.
“A máquina lambe lambe é um mero atrativo que tem como pano de fundo o meu olhar humanitário. Acredito que a arte tem o poder de transformar, de nos fazer enxergar o mundo com outros olhos. Com esta exposição, espero que o público possa sentir a força e a dignidade da comunidade quilombola do Rio Vermelho e refletir profundamente sobre a importância de sua luta pela terra, que é, em essência, uma luta pela preservação de sua cultura, de sua história e de sua dignidade como povo”, declara o artista.
A exposição “Quilombolas: Em Terras de Jacintha” poderá ser visitada, de segunda a sexta, das 12h às 18h, até o dia 6 de fevereiro de 2026, na Galeria Cultural do Mercado Público de Florianópolis, que fica na Rua Conselheiro Mafra, 255, bem no Centro de Florianópolis.
Projeto Financiado pela Lei de Incentivo à Cultura Aldir Blanc, Lei Nº 14.399/2022 (PNAB), da LEI Nº 14.903/2024 (Marco regulatório do fomento à cultura), do Decreto N. 11.740/2023 (Decreto PNAB) e do Decreto Nº 11.453/2023 (Decreto de fomento à Cultura Lídio Augusto Costa – “Seu Lidinho”).
Serviço: Abertura exposição “Quilombolas: Em Terras de Jacintha”, de Radilson Carlos Gomes da Silva
data: 4 de dezembro, às 17h
Local: Galeria Cultural do Mercado Público de Florianópolis (Rua Conselheiro Mafra, 255, Centro de Florianópolis/SC)
Visitação gratuita até 6 de fevereiro de 2026, de segunda a sexta, das 12h às 18h








