Nesta sexta-feira, dia 12, às 19h30, no auditório do Tribunal de Contas, em Florianópolis (SC), acadêmicos das letras, música, artes cênicas e artes visuais que compõem a Academia Catarinense de Letras e Artes (Acla) realizam a tradicional sessão solene para a entrega de medalhas aos Destaques do Ano. Fundada em 2003 e reconhecida pela constituição de Santa Catarina e presidida atualmente pelo dramaturgo e ator Antônio Cunha.
A tradicional sessão solene para a entrega de medalhas aos Destaques do Ano nas seguintes categorias: letras (medalha Paschoal Apóstolo Pítsica) ao escritor e editor Fábio Garcia (Florianópolis); música (medalha Edino Krieger) à musicoterapeuta e preparadora vocal Patrícia São Thiago (Florianópolis); artes cênicas (medalha Waldir Brazil) ao ator e diretor Robson Benta (Joinville); artes visuais (medalha Victor Meirelles) ao artista visual Laércio Luiz (Florianópolis) e conjunto da obra (medalha Acla) ao escritor e editor Nelson Rolim de Moura (Florianópolis).
Além das premiações, a Acla empossará duas novas acadêmicas: a atriz e escritora Solange Adão e a artista visual Tercília dos Santos, ambas são nomes expressivos do cenário artístico de Florianópolis.
Serviço:
O quê: sessão solene de premiação e posse da Acla
Quando: 12.12.2025, 19h30
Onde: auditório do Tribunal de Contas de Santa Catarina, rua José da Costa Moellmann, 104, centro, Florianópolis
Quanto: gratuito
Destaques do Ano
FÁBIO GARCIA (escritor)
Personalidade das Letras de 2025
Medalha Paschoal Apóstolo Pítsica
Historiador, escritor e professor, com uma trajetória acadêmica focada na história e cultura do negro no Brasil, com destaque para Santa Catarina. Possui graduação em História, mestrado e doutorado em Educação pela UFSC. Autor de mais de 11 títulos, sua pesquisa de conclusão de curso, que deu origem ao livro “Negras Pretensões” (2007), já destacava a intensa participação de intelectuais e artistas negros na cultura do início do século XX em Santa Catarina. Em 2021 foi finalista do Prêmio Jabuti, ao organizar as crônicas do Ildefonso Juvenal da Silva. É o idealizador da Editora Cruz e Sousa, criada para valorizar e divulgar a produção de autores e autoras negros do estado, consolidando sua militância e compromisso com a visibilidade afro-diaspórica. Seu trabalho em resgatar e divulgar o protagonismo negro na historiografia local rendeu-lhe diversas homenagens, como a da Academia de Letras dos Militares Estaduais de Santa Catarina.
LAÉRCIO LUIZ (artista visual)
Personalidade das Artes Visuais de 2025
Medalha Victor Meirelles
Nascido em São João Batista/SC, em 1959, o artista visual, pesquisador e mestre autodidata em pigmentos naturais, cultiva amplo reconhecimento em Santa Catarina. Vive em Florianópolis desde a década de 1980. Sua produção circunscreve-se em diferentes linguagens, como a pintura, a escultura, o desenho, performances e intervenção teatral. Como educador, desenvolve trabalhos de sensibilização artístico-cultural com crianças e adolescentes. Tem também um trabalho reconhecido como carnavalesco. Ministra cursos de pintura com pigmentos e reciclados desde 1990. Participou de coletivas e individuais no Museu de Arte de Santa Catarina (Masc); recebeu prêmios e menções honrosas. Integrante dos grupos Primitivo Urbano e Conversas Culturais, integra o Indicador Catarinense das Artes Plásticas. É o autor de uma escultura em ferro de 15 metros relacionada ao imaginário ilhéu para homenagear o centenário do pesquisador Franklin Cascaes.
PATRÍCIA SÃO THIADO (professora de canto e musicoterapeuta)
Personalidade da Música de 2025
Medalha Edino Krieger
Natural de Florianópolis/SC, Patrícia de São Thiago é professora de canto, preparadora vocal e musicoterapeuta clínica. Tem graduação em educação artística com habilitação em música pela Faculdade Santa Marcelina/SP, especialização em educação musical pelo Conservatório Brasileiro de Música/RJ, especialização em musicoterapia pelo Centro Universitário do CBM/RJ, Formação Integrada em Voz sob a coordenação da dra. Mara Belhau no Centro Integrado de Voz- CEV/SP e especialização em pedagogia vocal pela Faculdade Santa Marcelina/SP. É licenciada no Método Somatic Voicework The Lovetri Method, nos níveis I, II e III. Formação no Modelo Benenzon em Musicoterapia/ SP. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Voz/ GEP-VC. Integrante do Grupo de Estudos de Ciência da Voz do Vozerio, coordenado pelas professoras Dra. Joana Mariz e Dra. Gláucia Salomão. Fundadora e membro da diretoria executiva do Instituto Compassos, onde fez a coordenação técnica e atuou como musicoterapeuta no projeto Compassos, premiado pela Fundação Guga Kurten, que atendia crianças com paralisia cerebral em situação de exclusão social. Fundadora do Grupo Cantoria de Vozes Femininas no qual é preparadora vocal e regente. Fundadora do Grupo vocal AfinaEscuta, onde atua como preparadora vocal e cantora. Na sua trajetória artística fez a produção e a direção musical dos espetáculos: 2004 e 2005 – Rosa Choque – Centro Cultural Sol da Terra; 2006 – No Compasso – TAC; 2009 – Encantos Femininos – Ubro; 2013 e 2016 – Todas as Mulheres – TAC; 2017 e 2018 – Elementos – TAC; 2018 – O Amor Sabe um Segredo – TAC; 2023 e 2025 – Cantadoras de Lindezas. Docente na disciplina de musicalização no curso de Pós Graduação em Educação Infantil/ Unisul/SC e na disciplina de educação musical no curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia do ICPG/SC. Docente na disciplina de fisiologia da voz no curso de Pós-Graduação em Musicoterapia, na Furb/SC.
ROBSON BENTA (ator, diretor e professor de teatro)
Personalidade das Artes Cênicas de 2025
Medalha Waldir Brazil
Ao longo dos mais de 40 anos de carreira, Robson Benta dirigiu diferentes peças e grupos de teatro, atuando também em espetáculos e filmes. Como ator, interpretou Cruz e Sousa pela primeira vez, como protagonista, em 1995, ao lado da atriz Zezé Motta, no filme “Alva Paixão”, dirigido pela cineasta Maria Emília de Azevedo. Em 2009 interpreta Cruz e Sousa novamente como protagonista no filme “Entre Tulipas e Girassóis”, de Celso Carlos Castellen Jr., e em 2012 participa do videoarte “Uma escada para João, da Cruz e Sousa”, produzido pelo Instituto Impar. Mais tarde, em 2021, Robson lança o canal no YouTube “Robson Benta – Arte para Todos”, com as produções do projeto de acessibilidade cultural Cruz e Sousa para Todos – Últimos Sonetos para Ver e Ouvir (1ª e 2ª edição). Ali, é possível encontrar a tradução dos 96 poemas da obra “Últimos Sonetos”, do poeta simbolista, para a Língua Brasileira de Sinais em formato de videobook bilíngue (Português/Libras) e audiobooks. Além disso, em 2022 o ator recebeu a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa, entregue pelo Conselho Estadual de Cultura, Fundação Catarinense de Cultura e Governo do Estado de Santa Catarina.
NELSON ROLIM DE MOURA (livreiro, editor e escritor)
Prêmio Conjunto da Obra de 2025
Medalha Acla
Nasceu em Bagé/RS, na fronteira uruguaia, em 1951 e mora na Ilha de Santa Catarina há 50 anos, onde é casado com a cantora e compositora Iara Germer com quem tem quatro filhos e cinco netos. É editor do selo Editora Insular e da Insular Livros e escritor. Foi jornalista, produtor cultural e teatral. Como jornalista trabalhou no jornal O Estado, Jornal da Semana, Jornal Bom-Dia Domingo, Rádio Guarujá, TV Cultura, assessorias de imprensa da Fundação Catarinense do Trabalho, da Secretaria de Estado do Trabalho de Santa Catarina e do Governo do Estado de Santa Catarina. Diretor de Divulgação da Associação Catarinense de Imprensa. Editor e proprietário do jornal alternativo Afinal. Como produtor cultural, criou a Maricota Produções Artísticas e promoveu artistas locais, nacionais e internacionais. Como editor e livreiro, fundou a Livraria e Editora Insular e presidiu a Câmara Catarinense do Livro, quando organizou 12 Feiras do Livro. Tem mais de 1.500 títulos publicados pela Editora Insular e registrados na Agência Brasileira do ISBN. Como autor, publicou os livros Não Esquecemos a Ditadura – Memórias da Violência e as histórias de vida de cinco jornalistas assassinados pela ditadura militar: Alberto Aleixo, Alexandre Von Baumgarten, Antonio Benetazzo, Carlos Alberto de Freitas e Carlos Marighella, todos volumes da Coleção Ponto Final.
Novas Integrantes da Acla – posse
SOLANGE ADÃO (atriz, escritora e professora)
Cadeira nº 17 – Patrono Álvaro de Carvalho
Nasce em Florianópolis/SC, em 1961. Filha de Zacarias Isidoro Adão, Terezinha Maria Adão e de Oyá. Tem graduação em artes cênicas pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina (Udesc), em 1990. Especialização de Pós-Graduação em Gestão e Metodologia do Ensino pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel, além de inúmeros cursos na área pedagógica, artística e cultural. É arte educadora com experiência em teatro e cinema, contadora de histórias e cantante das músicas em Ioruba. Organizadora do livro “Fazendo e Aprendendo”, projeto realizado com seus alunos (as) do ensino fundamental da rede estadual, na Escola de Educação Básica Celso Ramos em Florianópolis sobre a história do povo negro. Escritora do livro infanto-juvenil “A Casa do Meu Avô” que aborda sonhos, família, religião, ancestralidade. Participou do livro intitulado “Retintas” com alguns poemas; e em 2024, foi convidada a participar do novo “Retintas ll” com mais quatro poemas com poetas negros catarinenses. Professora da rede estatual de educação há mais de 30 anos, ao longo de carreia vem trocando experiências pedagógicas pelo Estado, como professora, diretora e palestrante. Atriz, compositora, artista plástica, diretora, é também idealizadora do Coletivo de Mulheres Negras Pegada Nagô, que vem contando a história que a história não contada do povo preto brasileiro com seu coletivo. Participou de filmes, curtas e séries, com destaque especial a série “Crisálida”, a primeira série bilingue do Brasil com reconhecimento internacional. Amante do carnaval. Foi coreógrafa de diversas alas de frente das agremiações como Consulado do Samba, por alguns anos e Os Protegidos da Princesa sua escola do coração. Coordena a Feira Afro Artesanal há mais de sete anos, em que artistas negros expõem seus artesanatos, obras e produtos na Escadaria do Rosário no centro da Capital. Atualmente está na diretoria cultural e de matrizes africanas da Liga das Escolas de Samba de Florianópolis (Liesf). É também, membra do Museu Nacional de Artes Carnavalescas no Rio de Janeiro. Intitula-se uma negra em movimento, com prêmios, títulos na área artística e menções honrosas por sua contribuição na promoção da cultura e da arte afro-brasileira em Santa Catarina e no Brasil.
TERCÍLIA DOS SANTOS (artista visual)
Cadeira nº 13 – Patrono Acary Margarida
Natural de Piratuba/SC, é uma das mais importantes artistas visuais de Santa Catarina e uma referência nacional consolidada da arte naïf. Autodidata, iniciou sua carreira em 1990, desenvolvendo uma linguagem visual inconfundível, marcada pela paleta de cores vibrantes e pela recriação poética das memórias de sua infância na zona rural do estado. Sua trajetória foi rapidamente validada por prêmios de relevo nacional. Destacam-se o Prêmio Aquisição (1994) e o Prêmio Divulgação (1998), ambos na Bienal de Arte Naïf de Piracicaba, principal evento do gênero no país. Sua obra também alcançou projeção internacional, com participações em exposições coletivas em Chicago (EUA), Itália e na Suíça. Além da produção em ateliê, Tercília dos Santos dedicou-se ativamente à difusão cultural e à formação. Atuou como artista-educadora no projeto “A dama da pintura primitivista em Santa Catarina” (2005-2007), realizado pelo Sesc, onde proferiu palestras e oficinas de arte Naïf em diversas cidades do estado. Sua produção recente demonstra uma contínua evolução, ao se aprofundar em temas de grande relevância social, como a herança da cultura afro-brasileira e a identidade catarinense. Com mais de três décadas de contribuição ininterrupta, seu trabalho celebra a memória popular e afirma a identidade visual do Estado, credenciando-a como uma representante fundamental das Artes Visuais em Santa Catarina. Em 2018, Tercília dos Santos recebeu o Prêmio Acla pelo conjunto da obra.









