A relação entre o Executivo e o Legislativo de uma cidade ou estado sempre será marcada por ruídos na comunicação e profundas discussões de relacionamentos. O ambiente pode se tornar turbulento em alguns momentos. E é justamente esse o cenário de momento entre o prefeito Topázio Neto (PSD) e sua ampla base na Câmara.
Os vereadores cobram mais atenção para suas demandas. Porém, há mais que isso no ar. De pano de fundo tem muita luta por espaços com foco em 2026 também. A ampla coligação que reelegeu Topázio no ano passado apoia vários nomes para deputado estadual e federal no ano que vem. Esse esperneio por mais apoios e espaços políticos antecipa o jogo para agora e ajuda a tumultuar a relação institucional.
Rafinha indignado
Vereador Rafinha Lima (PSD) é um dos que não se mostra satisfeito atualmente. Ele usou a tribuna da Câmara da Capital nesta segunda-feira (9) para fazer um desabafo e uma cobrança. Ficou clara sua indignação com a falta de resposta da prefeitura em relação a um problema crônico na infraestrutura no bairro Sambaqui, sua base eleitoral. Em janeiro deste ano a região registrou alagamentos prejudicando os moradores.
O vereador comenta que à época comunicou a secretaria de Infraestrutura, Defesa Civil e outros órgãos de que o distrito de Santo Antônio de Lisboa como um todo foi atingido fortemente pelas chuvas. “A comunidade onde eu nasci, a rua onde um cresci, foi atingida”, frisou, salientando que o problema foi causado em função do mal dimensionamento de uma galeria na Servidão Izabel João Jacinto.
Sua indignação é que, apesar de suas intervenções e pedidos, passou-se nove meses e nada aconteceu. A sua surpresa é que após todo esse tempo sendo ignorado, um morador pediu para um determinado vereador e imediatamente as máquinas apareceram para resolver o problema. “Isso é falta de respeito com um vereador que é da base”, disse. Rafinha classificou a atitude como uma “sacanagem” com um vereador que trabalhou na eleição de Topázio e é leal nas votações na Câmara.
Bola nas costas
O vereador Rafinha foi a fundo e descobriu que a bola nas contas que levou tem a digital do secretário interino da Infraestrutura. “Ele tem que entender que tem que respeitar a base do governo, não pode ter vereador favorito dentro da base”, ponderou. “A minha comunidade foi desrespeitada e eu fui desrespeitado”, desabafou. O vereador finalizou exigindo um pedido de desculpa pela falta de respeito. Rafinha ainda cobrou que a prefeitura resolva o problema de forma definitiva, pois daqui a pouco as chuvas vêm de novo.
Apoio de Cobalchini
O vereador João Cobalchini (MDB) apoiou as palavras do vereador Rafinha. Ele disse que também acompanhou de perto o problema no Sambaqui e inclusive levou a equipe da secretaria de Infraestrutura ao local. Apesar dos esforços do presidente da Câmara, até o momento os pedidos não foram atendidos. Cobalchini disse que estranhou que o secretário Interino atravessou a solicitação. “Ele ligou direto para a empresa para fazer – a obra. Se ele não tem noção política, ele não deveria estar em um cargo político”, frisou Cobalchini, que ponderou que sequer o Intendente da região foi avisado da ação. “Pra que serve o intendente lá? Foram direto na empresa”, reclamou.
Demandas ignoradas
O vereador Ricardo Pastrana (PSD) também reclamou que tem seus pedidos não atendidos pela prefeitura. Ele comentou que vem pedido há meses para que se faça uma melhoria na avenida Gustavo Richard, no acesso ao Ticen, e até agora não foi atendido. “Não só essa obra não foi atendida, como várias outras”, frisou, salientando que são obras na área de mobilidade, que é a principal base eleitoral que o elegeu.
Duplicação
Por falar em mobilidade urbana, Ricardo Pastrana, ao lado do vereador Rafinha Lima (PSD) obtiveram nesta semana uma grande vitória com a aprovação de um requerimento abrindo espaço para o debate sobre a duplicação da rodovia Admar Gonzaga (SC-404). O pleito é antigo e não sai do papel. Como a rodovia é estadual, há que se ter um trabalho de apelo político e articulação junto ao Governo do Estado. A data para a audiência pública ainda não foi agendada.
Causa animal
A vereadora Pri Fernandes (PSD) também fez coro à reclamação dos vereadores do PSD. Ela, que milita na causa animal, disse que também não tem seus pleitos atendidos pela atual administração.
Renato agradece
O vereador Renato da Farmácia (PSDB) fez um agradecimento público ao advogado Felipe Mello, que segundo ele, pela segunda vez lhe garantiu a permanência no mandato. Ele recordou que a primeira vez em que o advogado lhe defendeu, foi relacionado a uma ação patrocinada pelo PSOL em função de seu voto a favor da Comcap. Em mais uma ação na Justiça, desta vez, foi a Partido Novo que tentou, sem sucesso, lhe tirar o mandato. “O dr. Felipe Mello fez um trabalho extraordinário, juntamente com seu escritório. É um dos grandes advogados da nova geração”, ponderou.
Biblioteca
O prefeito Topázio Neto (PSD) marca presença na solenidade de celebração dos 69 anos da Biblioteca Municipal Professor Barreiros Filho. A solenidade acontece nesta quarta-feira (10), às 19 horas na sua sede, na região Continental. Na ocasião acontecerá assinatura da ordem de serviço da nova praça da biblioteca.
Palavras gastas
Muitos colunistas políticos estão gastando as palavras sobre a possibilidade do vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina em 2026. Quero dizer que é muito fogo pra pouca lenha! O pleito ainda está muito distante e muita coisa ainda está por acontecer, inclusive, nesta semana, quando seu pai, o ex-presidente Bolsonaro, está sendo julgado em Brasília pela trama golpista ao lado de outros militares. Certa está a deputada federal Carol De Toni que foca na sua pré-campanha e acelera o ritmo. Carlos até pode até ser candidato por Santa Catarina, como também pode ser por outro estado e pode até vir a ser candidato a nada, caso algum dos processos aos quais responde o torne inelegível. Ainda é muito cedo pra gastar o gato gente!
Amin na Acif
A Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) promoveu segunda-feira (8), no Hotel Faial Prime Suites, mais uma edição do ACIF Recebe, que contou com a presença do senador Esperidião Amin. O encontro reuniu empresários e lideranças locais para debater os principais desafios e oportunidades para Santa Catarina e para o Brasil nos próximos anos.
Em sua exposição, o senador abordou pautas que estão em destaque no Congresso Nacional, como a Lei da Economia Circular, e também sobre questões que impactam a economia e as discussões sobre anistia. Amin destacou a importância do diálogo entre o setor produtivo e o poder público, reforçando sua confiança no futuro: “Apesar das dificuldades, tenho esperança de que vamos superar as problemáticas econômicas que hoje nos afligem. O Brasil tem capacidade de avançar, e Santa Catarina seguirá dando sua contribuição de destaque nesse processo”, afirmou.
Temas estratégicos
Para o presidente da ACIF, Célio Bernardi, encontros como esse reforçam a missão da entidade em aproximar seus associados dos debates que impactam diretamente o desenvolvimento econômico e social. “A ACIF tem como compromisso trazer temas estratégicos para discussão, de forma a ampliar a visão dos empreendedores e contribuir para um ambiente de negócios mais sólido e competitivo. É uma oportunidade de ampliar a visão estratégica dos nossos associados e colaborar para que as pautas prioritárias de Santa Catarina avancem”, destacou.
Violência contra professores
Em razão de dados nacionais alarmantes, o vereador Adrianinho (PSD) apresentou o projeto de Lei N.º 19679/2025, batizado de “Programa de Proteção e Valorização dos Profissionais da Educação”. A matéria tem como objetivo central criar um ambiente escolar seguro e respeitoso para professores, alunos, gestores e funcionários. O vereador justifica a necessidade da medida. “Nosso objetivo é claro e direto: garantir um ambiente de trabalho seguro, digno e respeitoso para aqueles que têm a nobre missão de educar as futuras gerações de florianopolitanos”, explica.
A motivação para o projeto, segundo Adrianinho, vai além do “senso comum” e se baseia em estatísticas preocupantes. Ele citou um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que coloca o Brasil entre os países com os maiores índices de violência contra professores, com 12,5% dos educadores relatando sofrer agressões verbais ou intimidações semanalmente. “Esses não são apenas números; são histórias de sofrimento, de desgaste mental e de abandono da profissão”, emocionou-se o parlamentar, reforçando o argumento com um dado do Sindicato dos Professores de São Paulo: 35% dos docentes já presenciaram ou sofreram agressões físicas em ambiente escolar.
Assume
Durante a Sessão Ordinária na Câmara de São José, desta segunda-feira (8), tomou posse o suplente de vereador Francisco Fernandes. Ele assumiu o lugar do vereador Alexandre Cidade, licenciado por 30 dias. Ambos pertencem ao PL.
