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Espetáculo da Traço Cia., ganha temporada com apresentações gratuitas em Florianópolis

Sessões acontecem entre o fim de outubro e início de novembro em quatro locais diferentes da cidade

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Espetáculo de palhaçaria voltado ao público adulto, “Quando dançamos acima das fogueiras”, da Traço Cia., tem apresentações marcadas para o fim de outubro e início de novembro em diferentes teatros e espaços culturais de Florianópolis/SC. Sempre com entrada gratuita e às 20h, as quatro apresentações acontecem nas seguintes datas: 29/10 (quarta) no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho); 30/10 (quinta) no Centro Cultural Casa Vermelha, no Saco dos Limões; 05/11 (quarta) no Sesc Prainha e 08/11 (sábado) na Casa das Máquinas, na Lagoa da Conceição. Confira a programação completa abaixo.

Em “Quando dançamos acima das fogueiras”, o trio formado pelas palhaças Gretta (Greice Miotello), Esmeralda (Débora de Matos) e pelo palhaço Jubi (Egon Seidler) encontram o público no centro do mundo para dançar o ar entre o visível e o invisível, tecendo experiências que reinventam o tempo.

Ancestralidade, senso de comunidade, afetividade, encontro, riso, delicadeza e denúncia são alguns dos territórios visitados ao longo da obra, que se transforma a cada instante em que é preciso reiniciar o tempo. “Convidamos sutilmente as pessoas envolvidas a se implicarem com a obra, intervindo e vivenciando uma jornada pessoal e coletiva”, explica o coletivo.

Para esta temporada de apresentações do espetáculo, a Traço Cia. conta com o financiamento da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura) e patrocínio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e Prefeitura Municipal de Florianópolis por meio do Edital Nº 041.000/SMLCP/2024. É uma realização da Traço Cia., do Sistema Nacional de Cultura e do Ministério da Cultura, Governo Federal.

Espiral de recomeços

“Quando dançamos acima das fogueiras” nasce de um mergulho – um processo de pesquisa, criação e montagem cênica contemplado em 2022 com o Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – que teve sua estreia em junho de 2023.

O ponto de partida para a criação desta obra foi o texto “Asfixia”, do dramaturgo catarinense contemporâneo Afonso Nilson, – mas como a Cia. trata a Palhaçaria como uma linguagem que revela questões pessoais e identitárias, o processo logo revelou outras inquietações. “A pesquisa estava num ambiente muito duro, tecendo questões que nos tiram o ar pela dor, pela violência, pela denúncia. Foi aí que a Marina Monteiro, consultora em dramaturgia, abriu o olhar para as situações que nos tiram o ar por um viés oposto, como uma surpresa feliz, uma paixão, uma situação ou cena bonita da vida como um pôr do sol mágico, por exemplo”, conta o ator e palhaço Egon Seidler. “Assim, também mergulhamos nesse lugar de esperança e leveza ao tratarmos da humanidade e do tempo”.

Tempo é, aliás, um dos temas centrais da cena. Segundo o ator, o espetáculo brinca com a possibilidade de recomeçar a cada instante. “Quando a coisa aperta, essas figuras reiniciam o tempo. A humanidade então nasce novamente, mas quando as condições desfavorecem, as figuras recomeçam e recomeçam. Não perdemos a esperança de que ‘quem sabe hoje seja nosso dia de sorte”.

“Quando dançamos acima das fogueiras” propõe uma experiência nas linguagens da palhaçaria e da bufonaria sob uma relação estética contemporânea. Artistas e público experimentam um encontro cênico que trata de temas sérios e reflexões relevantes, tudo conduzido por figuras cômicas numa relação horizontal e interativa que propõe um novo olhar para esta arte circense, resgatando a ‘coragem’ para seguir adiante.

Palhaçaria 18+

Em um espaço cênico não-convencional, palhaças e palhaço entram em cena para criar uma relação de cumplicidade com o público presente – que divide o ambiente com atrizes e ator e compartilha a ação central da obra, assumindo papéis e trabalhando conjuntamente na construção do espetáculo.

A apresentação convida o espectador a mergulhar numa jornada de asfixias e fôlegos. Uma celebração cênica que rompe com a linearidade temporal para reinventar outras possibilidades de vida. “Queremos construir um passado calmo para viver”, conta o coletivo. “Criar novos olhares e novas possibilidades de reexistir. Somos floresta! E, por meio da palhaçaria, queremos arvorecer, celebrando o mundo em diversidade e potência”.

Egon Seidler aponta que a graça, presente nos espetáculos de palhaçaria, aqui se apresenta de outros modos para além da bobagem e da gargalhada. “Tratamos de alguns temas difíceis, por vezes de modo subliminar. São conteúdos que necessitam de maturidade. Isso também é percebido quando convidamos o público à intimidade, proximidade e interação. A criança entende isso como um jogo, já o adulto trata como uma convenção e é capaz de se distanciar… por isso a classificação indicativa de 18 anos”.

Ainda segundo ele, a obra propõe uma leitura não usual sobre a palhaçaria, criando uma noção de que há poesia e outras sensações além do riso, de que a brincadeira pode mover o corpo todo e que o encontro, estar presente, implicados juntos na ação, faz da cena um ritual. “Trabalhamos para que seja um mergulho, primeiro prendendo o ar e depois subindo à superfície, para respirar transbordando”, completa.

Povoar a cidade

Como contrapartida para a realização deste projeto, a Traço Cia. contará com a presença de intérprete de Libras em três das quatro apresentações, que são sempre abertas ao público.

Na sessão do dia 29/10, a obra fará parte da programação do 5º Ospália – Festival de Palhaçaria, que acontece entre os dias 27 e 30 de outubro em vários locais de Florianópolis. Já para a sessão do dia 30/10, a Traço leva seu espetáculo para a programação do Festival de Teatro Comunitário Márcia Pompeo Nogueira, no Saco dos Limões. Após a apresentação do dia 05/11, no Teatro do Sesc Prainha, haverá também uma roda de conversa com o grupo, aberta ao público presente. E para fechar o ciclo de apresentações, a Traço realiza a última sessão dia 08/11 na Casa das Máquinas, na Lagoa da Conceição.

Ainda como parte do projeto, na 2ª quinzena de novembro, a Traço levará três contações de histórias e palhaçaria – “A Bruxa do Cabelo Branco”, “O Saco Velho de Batatas” e “O Gigante”, que fazem parte da Trilogia Contos para Maria – para crianças de seis a 10 anos, frequentadoras do Centro de Educação Popular (CEDEP) no Monte Cristo.

“Apesar dos 24 anos de Cia., temos muita dificuldade de apresentar um trabalho assim na cidade, que demanda estrutura e aparelhagens cênicas. Então esse fomento vem para viabilizar um encontro potente, com uma troca com aquilo que temos de mais precioso: um trabalho artístico construído com muito carinho, dedicação, pesquisa, qualidade e a muitas mãos. E, claro, em nossa casa!”, finaliza Egon.

Sobre a Traço

A Traço Cia. foi criada no ano de 2001, na cidade de Florianópolis/SC. Desde o início de sua trajetória, desenvolve pesquisas referentes à Palhaçaria, levando a companhia a buscar diferentes territórios de ação. Assim, a Traço desenvolve uma linguagem própria, pautada no encontro entre atores e espectadores, na busca de estabelecer uma relação livre, direta e potencialmente transformadora. A Cia. mantém diferentes obras artísticas em seu repertório com as quais circulou por 18 estados brasileiros e países como Portugal e Itália, coordena o projeto (A)Gentes do Riso desde o ano de 2011 (palhaçaria em unidades hospitalares) e é parceira da Associação Cultural e de Cooperação Internacional Pallasos en Rebeldía, com a qual já atuou em eventos e ações humanitárias de Circo Social no Brasil, na Cisjordânia, na Espanha, na Colômbia e na Costa Rica.

“Somos uma Cia que há mais de 20 anos pesquisa a linguagem da Palhaçaria, buscando alargar e transbordar suas fronteiras de ação. Ela nos levou a encontrar sentido no fazer artístico: o Riso a serviço da alegria e do bem estar social, ampliando qualidade de vida, potência de ação e processos de cura.

Em nosso fazer, praticamos a rua como espaço artístico/democrático. Apresentamos, ainda, em teatros convencionais, espaços alternativos, circos, escolas, acreditando que a arte é direito de todas as pessoas. Estamos em Hospitais, contribuindo com a humanização do ambiente e potencializando processos de cura. Levamos o Riso para povos em luta – Palestina, áreas de retomadas de terras indígenas, territórios quilombolas, entre outros – na potência de transmutar a dor, resgatar a alegria, impulsionar a esperança, ampliar autoestima e sentimento de pertencimento”.

Ficha técnica

Concepção: Traço Cia. | Direção e Palhaçaria: Débora de Matos, Egon Seidler e Greice Miotello | Assistente de direção e ensaiadora: Gabriela Leite | Dramaturgismo: Marina Monteiro | Corpo e voz no jogo do bufão: Claudia Sachs e Bárbara Biscaro | Provocação dramatúrgica: Afonso Nilson | Provocações decoloniais: Drica Santos e Ingrid Sateré-Mawé | Cenografia: Dodô Giovanetti, Ana Pi e Adriana Barreto | Engenharia de objeto cênico: Cleucir Sulenta e Fabio Libardi | Iluminação: Dodô Giovanetti | Figurino: Ana Pi | Assistente de figurino: Adriana Barreto | Trilha sonora: Cassiano Vedana | Designer: Paula Albuquerque | Registros (foto e vídeo): Wally Moraes | Equipe técnica de apoio: Gabriela Leite, Iscarlat Lemes e Marco Ribeiro | Assessoria de comunicação: Miguel Von Zuben | Apoio: 5º Ospália – Festival de Palhaçaria, Festival de Teatro Comunitário Márcia Pompeo Nogueira e Sesc Santa Catarina | Realização: Traço Cia., Sistema Nacional de Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal

Projeto contemplado pela Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, patrocinado pela Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer e Prefeitura Municipal de Florianópolis por meio do Edital Nº 041.000/SMLCP/2024.

Programação completa

“Quando dançamos acima das fogueiras”

Traço Cia.

Classificação etária: 18 anos

Duração: 50min

TAC (Teatro Álvaro de Carvalho)

Quando: 29/10 (quarta-feira) | 20h

Onde: Rua Marechal Guilherme, 26 – Centro

Quanto: Grátis

Ingressos: Disponíveis em sympla.com.br (sujeito à lotação)

Acessibilidade: Libras

* Integrando a programação do 5º Ospália – Festival de Palhaçaria

Centro Cultural Casa Vermelha 

Quando: 30/10 (quinta-feira) | 20h

Onde: Rua Custódio Fermino Vieira, 48 – Saco dos Limões

Quanto: Grátis

Ingressos: Retirar 1h antes no local (sujeito à lotação)

* Integrando a programação do Festival de Teatro Comunitário Márcia Pompeo Nogueira

Teatro do Sesc Prainha

Quando: 05/11 (quarta-feira) | 20h

Onde: Travessa Syriaco Atherino, 100 – Centro

Quanto: Grátis

Ingressos: Disponíveis em sympla.com.br e 1h antes no local (sujeito à lotação)

Acessibilidade: Libras

* Após a apresentação haverá roda de conversa com o grupo: “Palhaçaria e processos criativos”

Casa das Máquinas 

Quando: 08/11 (sábado) – 20h

Onde: Praça Bento Silvério, Rua Henrique Veras do Nascimento – Lagoa da Conceição

Quanto: Grátis

Ingressos: Disponíveis em sympla.com.br e 1h antes no local (sujeito à lotação)

Acessibilidade: Libras–

Mais informações: https://www.instagram.com/tracoteatro 

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