Patrícia Elia, mãe de Felipe, é uma das visitantes assíduas da Feira da Freguesia. Ela leva o menino pela mão por todos os estandes, para captar as atrações variadas e, nesta edição, marcada pelo início da primavera, ela observa atentamente com Felipe o trabalho da dona Vilma Machado Cota, de 74 anos, que confecciona rendas de Bilro. “Aprecio o trabalho dos artesãos locais, assim como a renda da dona Vilma, que representa uma tradição”, explica.
Dona Vilma, por sua vez, conta que aprendeu a renda de bilro aos 7 anos com a mãe. Mesmo sem olhar para o trançado, ela não erra a ordem dos bilros. Conta que passou a tradição – trazida pelos portugueses por volta do século XVII- para a neta, que na época tinha 9 anos e hoje tem 17. Se depender da dona Vilma, ela afirma que sempre participará da Feira da Freguesia. “Uma Feira legal, divertida e principalmente humana”.
Nesta edição, a programação foi marcada pela chegada da primavera, que oficialmente inicia no dia 23, o que garantiu um cenário florido com espécies da estação, uma parceria da Prefeitura de São José, com a CDL-SJ. O domingo (10) teve programações das 10h às 19h, com atrações culturais, artísticas e musicais, além de um desfile das principais lojas da região para o preview da coleção Primavera/Verão 2023/2024.
Os amantes da gastronomia também foram surpreendidos com uma variedade de “pratos”. Tiveram a oportunidade de experimentar comidas de origem estrangeira, a exemplo da Turquia; ou nacionais como o vatapá, da Bahia; crepes, sorvetes, bolos artesanais, carreteiro, hamburguer, pasteis com caldo de cana, entre outros.
Além da gastronomia farta, o evento contou com estandes alcoólicos, para o público adulto. Entre eles, a cachaça “Terra Firme”, produzida por Vânio Dalmarco. O empreendedor trabalha há oito anos no ramo, envelhecendo a cachaça e foi aprendendo a lidar com a bebida. Até encontrar um alambique em Luiz Alves.
Vânio conta que o envelhecimento é feito em vários tipos de madeira. O que difere uma cachaça para a outra é o tempo que ela é armazenada e o tipo de madeira utilizada. Ele explica que o ideal é dar o “primeiro gole” para que as papilas se acostumem com o sabor, para depois consumi-la por inteiro, permitindo a identificação do aroma, cor e sabor. O empreendedor afirma também a satisfação de participar da Feira da Freguesia, visto que o nome do empreendimento também faz jus à antiga “São José da Terra Firme”.
A Feira da Freguesia é tradicional no Centro Histórico de São José e tem o objetivo de aproximar a população da arte, da cultura, da boa gastronomia e das tradições açorianas. O secretário de Cultura e Turismo, Charles Colzani destaca que a Feira da Freguesia vem há nove anos mudando a vida de muitas pessoas, tanto dos expositores que vendem seus produtos e movimentam a economia local, quanto dos frequentadores que encontram na praça uma oportunidade de entretenimento e lazer. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história”.
Atualmente, a feira conta com mais de 200 expositores, que comercializam com preços acessíveis comidas típicas, artesanatos, brechós, antiguidades e apresentações musicais de artistas da terra.
