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Inflação foi de 4,6% em 2022, mas alimentos subiram o dobro, mostra índice da Udesc Esag

A inflação acumulada nos últimos 12 meses, que vinha caindo forte desde maio, ainda que reduzindo o ritmo de queda no fim do ano, fechou 2022 em 4,61%

Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis subiram 0,54% em dezembro, variação quase idêntica à registrada no mês anterior (0,53%). A inflação acumulada nos últimos 12 meses, que vinha caindo forte desde maio, ainda que reduzindo o ritmo de queda no fim do ano, fechou 2022 em 4,61%.

As altas de preços em dezembro foram bem distribuídas entre quase todos os grupos pesquisados. Os principais aumentos se deram nos alimentos, bebidas, transportes, despesas pessoais e no grupo ligado a saúde e cuidados pessoais.

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag). O índice é publicado regularmente há mais de 50 anos.

Alimentos

Os alimentos ficaram um pouco mais caros em dezembro, mas subiram abaixo da inflação geral do mês. A variação do grupo Alimentação e Bebidas foi de 0,33%, com alta maior nas refeições feitas fora de casa (0,43%) – puxados pelos preços das frutas consumidas na hora (5,60%) e do frango assado (3,14%).

Já os alimentos comprados nas feiras e supermercados para consumo em casa subiram menos (0,27%). Os que mais subiram foram os cereais, leguminosas e oleaginosas (7,6%), com destaque para o prato brasileiro tradicional com arroz e feijão. O arroz agulha subiu 9,1% e o feijão preto teve alta de 8,9%.

As frutas encareceram 1,75%, com destaque para a maçã (10,7%), laranja paulista (8%) e mamão (6,3%). Os preços das carnes ficaram praticamente estáveis (0,01%) e os das aves e ovos tiveram queda (-0,63%), assim como leite e derivados (-2%) – puxados pelo leite longa vida (-3,4%).

Outros preços

Os preços ligados aos transportes subiram 0,60% em dezembro (um pouco acima da inflação do mês), puxados pela alta de 1,9% nos combustíveis. Outros grupos que tiveram aumentos foram habitação (0,39%), saúde e cuidados pessoais (1,73%), despesas pessoais (1,68%) e vestuário (0,17%).

Por outro lado, dois grupos tiveram redução média nos preços: artigos de residência (-1,13%) e serviços de comunicação (-0,21%). Já os preços ligados a educação ficaram praticamente estáveis (0,03%).

Inflação em 2022

O Índice de Custo de Vida registrou em 2022 uma inflação acumulada de 4,61% – bem menor que a de 2021, que chegou a 10,64%.
Mas no grupo que mais pesa no orçamento, o de alimentação e bebidas, os preços subiram 9,40%, mais que o dobro da inflação geral acumulada no ano. Esse grupo representa cerca de um quinto do gasto mensal médio das famílias. A cebola de cabeça, por exemplo, ficou 67% mais cara em 2022. A batata inglesa subiu 57%.

Os preços dos produtos e serviços ligados à educação – embora pesem bem menos no orçamento das famílias – tiveram uma alta ainda maior (9,54%). Por outro lado, comprar roupas ficou mais barato em 2022. Os preços do grupo vestuário tiveram redução de 6% em 2022.

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de dezembro.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (de junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.

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