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João Salem apresenta esculturas hiper-realistas em mostra inédita em Florianópolis

"Ônus da Redenção", que transforma dor em arte e convida à reflexão sobre os conflitos que não deixam vencedores, abre dia 29 de agosto, no CIC

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A partir de 29 de agosto, a Sala Lindolf Bell II – Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, se transforma em território de memória, dor e beleza com a exposição inédita “Ônus da Redenção”, do artista João Salem. A mostra reúne esculturas hiper-realistas, vídeos, fotografias e objetos que encaram de frente os conflitos invisíveis, aqueles que não deixam medalhas, apenas marcas.

Autista diagnosticado com nível 1 de suporte, Salem canaliza sua vivência em obras que não pedem respostas, mas provocam perguntas. “Durante anos, vivi com comorbidades que só agora, com tratamento psicológico e medicação adequada, começaram a fazer sentido. A arte me ajuda a entender e a elaborar tudo isso”, afirma o artista.

Com curadoria de Letícia Novelletto e co-curadoria de Caelan Noir, “Ônus da Redenção” propõe uma reflexão sobre o preço que se paga em batalhas, sejam internas ou externas, nas quais não há vitoriosos. “Não existe absolutamente nada que justifique uma guerra”, destaca Salem.

A exposição é resultado de meses de trabalho e apresenta oito esculturas hiper-realistas, além de vídeos, fotografias e objetos que compõem uma narrativa sensível e provocadora. Ao longo do período expositivo, novas peças do artista serão incorporadas à mostra. As obras terão audiodescrição e no evento de abertura, bem como na roda de conversa, programada para o dia 16 de setembro, a partir das 16h, haverá intérprete de Libras.

Salem revela que, além do silicone e da resina, cerca de 90% das peças são confeccionadas com materiais reciclados e reaproveitados. “Uso tudo o que vejo potencial artístico: restos de metal como panelas e talheres, pedaços de madeira, de cabos de vassoura a pequenos troncos e tábuas, retalhos de tecido, papelão, coadores de café, objetos plásticos, isopor de embalagens, entre outros elementos que, ao meu olhar, converse com a obra, é utilizado”, compartilha o artista.

Esta é a primeira vez que João Salem expõe no CIC, e a escolha do espaço reforça a potência do projeto. “Minha expectativa é que eu consiga transmitir uma reflexão com relação ao tema e que apreciem meu tipo de arte. O espaço sem dúvidas é o melhor para o momento”, comenta o artista que está cursando a primeira fase do curso de licenciatura em História na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Com produção executiva da Mr. Sun Cultural, assistência de Gabriela Marques, design de Pedro Sertã e montagem por Carlos Massari, “Ônus da Redenção” poderá ser visitada até 23 de setembro de 2025, de terça a domingo, das 10h às 21h, na Sala Lindolf Bell II, que integra o Centro Integrado de Cultura (CIC), localizado na Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, bairro Agronômica, em Florianópolis/SC. A entrada é gratuita.

Proposta executada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura, com recursos do Governo Federal e da Política Nacional Aldir Blanc.

Sobre o artista

Residente em Florianópolis, diagnosticado com TEA (Transtorno do Espectro Autista), João Carlos Salem é uma figura singular na escultura hiper-realista brasileira. Com mais de 35 anos de prática, ele transcende sua origem profissional e explora o potencial da escultura como meio de representação humanística e histórica.

Autodidata, desenvolveu um refinamento técnico incomum ao longo de décadas, fundindo precisão anatômica a uma sensibilidade crua. Inspirado por mestres do hiper-realismo como Ron Mueck e Jamie Salmon, seu trabalho, porém, carrega uma assinatura própria: a capacidade de congelar não apenas formas, mas narrativas. Suas peças, por vezes perturbadoras, funcionam como espelhos da condição humana — expondo fragilidades, violências e paradoxos históricos com uma intensidade que vai além do visual. Em suas mãos, resinas, silicones e pigmentos convertem-se em metáforas de carne e memória, convidando o espectador a confrontar o que a história tenta esquecer.

O que é hiper-realismo?

Obras hiper-realistas reproduzem detalhes minuciosos da realidade, capturando texturas, luzes, reflexos e expressões com precisão impressionante, fazendo com que o resultado pareça quase uma fotografia ou até mais real do que a própria imagem capturada. Esse estilo busca não só a reprodução fiel da aparência externa, mas também transmitir emoções, atmosferas e narrativas profundas, revelando camadas escondidas da experiência humana.

Serviço: Abertura exposição “Ônus da Redenção”, de João Salem

Data: 29 de agosto, sexta-feira, às 19h
Local: Sala Lindolf Bell II – Centro Integrado de Cultura (CIC) (Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600 – Agronômica, Florianópolis/SC)

Visitação gratuita de 30 de agosto a 23 de setembro de 2025, de terça a domingo, das 10h às 21h

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