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Maternidade do HU-UFSC completa 30 anos com conquistas e de olho no futuro

Em solenidade no hospital, dirigentes lembraram papel de pioneiros e falaram de projetos de melhoria

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Chegar aos 30 anos é um momento importante para comemorar as conquistas, refletir sobre o caminho percorrido, os pontos positivos, as dificuldades que enfrentou e reunir esta experiência para enfrentar novos desafios e olhar o futuro. Com este espírito, profissionais do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), promoveram, neste mês, uma série de atividades para falar da história da maternidade da instituição, que foi ativada no dia 24 de outubro de 1995. O HU-UFSC é vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Criada com uma filosofia de vanguarda para a época, a Maternidade do HU-UFSC é um exemplo de práticas humanizadas envolvendo a mulher, o bebê e a família. Foi pioneira na implantação de princípios que permitem, por exemplo, que a mulher escolha um acompanhante, o que acabou se tornando uma lei nacional; priorizou uma atenção interdisciplinar pensando na família como um todo e criou projetos como o Grupo de Casais Grávidos, uma referência na região, além de colecionar títulos como a iniciativa Hospital Amigo da Criança e reunir histórias que marcaram a vida das pessoas.

Para lembrar desta trajetória, foram organizados encontros científicos, palestras, atividades envolvendo pacientes e colaboradores e homenagens a personagens que fazem parte da história da maternidade onde hoje são realizados 143 partos por mês em média, considerando os dados deste ano até o mês de setembro. Do total de partos, mais de 65% são normais, resultado de uma política de atenção integral em todas as fases.

Coordenadora destaca atenção humanizada

Na solenidade oficial de abertura das atividades comemorativas, realizada no auditório do hospital no dia 23 de outubro, a Terapeuta Ocupacional Débora Evelyn Félix Quirino de Almeida, coordenadora da Comissão de Apoio à Maternidade, fez questão de parabenizar a equipe pelos 30 anos de história. “A maternidade do HU se destaca pela assistência humanizada, pela valorização do ensino e pelo compromisso com as boas práticas baseadas em evidências científicas. Esses pilares também inspiraram o tema que norteia toda a programação comemorativa: Maternidade HU-UFSC: 30 anos de assistência e ensino que transformam”, disse.

O chefe da Divisão Médica do HU-UFSC, Luiz Fernando Sommacal, falou da emoção de participar do evento. “São três décadas de história, três décadas de vidas que vieram ao mundo sob os cuidados, a competência e o afeto de tantos profissionais que fizeram dessa maternidade não apenas um local de nascimento, mas um símbolo de humanização e de amor à vida”, afirmou, lembrando que, para chegar à excelência de hoje, há toda uma história que deve ser preservada.

Ele citou o exemplo do professor Carlos Eduardo Andrade Pinheiro Maninho, que faleceu em julho deste ano, e foi um dos homenageador no evento. “Médico pediatra, docente dedicado, pesquisador e acima de tudo visionário da saúde pública, enxergou o que poucos viam.  Ele acreditava que a universidade precisava ter uma maternidade e modelo que unisse ciência e sensibilidade, formação técnica e acolhimento humano. Não uma maternidade qualquer, mas um espaço onde o nascimento fosse vivido com dignidade, respeito e afeto”, celebrou.

Papel do hospital na rede pública

A coordenadora técnica da Cooperação IFF/Ebserh, Mônica Reis, ressaltou, em nome do Ministério da Saúde, a importância do envolvimento dos profissionais na construção da história da maternidade. “Nós reconhecemos aqui a entrega pessoal de cada um e de cada uma que tem colocado seus talentos a favor das pessoas que escolhem ter uma experiência positiva e segura nessa maternidade”, afirmou.

A diretora do Hospital Infantil Joana de Gusmão, Maristela Cardoso Biazon, destacou o papel da maternidade na rede pública de saúde em Santa Catarina. “Esse hospital é referência para todos. E como é importante a gente ver essa parceria entre universidade, Estado e União. Porque é isso que eu acho que torna a saúde pública referência e dá força para que hoje a gente chegue a 30 anos celebrados dessa maternidade tão importante, tão relevante para o Estado”.

Reformas e projetos

O superintendente do hospital, Spyros Cardoso Dimatos, lembrou do impacto de um serviço de qualidade para as famílias atendidas pelo HU. “Cada nascimento representa não apenas o início de uma nova vida, mas também a materialização da missão pública do nosso hospital e da nossa universidade.  O HU da UFSC, enquanto hospital-escola, tem na maternidade um dos seus maiores símbolos, a integração entre ensino, pesquisa e assistência, que forma gerações de profissionais e transforma a realidade de saúde em nosso estado.  Nada disso seria possível sem o trabalho incansável das nossas equipes”, disse o gestor.

Segundo ele, a solenidade de comemoração do aniversário da maternidade é momento de pensar no futuro. “Celebrar 30 anos é também reafirmar o compromisso com o futuro. Nos últimos dois anos, a maternidade vem passando por importantes melhorias estruturais e assistenciais”, afirmou, citando a reabertura do Espaço Canguru, a reforma do Alojamento Conjunto e o projeto do novo centro obstétrico. “Essas ações reafirmam o compromisso da Universidade Federal de Santa Catarina, da Ebserh e do HU com a melhoria contínua da assistência, da formação e da infraestrutura do nosso hospital”, afirmou.

Programação tem atividades para gestantes e funcionários

A programação do aniversário do HU começou no dia 20 de outubro, com atividades sobre práticas integrativas para profissionais do HU-UFSC e prosseguiu no dia 21, com essas ações voltadas para gestantes internadas e puérperas da Neonatologia. No dia 22, foi montado um ateliê de cuidados para gestantes do ambulatório do HU-UFSC, com maquiagem, pintura de barriga, salão de beleza e ensaio fotográfico.

No dia 24, foram realizadas mesas-redondas abordando temas como políticas públicas de atenção ao parto e ao nascimento; legislação e ações voltadas ao combate à violência contra a mulher; atuação do enfermeiro obstetra; atendimento às vítimas de violência sexual; medicina fetal e conferências sobre luto perinatal e aleitamento materno no contexto da iniciativa Hospital Amigo da Criança.

Humanização e acolhimento desde o primeiro dia

Exemplos de quem participou desta história não faltam. É o caso de Antônia Andrade, uma técnica de enfermagem que foi atendida em outubro de 1995 e se tornou a mãe do primeiro bebê a nascer na maternidade do HU-UFSC: “Quando cheguei lá, vários profissionais vieram falar comigo e assim nasceu o meu amor, saudável e cercado de profissionais que dedicaram a ele cuidados importantes e que mostravam, desde aquela época, a qualidade da Maternidade do hospital”.

Este bebê hoje, como a Maternidade, completou (ele não gosta de comemorar aniversários) 30 anos e reconhece que tem uma forte ligação com o HU. Ele é servidor público da área de saúde e, como a equipe da Maternidade, desde cedo assumiu seus compromissos e está sempre preocupado com o futuro da família.

“Fazer 30 anos não muda muita coisa para mim, não sou de comemorar aniversários. Sou pai de uma menina de oito anos e de um menino de cinco. Sou pai desde cedo, 21 anos, e sempre quis ter esta responsabilidade. Mas acho gratificante ser lembrado nos aniversários da Maternidade, uma referência aqui no Estado. Minha mãe já trabalhou lá e a gente sabe que é um local acolhedor para as mães, para os bebês e para os acompanhantes”, resume.

A importância da Maternidade

Quem se lembra bem desta história é a psicóloga Zaira Custódio, uma das integrantes da equipe que criou a Maternidade e acolheu Antônia e Wesley. Consultora do Ministério da Saúde para o Método Canguru, ela filmou o nascimento do menino e fala da importância desta Maternidade para o cenário local e nacional.

“Nós elaboramos princípios filosóficos que norteariam essa prática essencial, e um deles é garantir que a mulher escolhesse um acompanhante para estar com ela no processo de parto e nascimento e até o puerpério”, afirmou Zaira, lembrando que este princípio levou, em 2004, alguns representantes da maternidade até o Senado Federal para mostrar essa boa prática. “Isso culminou na lei do acompanhante, sancionada em 2005”, afirmou.

Zaira lembra que, nestes 30 anos, há muitos momentos importantes. “É difícil identificar somente um ou outro, mas tem questões como o parto humanizado, que foi um dos grandes pilares de nossa Maternidade, onde a mulher pode escolher a posição e a forma de parir, e o incentivo e apoio à prática do aleitamento materno que já em 1997 nos condecorou, digamos assim, como o Hospital Amigo da Criança, por praticar o estímulo à proteção e o apoio à amamentação”, tentou resumir.

Em processo de pré-aposentadoria, a psicóloga lembra que ainda há muitos desafios pela frente. “Eu espero deixar todo esse legado que foi construído com muita motivação, com estudo, envolvimento e uma postura político-filosófica de oferecer ao usuário do SUS o que ele tem de direito, com base no conhecimento científico”.

Rede Ebserh

O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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