Um sistema de alta tecnologia e inteligência de dados que adota recursos de inteligência artificial (IA) está mudando a saúde pública de Palhoça. O município hoje tem melhores indicadores de Atenção Primária à Saúde (APS) que a média de Santa Catarina, do Brasil e de cidades do mesmo porte.
Os bons números impactaram nas recentes eleições, com a reeleição do prefeito Eduardo Freccia, com 52,6% dos votos, que tem como vice o ex-secretário de Saúde, Rosiney Horácio, responsável pela adoção da Plataforma Radar Saúde, em fevereiro de 2023.
Além disso, no final de setembro, a UPA do Bairro Bela Vista, administrada pela organização social Ideas em parceria com a prefeitura, foi consagrada com a certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA), um reconhecimento nacional à qualidade dos serviços prestados no local.
Nos últimos quatro anos, a Atenção Primária à Saúde, de acordo com os indicadores oficiais de APS do Ministério da Saúde, saiu de uma pontuação de 2,37, no segundo semestre de 2020, para 9,45 no primeiro quadrimestre de 2024 – mais recente índice divulgado pelo governo federal.
“Este aumento evidencia a eficácia das intervenções realizadas pela Secretaria de Saúde de Palhoça”, destaca a secretária Sandra Ribeiro de Abreu, que era diretora de Atenção Integral à Saúde antes de assumir o comando da pasta.
A APS é o primeiro nível de atenção em saúde e trata-se da principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). “A partir de agora, para a Atenção Primária, seguiremos com ações para o aumento de oferta de acesso para a população, com novas unidades de saúde e, principalmente, com a extensão de horários para atendimento”, projeta a secretária Sandra Abreu.
Os indicadores locais de APS, medidos a cada quadrimestre pelo Ministério da Saúde, aceleraram a partir do começo de 2023, quando foi adotada a plataforma Radar Saúde e a pontuação do município saiu de 6,14 para os atuais 9,45. “Para a atuação das equipes em todo o território municipal, o sistema Radar trouxe o levantamento nominal dos pacientes de pré-natal (consultas/testagem rápida/avaliação odontológica), hipertensos, diabéticos, crianças e adultos com a vacinação em atraso, além de um fazer um monitoramento do alto risco cardiovascular da população”, ressalta a secretária de Saúde de Palhoça. “Pacientes que não acessavam os cuidados de uma equipe de saúde há tempos seguiram com atendimento e revisão de seus cuidados em saúde”, observa.
A plataforma de gestão estratégica, que hoje está presente em municípios de sete estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, complementa, mas não se sobrepõe à utilização dos sistemas de prontuário eletrônico.
“A plataforma Radar foi integrada ao processo de trabalho das equipes de saúde primária com foco em várias frentes: o monitoramento inteligente de riscos, a busca ativa de vacinas, o acompanhamento da produção de profissionais e a garantia de financiamento”, explica Udo Hawerroth, CEO da Radar Saúde, empresa com sede em São José.
No monitoramento inteligente de riscos foram adotadas ferramentas de inteligência artificial para identificar cidadãos com fatores de risco relacionados a condições crônicas e possíveis agravamentos. “Isso permite uma intervenção precoce, reduzindo o número de complicações agudas e internações”, explica Hawerroth.
Na busca ativa de vacinas é feito o monitoramento automatizado da vacinação, alcançando e orientando aos cidadãos com vacinas em atraso, de forma a garantir uma cobertura vacinal mais integral.
O sistema também faz um monitoramento sobre a produção dos profissionais, oferecendo dados atualizados para uma gestão mais eficiente do setor, e aplica estratégias e soluções que assegurem o cumprimento de regras federais e estaduais que permitem o acesso de recursos financeiros condicionados ao desempenho da APS. “O Radar deu essa visibilidade dos dados que facilitou muito toda essa integração da rede de saúde”, pontua a secretária Sandra.
Com a pontuação de 9,45, Palhoça está acima da média do indicador de Santa Catarina (8,03), da média do Brasil (8,26) e acima da média de municípios do mesmo porte (7,4). Também é superior aos indicadores de Florianópolis e de São José, ambas com 7,48, segundo os dados do Ministério da Saúde. E no país todo, na faixa populacional de municípios de 200.000 a 280.000 habitantes, está empatado em 5º lugar com Sobral (CE), atrás apenas de Presidente Prudente (SP), com 9,82, Juazeiro do Norte (CE), 9,68; e Viamão (RS), 9,49.
“A gestão municipal da saúde em Palhoça alcançou um parâmetro acima da média, segundo a avaliação do Ministério da Saúde, resultado alcançado mediante ações estratégicas para a população do município”, ressalta a secretária.
Palhoça adota inteligência artificial e de dados para mudar a saúde pública local
O município hoje tem melhores indicadores de Atenção Primária à Saúde (APS) que a média de Santa Catarina, do Brasil e de cidades do mesmo porte