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Parceria entre Fundesj e Cultura vai oficializar cursos da Escola de Oleiros de São José

Acordo já firmado estuda melhores formatos para certificação e validação acadêmica da formação oferecida na única escola de oleiros da América Latina

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A tradição centenária da louça de barro de São José está prestes a ganhar um novo capítulo. Já foi firmada uma parceria entre a Secretaria de Cultura e Turismo e a Fundação Educacional de São José (Fundesj) que visa certificar oficialmente os cursos oferecidos pela Escola de Oleiros Joaquim Antônio de Medeiros. O próximo passo, já em andamento, é definir a melhor forma de implementar essa certificação, garantindo que o saber transmitido na escola possa ser reconhecido por instituições de ensino superior no Brasil e até no exterior.

A proposta busca transformar em reconhecimento acadêmico o que há décadas é ensinado de mestre para aprendiz, preservando uma das tradições culturais mais importantes de Santa Catarina. “Já demos o primeiro passo, agora estamos estudando como fazer essa validação da melhor forma possível, respeitando as características únicas do ofício e a carga histórica que ele carrega”, explica o secretário de Cultura e Turismo, Toninho da Silveira.

A Escola de Oleiros é referência nacional na arte da cerâmica tradicional e única em sua categoria na América Latina. Fundada em 1992 na antiga Fábrica de Louças de Joaquim Antônio de Medeiros, a escola oferece cursos gratuitos à população e conta atualmente com mais de 190 alunos entre crianças, jovens e adultos. O objetivo agora é garantir que o conteúdo ministrado nos cursos – como Roda de Oleiro, Modelagem Figurativa e Modelagem Diversa – seja reconhecido formalmente com certificações válidas, inclusive em programas de graduação e pós-graduação.

Para a superintendente da Fundesj, Maria Helena Krüger, o projeto está alinhado à missão da Fundação. “Estamos falando de uma formação que une técnica, história e identidade cultural. Com essa parceria, queremos dar aos alunos a possibilidade de validar seu conhecimento e ampliar suas perspectivas educacionais e profissionais”, destaca.

A coordenadora da escola, Tereza Bez, reforça que essa é uma antiga demanda dos alunos e mestres. “Sempre recebemos pedidos de alunos que desejavam transformar o que aprenderam aqui em um diploma reconhecido. Essa nova etapa é muito significativa, pois leva o que já fazemos com tanto cuidado e tradição a um novo patamar.”

Entre os professores da escola está Ivo dos Santos, mestre com mais de 30 anos de experiência, membro da quarta geração de oleiros da família. Para ele, o momento é histórico. “A gente aprendeu com os pais, os avós, no barro mesmo. Ver isso sendo levado para o campo acadêmico, com a possibilidade de reconhecimento formal, é emocionante. A tradição ganha um novo fôlego.”

Além da formação prática, a escola é um espaço de memória viva. Suas salas abrigam exposições permanentes de peças históricas, com visitação aberta ao público, integrando o patrimônio cultural e turístico da cidade.

A expectativa é que, após concluída a fase de estudos, os primeiros certificados passem a ser emitidos ainda nesta gestão, respeitando as diretrizes pedagógicas e a legislação educacional vigente. O modelo, além de resgatar e valorizar o ofício tradicional, também pode servir de referência para outras iniciativas culturais do país.

“Certificar é oficializar o que já é feito com excelência. É dar legitimidade a uma tradição que molda a identidade de São José e precisa ser preservada e reconhecida com o mesmo cuidado que temos com qualquer formação acadêmica”, conclui Toninho da Silveira.

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