PFão do Topázio: o mico do verão
A temporada de verão em Florianópolis está apenas começando, mas já podemos eleger a estapafúrdia ideia do prefeito Topázio Neto (PSD) de impor aos detentores dos quiosques das praias a venda do chamado Prato Manezinho como o fiasco do verão em Floripa. Um prato pouco visto por turistas e moradores e recheado com muita polêmica e insatisfação.
Uso para ilustrar esse comentário o print de uma postagem do Floripa Mil Grau revelando a indignação de uma manezinha ao receber um prato manezinho que mais parece aqueles PFs de quinta categoria. Entretanto, essa manezinha nem pode muito reclamar. Ao menos encontrou o dito cujo. Muitos sequer o viram, só ouviram falar.
Eu mesmo sou prova disso. Final de semana estive em Daniela com a família. Ao pedir uma comida não localizamos o dito prato no cardápio do quiosque, apenas uma placa no estabelecimento indicava que teriam o PFão do Topázio a 35 reais. Porém, ocultaram-no do cardápio, talvez para ninguém pedir. Questionado, o garçom disse que não tinham, pois os ingredientes teriam acabado. Pedimos então um completão de frutos do mar, peixe, frango, batata frita e tudo mais a um valor superior a 300 reais. Engraçado, com muitos ingredientes que comporiam ao dito prato Mané.
A verdade é que os quiosques resistem em atender a norma imposta através da licitação. O prefeito exigiu que os adquirentes das concessões dos quiosques oferecessem o prato (com 300 gramas de frutos do mar; pirão ou arroz de acompanhamento; batata frita; e refrigerante ou água), mas a realidade é outra. O lucro é muito pequeno e os comerciantes preferem vender esses ingredientes separadamente em porções. Sem falar na falta de estrutura de muitos para preparar o prato.
Temos que ser justos, alguns poucos quiosques respeitam a norma e oferecem o prato. O julgamento da qualidade do que servem fica ao critério do cliente. Tem também aqueles que oferecem até um determinado horário do dia, depois, subitamente, acabam os ingredientes. O erro é que o PFão foi imposto através do edital, não foi debatido com os comerciantes. E tudo que é imposto, já nasce com aversão.
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Tentou regular o mercado
O prefeito Topázio deu um tiro no pé ao tentar regular um mercado que tem regras próprias. Se a ideia era combater os preços abusivos não deu certo. Meteu-se em um ringue onde os lutadores já têm suas próprias armas desde que existe praia em Floripa. O comerciante tenta explorar na temporada – alguns para não trabalhar o resto do ano – e o turista se defende como pode. Ou não compra, ou leva comida de casa, enfim, dá seu jeito.
E o livre comércio?
Por mais que a imposição do PFão do Topázio foi feita através da concessão de um espaço público (ou seja legalmente viável), é uma afronta ao liberalismo econômico, uma das idéias centrais de boa parte das lideranças políticas que o apóiam. Topázio tentou regular o mercado, numa clara agressão a iniciativa privada e aos comerciantes.
Pena que defensores da liberdade econômica como Bruno Souza e a vereadora Manu Vieira estão tolhidos de defender suas bandeiras e valores, amordaçados com cargos no Secretariado do novo governo, senão, Topázio iria ver. Seus posts e vídeos defendendo a liberdade econômica, o livre comércio e a menor interferência do Estado nos negócios, iriam ecoar Floripa a fora. Seriam percebidos até pelas almas de Adam Smith e Milton Friedman, que Deus os tenha. Seria uma revolução liberal transcendental!
Mas, como Manu (futura secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo) e Bruno (futuro secretário de Assistência Social) estão alinhados com o prefeito, suas vozes foram caladas. Floripa precisa de novos defensores da liberdade econômica. Quem se habilita? Mas, não pode depois se calar por cargo!
Penalização
Como uma boa parte dos quiosques não deu bola pra ideia do prefeito, foi acionada a fiscalização. Nos últimos dias foram noticiados vários casos de comerciantes autuados. Resumo da presepada: o cidadão gasta uma pequena fortuna pra ter um quiosque na praia, o Poder Público exige que ele venda um produto que quase não lhe dá lucro pra tirar seu investimento e ainda por cima é autuado. Será que já dá pra chamar Topázio de comunista? Há se fosse um prefeito de esquerda.
Pegou pra Cristo!
Mais uma trapalhada do prefeito Topázio nesta temporada de verão foi gravar um vídeo e, sem apresentar comprovação técnico-científica alguma, dizer que alimentos de praia como queijo coalho, são os grandes culpados pelo surto de virose na atual temporada. Quer dizer que o esgoto que é despejado praticamente in natura em nossas praias – que não é devidamente tratado pelo poder público – não é o culpado das viroses? Será que o prefeito acha que todo mundo que sofreu ou sofre com viroses nesse verão comeu queijo coelho? É cada uma, que parece duas…
Qual compromisso?
A eleição pra presidência da Câmara de Floripa já passou, o João Cobalchini já levou, mas uma pergunta ficou ecoando na cabeça de todo mundo. O que o vereador radical da esquerda Afrânio Boppré (PSOL) quis dizer ao votar em Cobalchini “por compromisso republicano”? À boca pequena surgiram desde então vários suposições. Eu fico com a explicação de uma palavra com cinco letras no plural que começa com c, seguida por a, r, g, o, s.
Biruta de Aeroporto
Aliás, o PSOL desempenhou o papel de biruta de Aeroporto na eleição da presidência da Câmara. Não votou no PT (que tinha como candidata a presidência Carla Ayres) e depois quis usar o suposto bloco com o PT, anunciado no início da sessão, para questionar a falta de proporcionalidade na Mesa.
Tem que mudar essa data de posse. Dia primeiro de janeiro é sempre complicado, pessoal está meio alto ainda pelo réveillon…
As mágoas
O que se viu na eleição da Mesa Diretora da Câmara da Capital são as mágoas ainda da divisão que se deu entre PT e PSOL na eleição municipal. Vamos falar a verdade, os petistas foram egoístas. Deveriam ter apoiado Marquito (PSOL) que estava com uma candidatura muito mais encaminhada e no auge do seu momento político.
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Descontentamento
Nos bastidores políticos de São José, cresce a insatisfação entre membros do MDB em relação às nomeações feitas pelo prefeito Orvino Coelho de Ávila (PSD). Apesar de contar com o vice-prefeito Michel Schlemper e quatro vereadores eleitos, o partido sente que não está sendo consultado sobre as decisões para cargos importantes na administração municipal, o que tem gerado um sentimento de desvalorização dentro da legenda.
Descontentamento (II)
A nomeação de Andrea Grando, que não participou como candidata das últimas eleições, para liderar uma secretaria de destaque, é um exemplo que tem sido amplamente comentado entre os membros do MDB. Para muitos, essa decisão simboliza a preferência por nomear figuras externas ao processo eleitoral para posições estratégicas, enquanto o MDB continua com espaço limitado no governo municipal.
Descontentamento (III)
Há também relatos de que dois vereadores do MDB foram abordados diretamente pelo prefeito Orvino, o que teria causado desconforto no partido. Essas negociações ocorreram sem a participação do presidente da legenda, vereador Sanderson de Jesus, e do vice-prefeito Michel Schlemper, o que acabou enfraquecendo a posição do MDB e gerando tensões internas.
Será?
Em tempo, a nomeação de Silvinei Vasques (PL), que estaria prestes a migrar para o PSD, para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação, e da ex-vereadora Méri Hang (PSD) para a Secretaria de Governo, tem alimentado especulações nos bastidores políticos. Ambos são vistos como possíveis favoritos do prefeito Orvino para as eleições de 2028, sugerindo que ele pode estar construindo novas alianças. Isso levanta a questão de se os acordos políticos, especialmente com o principal aliado, o MDB, serão mantidos ou se o cenário político está sendo redesenhado para o futuro.
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