O Museu da Escola Catarinense (MESC) foi palco da cerimônia de premiação da 6ª Transforma – Festival Internacional de Cinema da Diversidade de Santa Catarina, na última quarta-feira (18). A programação iniciou com o anúncio dos destaques desta edição, que exibiu de 7 a 18 de dezembro a incrível marca de 82 filmes nacionais e internacionais, além de realizar debates, apresentações artísticas e feira de empreendedorismo, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Contando com 38 diferentes categorias, entre juri técnico e voto popular, os prêmios Unicórnio de Ouro, Olhar Transformador e Afronte — além das mostras Tela Drag, Drica D’Arc de Cinema Trans, Melô, Animaqueer, Queerança e Catarinense — reconheceram o talento dos mais diversos profissionais do audiovisual que celebram a comunidade LGBTQIAPN+. Também foram distribuídos dois prêmios simbólicos, o Prêmio Bapho Cultural para o filme Marretada Trans, de Chapecó, e o Prêmio ADEH para AMA Florianópolis (Associação dos Pais e Amigos de Autistas).
Embora a premiação encerre o ciclo de 12 dias de programação, o Transforma segue em 2025 com circulação por 6 municípios catarinenses, levando os filmes premiados a cidades pequenas, além de 10 EJAs em Florianópolis, construindo debates com a comunidade. Por todo o estado de Santa Catarina também haverão oficinas focadas em construção de setoriais de cultura LGBTQIAPN+, apresentando a importância de constituírem coletivos que pautem as políticas públicas de diversidade. Pela primeira vez, também será realizada a Conexão Transforma, em Foz do Iguaçu, levando o festival para cidades de fronteira, estreitando os laços com a América Latina.
Após a cerimônia, a celebração seguiu com o Cortejo Cultural, realizado pelo Blocu Sapatransviade e com presença de Patrícia Fonttine, musa trans do carnaval de Florianópolis, que foi porta-estandarte da Transforma, enchendo as ruas do Centro Leste com música, dança e muita energia. Para completar a noite, foi inaugurada uma placa simbólica “Esquina Drica D’arc”, no encontro da Rua Nunes Machado com a Rua Victor Meirelles, como homenagem póstuma a uma das mais importantes realizadoras do festival, que também foi honrada com uma mostra própria focada em cinema trans nesta edição. Na sequência, o Bugio Centro recebeu a banda Pitombas do Amor, para encerrar a noite com um show que celebra a brasilidade.
Para Artur Gomes, diretor geral da Transforma, “essa foi uma edição muito desafiadora, especialmente por termos sofrido censura e perdido nossa querida Drica D’arc Meirelles, mas viemos até aqui não somente afetadas pelo poder transformador do audiovisual, mas da força transformadora que encontramos umas nas outras. Estamos sempre juntas por um só propósito: a arte”. Para ele, o 6ª ano do projeto foi um retrato do que desejam para o futuro: mais liberdade, autenticidade e acessibilidade, e adianta que a 7ª edição será ainda maior, mais forte, diversa e transformadora. “A essência de tudo o que fizemos nos últimos 12 dias, além dos 5 meses de pré-produção, é que quando nos reconhecemos em nossas diversidades, nos tornamos maiores e celebramos nossas diferenças, porque nelas está nossa força”, declara.
A Transforma deste ano já se tornou um marco de resistência e celebração para a comunidade LGBTQIAPN+, consolidando-se como um espaço de visibilidade e transformação social. Mais detalhes sobre a programação completa da última pelo site festivaltransforma.com.br.
Confira a lista completa dos filmes premiados na 6ª Transforma:
Júri Técnico
Prêmio Unicórnio de Ouro – Longas:
- Filme – Casebre
- Documentário – Salão de Baile – This is Ballroom
- Atuação – Casebre (Paula Passos)
- Atuação – Casebre (Gregório Benevides)
- Roteiro – Entre Vênus e Marte
- Direção – Salão de Baile – This is Ballroom
- Direção de Arte – Salão de Baile – This is Ballroom
- Direção de Fotografia – Diameyka Odara em Estado de Beleza
- Desenho de Som – Diameyka Odara em Estado de Beleza
- Trilha Sonora – Casebre
- Montagem – Salão de Baile – This is Ballroom
Prêmio Unicórnio de Ouro – Curtas:
- Filme – Todas as Memórias que Você Fez para Mim
- Documentário – Vollúpya
- Atuação – A invenção do Orum (Jessica Telles)
- Atuação – O Caderno de Avenca (Aisha Brunno)
- Roteiro – Todas as Memórias que Você Fez para Mim
- Direção – Todas as Memórias que Você Fez para Mim
- Direção de Arte – Kila & Mauna
- Direção de Fotografia – Se Eu Tô Aqui é Por Mistério
- Desenho de Som – 2 + 2 = Peixe
- Trilha Sonora Se Eu Tô Aqui é Por Mistério
- Montagem – ZAGÊRO
Prêmio Olhar Transformador – Longas:
- Ficção – Entre Vênus e Marte
- Documentário – Salão de Baile – This is Ballroom
Prêmio Olhar Transformador – Curtas:
- Ficção – Se Eu Tô Aqui é Por Mistério
- Documentário – RETOMADA
Prêmio Afronte
- Longa – Toda Noite Estarei Lá
- Curta – Surdir
Júri Popular
Prêmio Unicórnio de Ouro (Voto Popular) – Longas:
- Filme: Casebre
- Documentário: Diameyka Odara em Estado de Beleza
Prêmio Unicórnio de Ouro – Curtas (todas as mostras do festival):
- Filme (Voto Popular): A Dita Filha de Claudia Wonder
- Documentário (Voto Popular): Para Carlos
Curtas Mostras Temáticas:
- Mostra Tela Drag – Divina
- Mostra Drica D’Arc de Cinema Trans – O Caderno de Avenca
- Mostra Melô – Todas as Memórias que Você Fez para Mim
- Mostra Animaqueer – Deixa a Boneca no Carro
- Mostra Queerança – A chuva não me viu passar
- Mostra Catarinense – Cuidado que eu Corto
Sobre a Transforma
Produzida pela BAPHO Cultural de Florianópolis e pela Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade (ADEH), a Transforma é o único festival de cinema LGBTQIAPN+ do sul do país em atividade e um dos poucos a exibir filmes que abordam com profundidade temáticas relacionadas às discussões sobre diversidade sexual, gênero e cultura queer. Desde a sua edição inaugural, realizada em 2018, foram inscritos mais de 400 produções originárias de todas as regiões do Brasil, além de aproximadamente 700 internacionais de países como Irã, Argentina, Espanha, Portugal, EUA e outros.
Apoio
A 6ª Transforma é um projeto financiado pelo edital Prêmio Catarinense de Cinema (edição 2023), do Governo do Estado de Santa Catarina, via Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura e Governo Federal. O evento conta também com o apoio institucional do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina – CEART/UDESC.