A Prefeitura de São José deu início a uma nova fase no processo de modernização do transporte coletivo municipal. Em reunião com a equipe da Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), foi apresentado o modelo inicial que servirá de base para a futura licitação do sistema, cuja última atualização formal ocorreu em 2008.
A expectativa é de que até novembro o estudo esteja concluído, com planilhas de custos e diretrizes operacionais para embasar a elaboração do edital. Entre as propostas apresentadas está a ampliação do sistema, que atualmente conta com sete linhas e 20 ônibus operados por três empresas, para inicialmente até 14 linhas e 30 veículos, incluindo duas circulares, podendo esses números serem alterados de acordo com os estudos.
Outra proposta apresentada e que será analisada é reduzir o custo da passagem, que hoje gira em torno de R$ 6,00 em dinheiro, para cerca de R$ 4,50, valor considerado mais compatível com a realidade local e regional.
O modelo prevê ainda pontos de integração temporal — permitindo que os passageiros embarquem em qualquer local dentro de um período definido — e sistemas especiais de estrutura em áreas estratégicas. Outro avanço será o controle de bilhetagem, que permitirá maior eficiência na gestão e no aperfeiçoamento do serviço.
O estudo, realizado com apoio técnico do LabTrans/UFSC, foi embasado por uma ampla coleta de dados feita nos meses de junho e julho. A metodologia contemplou três frentes principais: Pesquisa Origem e Destino, com 902 entrevistas domiciliares para mapear os deslocamentos da população; Pesquisa de Embarque e Desembarque, com 52 entrevistas realizadas diretamente dentro dos ônibus.
A secretária de Segurança, Defesa Social e Trânsito de São José, Andréa Luiza Grando, ressaltou a importância da participação popular: “A pesquisa é uma oportunidade de escutar diretamente quem utiliza o transporte público todos os dias. A opinião da população é peça-chave para construirmos um sistema mais eficiente, moderno e que atenda de fato às necessidades de São José”.
Com a fase de coleta de dados concluída, o trabalho agora entra em sua etapa técnica. O engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes, Allan Diego Bockor, líder do estudo pela Fepese, explicou o próximo passo: “Com o diagnóstico técnico consolidado, demos início à formulação do novo modelo operacional. Isso inclui redesenhar rotas, calcular estimativas de custo, definir a configuração das linhas e criar um sistema sustentável e atrativo para operadores e usuários”.
Atualmente, o transporte coletivo municipal em São José atende cerca de 150 mil usuários por mês, funcionando das 5h30 às 22h30. O crescimento populacional dos últimos anos e a expansão de novos bairros tornam a atualização do sistema uma necessidade urgente. Além da reestruturação interna, o município também participa das discussões sobre integração metropolitana, buscando soluções conjuntas para facilitar a mobilidade entre as cidades da Grande Florianópolis.