A luta contra o câncer de ovário, lembrada no calendário mundial no dia 08 de maio, mobiliza a Prefeitura de São José, por meio da Secretaria de Saúde, que tem como foco conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e da triagem. Diferente dos outros Municípios da Grande Florianópolis, São José conta com profissionais ginecologistas em todas as Unidades Básicas (UBS).
Durante esta semana os atendimentos estão sendo intensificados e quem quiser se consultar ou tiver interesse em realizar exames, basta procurar a UBS mais próxima. Vale o alerta, principalmente mulheres a partir dos 50 anos, para a importância de exames preventivos para o rastreamento do tumor e o diagnóstico precoce. O câncer de ovário não é o mais comum dos tumores ginecológicos, mas é o mais letal.
Números
Dados do Atlas de Mortalidade por Câncer citados pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2020, foram 3.921 o número de vítimas fatais oficialmente confirmadas. Sua taxa de letalidade é considerada alta em decorrência da dificuldade de diagnóstico. Isso faz com que o tumor seja geralmente detectado quando já se espalhou por órgãos intra-abdominais e membranas que revestem o intestino.
De acordo com o New Global Cancer Data (GLOBCAN 2020), o número de mulheres diagnosticadas com câncer de ovário e mortes aumentará em 42% e 50%, respectivamente, até 2040, no mundo. Essa estimativa retrata a gravidade da condição, que pode dever-se à falta conhecimento da doença e ao diagnóstico tardio, pois, apenas cerca de 20% das mulheres recebem um diagnóstico precoce desse câncer (enquanto está no estágio I ou II) antes de sua eventual progressão.
Sinais e sintomas
Na fase inicial, o câncer de ovário não causa sintomas específicos. À medida que o tumor cresce, pode causar pressão, dor ou inchaço no abdômen, pelve, costas ou pernas, náusea, indigestão, gases, prisão de ventre ou diarreia e cansaço constante.
Tratamento
A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.
Prevenção
As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o seu médico, principalmente a partir dos 50 anos.
A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença ou com o uso de exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas, mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença, porém, o diagnóstico precoce desse tipo de câncer é possível em apenas parte dos casos, pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas.
Devem ser investigados
Inchaço abdominal; dor abdominal; perda de apetite e de peso, fadiga; mudanças no hábito intestinal e/ou urinário. Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados, principalmente se não melhorarem em poucos dias.
Fatores de risco
Idade: a incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade.
Fatores reprodutivos e hormonais: o risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais (pílula anticoncepcional) ou que tiveram vários filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para câncer de ovário.
A primeira menstruação precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos): podem estar associadas a risco aumentado de câncer de ovário.
A infertilidade é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.
História familiar: Histórico familiar de cânceres de ovário, colorretal e de mama está associado a risco aumentado de câncer de ovário.
Fatores genéticos: Mutações em genes, como BRCA1 e BRCA2, estão relacionadas a risco elevado de câncer de mama e de ovário.
Excesso de gordura corporal.
O risco de câncer de ovário com terapia hormonal pós-menopausa aparenta ser pequeno.