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Candidatos paraquedistas querem disputar em São José em 2024 e os sinais da pesquisa na Capital

Os ex-vereadores de Florianópolis e ex-deputados, Bruno Souza (Novo) e Ângela Albino (PC do B), que moram na Capital estão se articulando para disputa a prefeitura de São José e veja o cenário que vai se desenhando para Florianópolis em 2024

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Candidatos paraquedistas miram São José

Alguns políticos que viveram a vida inteira em Florianópolis e ocuparam cargos públicos na Câmara de Vereadores e outros órgãos da Capital só podem achar que a população de São José é muito boba mesmo. Não existe outra explicação para a obsessão que eles têm em toda eleição cruzar a ponte, alugar um imóvel na cidade vizinha e dizer que são josefenses de carteirinha para disputar a eleição.

Em 2020 não foi diferente. Teve um radialista que mora em importante balneário da Capital que, sob o argumento de que tem apartamento em São José, se lançou candidato a prefeito. Só faltou combinar com as urnas e com os eleitores. Saiu derrotado e ajudou na eleição do prefeito Orvino de Ávila (PSD), diluindo os votos.

Neste ano, a mesma história. Avalanche de “manezinhos” se dizendo josefenses. A mais recente é a ex-vereadora por Florianópolis, ex-deputada estadual e federal, Ângela Albino (PC do B). Mora e vive no Sul da Ilha, mas estampa páginas na imprensa recentemente se colocando à disposição para ser prefeita de São José. Nem deve saber onde fica o Sertão do Maruim.

Mas, o caso mais descarado é do ex-vereador da Capital e ex-deputado estadual, Bruno Souza (ex-PSB, agora Novo). Nos bastidores políticos ele se movimenta com contatos no município vizinho e já corre a informação que está alugando um apartamento em São José para poder comprovar residência lá. É uma forma de burlar a Justiça Eleitoral e enganar o eleitor.

Nas redes sociais Bruno tenta agir politicamente. Recentemente ele usou as redes sociais para criticar um empréstimo para o município aprovado na Câmara de SJ, só que para isso usou no post uma foto sua com um cartaz na Beira-mar de Florianópolis e não de São José. Será que ele não sabe a diferença?

São José conhece seus políticos

O problema para os paraquedistas de Florianópolis que querem cair nas urnas em São José é que o eleitor de lá conhece muito bem seus políticos e representantes. A prova disso é a eleição do atual prefeito Orvino Coelho de Ávila (PSD). Um perfil desconectado da forma sensacionalista e virtual de se fazer política na atualidade, mas que conserva a velha forma de fazer política do olho no olho. É conhecido e conhece seu eleitor.

Se esse movimento dos partidos políticos de criar candidatos paraquedistas continuar, Orvino se reelege até com certa facilidade. O competente jornalista Marcelo Locks já atua para melhorar uma de suas deficiências que é a falha na comunicação através das redes sociais. Basta destravar seu governo e partir para as entregar no segundo semestre deste ano e início do ano que vem que chega no pleito com condições claras de reeleição.

Prefeito de São José, Orvino

Adeliana e Dário

Ex-prefeitos (as) Adeliana Dal Ponte (sem partido) e Dário Elias Berger (ainda no PSB) são os únicos que têm reais condições de fazer frente ao prefeito Orvino em São José. E digo isso justamente pelo que escrevi acima. Ambos têm capilaridade política por já terem governado o município. O problema de ambos e a definição político partidária. Enquanto isso não for resolvido, tudo que se falar de ambos é pura especulação.

Adeliana e Dário (II)

Alguns colunistas políticos já colocaram Adeliana em todos os partidos possíveis para disputar em São José. Eu não entro em especulação. Lá atrás escrevi que seu caminho lógico é seguir seu sempre líder Gelson Merísio quando este for para o PP. Mas, faltando um ano para o pleito essa definição ainda está distante.

O mesmo pensamento se aplica a Dário Berger. Quase certa sua saída do PSB e ingresso no MDB. Convites já foram feitos. Mas, ainda são embrionários.

Joga junto

Quanto à Dário ainda há um componente mais forte para que este não dispute em São José: sua amizade com o prefeito Orvino e a presença do seu sempre pupilo Michel Schlemper na condição de vice-prefeito. Entendo que Dário só entra no jogo se por um acaso do destino ambos declinarem da reeleição. Fora isso, tudo que se escreve de Dário disputar em São José não passa de especulação.

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Os sinais da pesquisa na Capital

Amigo meu, profundo conhecedor de pesquisas eleitorais e políticas, me provou mais que uma vez o quanto são irrelevantes as pesquisas quantitativas no período pré-eleitoral. É quase como jogar dinheiro fora.

Dito isso, a TVBV divulgou nesta semana aquela que acredito ser a primeira pesquisa com vistas às eleições municipais de 2024 em Florianópolis. O levantamento foi feito pela Paraná Pesquisas que declarou ter ouvido 355 homens e 417 mulheres entre os dias 26 e 29 de maio de 2023. Segundo a empresa, o índice de confiabilidade da pesquisa é de 95%, com margem de erro estimada em 3,6 pontos percentuais.

Nem vou replicar todos os números aqui, pois já foram vistos em outros espaços. Basicamente ela confirma aquilo que está na rua, a ascensão do prefeito Topázio Neto (PSD) que aparece com 13,9% de intenção de voto na pergunta espontânea. O percentual mostra que o eleitor já identificou o prefeito como pré-candidato e o descolou do ex-prefeito Gean Loureiro (UB) que mesmo não podendo ser candidato aparece com 6,1%.

Demais possíveis candidatos aparecem com percentuais inexpressivos. Isso mostra que o prefeito apoiado pelo grupo do ex-prefeito está com a faca e o queijo na mão para se reeleger. Um cenário construído especialmente pela flagrante falta de concorrentes. Quanto mais Topázio nadar de braçada sem oposição e sem concorrentes, mais ele vai se tornar conhecido e carimba o passaporte para o segundo mandato.

Prefeito Topázio Neto

Dário e Pedrão lembrados

O detalhe da pesquisa da Paraná Pesquisa é saber ler o dado que veio na pergunta estimulada (quando o entrevistador oferece nomes ao entrevistado). Topázio continua liderando com folga, com 33,4% das intenções de votos. O nome de Gean não foi oferecido por não ser candidato, mas o ex-prefeito Dário Berger (PSB) ficou em segundo com 12,3% e o ex-vereador do PP, Pedrão vem na sequência com 10,1%. Em seguida outros nomes como o deputado estadual Marquito (PSOL), com 6,1%, o ex-deputado Bruno Souza (Novo), com 5,6% e a vereadora Carla Ayres (PT) com 4,1% das intenções de voto.

Como escrevi no início deste comentário sobre a pesquisa em Florianópolis, levantamento quantitativo faltando mais de um ano para a eleição vale quase nada, mas, emite sinais. Topázio lidera com folga e tempo para construir sua imagem porque está sozinho no campo de direita e centro direita. Entretanto, quando confrontado com outros nomes do mesmo campo político como Dário e Pedrão, o eleitor divide preferências.

Há quem enxergue uma chapa com Dário na cabeça e correndo pelo MDB com Pedrão de vice uma forte alternativa ao atual grupo político que governa a cidade há 7 anos. Agora deixou a pergunta: num hipotético segundo turno entre essas duas frentes, para onde migraria ao natural o voto de esquerda?

Ex-prefeito Dário e ex-vereador Pedrão aparecem bem na pesquisa

Marquito na greve

Analistas enxergaram um erro do deputado estadual Marquito (PSOL) em participar dos atos de greve em Florianópolis. Até seria natural sua participação, por sua linhagem de esquerda, mas, para quem quer ser prefeito, é no mínimo um contrassenso. Atitudes como essa vão envelhecendo a imagem agregadora da nova liderança e afastando possíveis simpatizantes de centro esquerda menos radicais.

Politicamente, o lado positivo da greve

Já para o prefeito Topázio Neto (PSD), politicamente, a greve faz bem. Cada dia de saúde, educação e serviços públicos prejudicados pela greve, declarada ilegal pela Justiça, joga mais a opinião pública ao lado do prefeito. O hoje deputado Antídio Lunelli (MDB) contou esses dias que quando assumiu a prefeitura de Jaraguá do Sul, os servidores fizeram greve por 30 dias. Ele lembra que foi ótimo, fez caixa, pois só entrava recursos e não saia. Além disso a cidade ficou ao seu lado, especialmente quando descobriram os contracheques dos líderes do movimento.

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