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Inflação volta a subir em julho, mostra Índice de Custo de Vida da Udesc Esag

Os preços ligados aos transportes (1,8%) – puxados pelos carros novos (3%) – e habitação (0,42%) – em especial o aluguel (0,9%) – contribuíram para a alta

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Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis voltaram a subir em julho (0,37%) depois de uma tendência de queda no índice de inflação ao longo do primeiro semestre e até uma deflação de -0,11% em junho. Os preços ligados aos transportes (1,8%) – puxados pelos carros novos (3%) – e habitação (0,42%) – em especial o aluguel (0,9%) – contribuíram para a alta.

A inflação de julho foi maior que a do mesmo mês em 2022, quando houve deflação de -0,22%, então já como efeito de medidas do governo federal para reduzir os impostos sobre combustíveis e energia no período pré-eleitoral. Com deflação de julho de 2022 saindo da conta, a inflação nos últimos 12 meses subiu para 3,82%. Já o acumulado desde janeiro de 2023 está em 3,43%.

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).

Transportes e habitação

Os preços ligados aos transportes, que tinham puxado o índice de inflação para baixo em junho, desta fez foram os que mais contribuíram para a alta, com variação de 1,8%. O maior aumento foi o das despesas com veículo próprio (3%), devido à alta nos preços dos carros novos e dos seguros.

Também subiram as tarifas das passagens aéreas (2,27%), impulsionadas pela maior demanda em um mês de férias escolares. Houve ainda uma leve alta da gasolina (0,31%). Diesel e etanol ficaram estáveis.

Os preços ligados a habitação subiram 0,42%. As maiores altas nesse grupo foram as do aluguel e taxas associadas (0,93%) e do gás de cozinha (0,31%).

Alimentação

Os preços dos alimentos e bebidas – que, somados ao grupo dos transportes, consomem mais de 40% do orçamento das famílias – ficaram praticamente estáveis em julho (-0,01%). Houve pouca variação tanto nos alimentos comprados em feiras e supermercados (0,02%) quanto nas refeições feitas fora de casa (0,05%).

Os maiores aumentos foram os das carnes e peixes industrializados (1,1%), com destaque para a linguiça de porco (4,25%) e a salsicha (2,9%). Também subiram as bebidas (1%), em especial os refrigerantes (3,6%).

Por outro lado, ficaram mais baratos os tubérculos, raízes e legumes (-6,4%), com destaque para a batata inglesa (-10,9%), aipim (-5,1%) e cebola de cabeça (-4,8%). Óleos e gorduras (-3,1%) também tiveram preços reduzidos em julho, em especial o óleo de soja (-5,2%).

Outros preços

Dos nove grupos de preços pesquisados, três tiveram alta. Além dos transportes (1,8%) e habitação (0,42%), também subiram os artigos de residência (0,51%). Alimentação e serviços de comunicação ficam estáveis.

Os outros quatro grupos tiveram redução nos preços. Ficaram mais baratos em julho os artigos de vestuário (-1,34%), saúde e cuidados pessoais (-0,18%), educação (-0,15%) e despesas pessoais (-0,11%).

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 31 de julho. O índice é publicado regularmente há mais de 50 anos.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.
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