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Em corredor humano, professora é ovacionada em seu último dia de aula

Fato ocorreu com Shirley Alessandra na Escola Municipal de Florianópolis Henrique Veras

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A professora Shirley deixa a sala de aula e encontra um gigante “corredor humano” composto por estudantes e colegas da escola. Aplausos e abraços. Seu nome dito em alto som pelas pessoas que erguem cartazes de agradecimento. A professora vai seguindo o seu caminho pelo corredor. “Shirley, Shirley, Shirley”, ela ouve. Não consegue conter as lágrimas. Carrega uma orquídea branca nos braços e no coração muitas lembranças. Hora de Shirley Alessandra Luz sair de cena. Ela está se aposentando. A homenagem ocorreu no dia 19 de novembro. Na rede municipal de ensino de Florianópolis, a profissional entrou em fevereiro de 1999. Só na Escola Básica Municipal Henrique Veras, na Lagoa da Conceição, lecionou por 18 anos, de um total de 26 dedicados ao magistério.

Quando se tornou efetiva na Prefeitura, foi alfabetizadora, e, mais tarde concentrou-se nos quintos anos. Formada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina, Udesc, Shirley relata o que mais a motivou a permanecer ensinando. “É ver os alunos crescerem no conhecimento, se aprimorando em suas habilidades e se preparando para abraçar esse mundo cheio de infinitas possibilidades”.

Ela é manezinha, nascida em 2 de maio de 1975. Já na infância, brincava de escolinha com a irmã Evelyn e outras crianças da vizinhança. Na escola de verdade, ela teve professores que serviram como inspiração para que ela seguisse essa carreira. Uma delas, na Escola Irineu Bornhausen, foi a professora Carmelita, no Estreito. “Ela era muito organizada, carinhosa, receptiva com as crianças, ainda mais em se tratando de pequenos do primeiro ano do ensino fundamental, que precisam de um ambiente acolhedor. Mas, a professora também era exigente”. Outra que a marcou foi a professora Anita, na mesma escola, no quarto ano. “Foi ela que disse que eu deveria ser professora”.

Shirley foi educadora da própria filha, Sara Virgínia Massotti, no terceiro ano, em 2008, na Escola Henrique Veras. Hoje, Sara tem 25 anos e formou-se, em 2022, em História, atuando como profissional em uma escola de Palhoça.

Sara destaca que Shirley foi um exemplo para ela como mulher, mãe e educadora. “Emociona-me saber que ela é tão amada pela escola quanto é pela sua família. Tive um enorme privilégio de ter sido uma de suas alunas”. Todavia, Sara, aos risos, confessa que a mãe não dava moleza para ela.

Para a filha, a grande lição que aprendeu com Shirley foi vê-la lecionar com amor. “Ela tratava as crianças como filhos, com aquela preocupação de mãe mesmo, sobre seu futuro e suas escolhas na vida. Chamava a atenção também quando necessário”. E complementa: “essa atmosfera fez com que eu quisesse me tornar um espelho da minha mãe e então escolhi ser professora”.

Aos 49 anos de idade, Shirley guarda afetuosamente os momentos vividos com as crianças e colegas. “Isso inclui os trabalhos realizados em sala e fora da sala de aula”. Ao olhar para trás, frisa que o maior impacto que deixou na vida dos estudantes foi a certeza de que a educação transforma a vida das pessoas.
“E que nós professores, somos uma das mais importantes referências que as crianças têm para a vida, e que o nosso papel é de orientá-las para que saibam fazer boas escolhas”.

Foi preceptora com responsabilidade de orientar os estudantes de Pedagogia da Udesc nas atividades realizadas durante o estágio na EBM Henrique Veras.
“Os acadêmicos de ensino superior ficavam um ano e meio convivendo na Henrique Veras e se apropriando do ambiente escolar, além de ministrarem aulas”.

Shirley sente que cumpriu o seu papel a cada dia, a cada ano trabalhado, a cada semente boa plantada e que fez o melhor que pôde. Diz que agora irá descansar um pouco. No seu radar, está estudar a língua inglesa. Deseja também fazer cursos voltados à formação de professores.

Ela deixa um recado para os colegas de profissão. “Percebam o quão é importante o papel do professor na vida dos seus alunos. Não desistam nem esmoreçam frente aos desafios que a nossa profissão impõe. Que cada desafio seja a força propulsora para fazer mais e melhor”. Após gozar as licenças-prêmios, Shirley irá se aposentar oficialmente em maio de 2025.

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