A Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis realizou, na segunda-feira (15), uma reunião estratégica para alinhar medidas de combate à esporotricose. O encontro teve como foco a definição de ações conjuntas de prevenção e controle, como a intensificação de campanhas de conscientização, protocolos de diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento epidemiológico dos casos já notificados.
Participaram da reunião o secretário municipal de Saúde, Almir Gentil; o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), Moacir Tonet; o promotor Luciano Trierweiller Naschenweng, da 26ª Promotoria de Justiça da Comarca da Capital; além de representantes da Diretoria de Bem-estar Animal (Dibea), do Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ) e da assessoria técnica do CRMV-SC.
Foram confirmados 165 casos de esporotricose em felinos – todos em tratamento, além de 28 casos em humanos neste ano na capital. O Norte da Ilha concentra a maior parte das notificações em felinos, especialmente nos bairros Ingleses, Canasvieiras, Rio Vermelho e Vargem do Bom Jesus. Para enfrentar o avanço da doença, a Secretaria está elaborando o Plano Municipal de Contingência e o Protocolo Municipal de Esporotricose, que irão fortalecer as ações de vigilância, prevenção, diagnóstico, tratamento e controle.
O Departamento de Controle de Zoonoses (DCZ) é responsável pela identificação e atendimento gratuito aos animais acometidos, realizando coleta de amostras para diagnóstico e fornecendo o medicamento Itraconazol (50 mg e 100 mg) para o tratamento. Para garantir o abastecimento, foi solicitado ao Ministério da Saúde um novo lote do medicamento, numa parceria com o CINCatarina, consórcio que viabiliza a compra conjunta de medicamentos, materiais e insumos. Atualmente, a capital é o único município da Grande Florianópolis a oferecer gratuitamente o tratamento para animais infectados.
Entre as principais recomendações à população, estão o isolamento imediato dos animais com suspeita da doença em local seguro e a higienização adequada do ambiente, dos utensílios, brinquedos e demais objetos de contato com água sanitária. Também é fundamental não abandonar animais suspeitos ou doentes, já que isso aumenta a disseminação e ter o cuidado correto no manejo dos animais após o óbito – eles não devem ser jogados no lixo nem enterrados, pois o recolhimento é feito pelo DCZ. Em situações de arranhadura ou mordida, a orientação é lavar o ferimento imediatamente com água e sabão; se a lesão for em mucosa, deve-se utilizar água ou soro fisiológico e procurar atendimento médico.
“O crescimento dos casos de esporotricose exige respostas rápidas e integradas. Estamos ampliando os esforços para garantir assistência tanto às pessoas quanto aos animais e o futuro Hospital Veterinário Municipal, que contará com uma ala específica para esses casos, será um reforço importante nessa luta”, destacou o secretário Almir Gentil.
A esporotricose é uma micose causada por fungos do gênero Sporothrix, que entram no organismo por feridas na pele e pode afetar tanto humanos quanto animais. Geralmente está associada a atividades profissionais em contato com a terra, principalmente em áreas rurais. Atualmente, os felinos são reconhecidos como os principais transmissores da doença, por meio de arranhões e mordidas de animais infectados.