“São várias coisas que a gente precisa no dia a dia e não tem ninguém para fazer, como chamar um Uber. Então eu tenho que aprender isso”, contou a aposentada Ecilda Sherll, participante do curso gratuito de inclusão digital para idosos em São José.
Assim como ela, centenas de idosos já passaram pelas aulas, que têm transformado a relação dessa geração com a tecnologia. Muitos relatam que, além da independência para realizar tarefas simples, como enviar mensagens ou acessar serviços bancários, as oficinas oferecem mais segurança para navegar na internet e evitar golpes digitais.
Somente em 2025, mais de 400 idosos já foram atendidos no programa. As aulas acontecem duas vezes por semana, com carga horária de 36 horas distribuídas em seis semanas, nos períodos matutino e vespertino. Uma novidade desta fase é o plantão às sextas-feiras, conduzido por monitores, para apoiar quem perdeu alguma aula ou tem mais dificuldade de aprendizado.
Os encontros acontecem em locais estratégicos da cidade: o Centro de Atenção à Terceira Idade (Cati), na Praia Comprida, e o Centro Universitário Estácio, em Barreiros. Atualmente, são três turmas no período vespertino e duas no matutino.
“Mais do que ensinar a usar a tecnologia, estamos proporcionando liberdade, segurança e autonomia para os idosos. Eles passam a acessar serviços essenciais, conversar com familiares e se proteger de golpes digitais, sem depender de terceiros”, destacou a superintendente da Fundesj, Maria Helena Krüger.
Durante o curso, os alunos aprendem desde como ligar e configurar o celular até conteúdos mais avançados, como segurança digital, serviços bancários, aplicativos de transporte, comunicação por vídeo e geolocalização. A cada aula, os participantes levam seus aparelhos carregados para praticar e ganhar confiança.
Ao final, o resultado é muito mais que conhecimento técnico: é autonomia, qualidade de vida e inclusão social para uma geração que agora descobre, com segurança, as oportunidades do mundo digital.