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Bailarinos com Síndrome de Down de São José brilham em Joinville

Superação de limites é tema de oficina de acessibilidade durante o Festival de Dança

Dançar e levar alegria para as pessoas através da arte, com superação de limites. Esse foi o objetivo da Associação Amigos Down, beneficiada pela Prefeitura de São José, por meio da Secretaria de Assistência Social, ao levar um grupo de nove bailarinos com Síndrome de Down (T21), para participar e representar o Município no maior evento de dança do mundo, nesta terça-feira (18), o 40º Festival de Dança de Joinville.

Ao perceber a desenvoltura dos integrantes, a coreógrafa da Escola de Dança Unit (parceira da Amigo Down), Mayara Arceno, inscreveu o grupo e por meio dos vídeos enviados foram selecionados para participar de duas apresentações no Festival: uma no Palco da Sapatilha e outra no Palco da Feira.

”A dança é capaz de transformar, de superar limites e diferenças. E quando conheci a Associação, me fez enxergar meu propósito como professora: oportunizar a vivência para todos, independente de situação e condição. Muitos desses bailarinos, há 5 anos, quando começaram as aulas, tinham dificuldades de mobilidade, que hoje estão mais desenvolvidas. Para mim essa experiência se resume em duas palavras: superação e realização”, comemorou Mayara, lembrando que os trabalhos continuam, para voltar ano que vem.

Durante o espetáculo, ao som de Melim e de Ivete Sangalo, os participantes superaram os limites e, com a coreografia ensaiada surpreenderam o público com uma apresentação especial, mostrando que o palco é para todos. A plateia, que acompanhou toda a apresentação com palmas e gritos de incentivo, ovacionou os dançarinos.

Para a presidente da Associação Amigos Down, Vivian Beuttemmuller, a inclusão das pessoas com T21 foi um marco na história da entidade. “Experiências como essa trazem muito crescimento a eles e à sociedade como um todo. Vê-los participando do Festival quebra muitos paradigmas, mesmo nos tempos atuais.  Sempre me emociono e tenho muito orgulho da trajetória de cada um do grupo de dança. Para eles, é o resultado de muita superação, esforço e inúmeros ensaios. Estou muito feliz de poder viver esse momento lindo, ao lado de nossos jovens e de suas famílias”.

A dança é um recurso a mais para o desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down. A atividade física é recomendada para diminuir os fatores de risco de doenças cardiovasculares, dos distúrbios do aparelho locomotor, da depressão e ansiedade, condições que muitas vezes afetam as pessoas com a síndrome. Além do exercício em si, há os aspectos terapêuticos, como o exercício da memória para decorar as coreografias. A dança é um meio de tornar os indivíduos independentes e atuantes na comunidade, os incentiva a enfrentar barreiras e romper preconceitos, detalha a presidente.

Sobre a Associação

A Associação mantém um termo de colaboração junto à Secretaria de Assistência Social de São José, que é destinado à manutenção dos custos mensais. A Amigos Down atende as famílias durante a gestação, quando é diagnosticada a T21, durante e após o nascimento e até a idade adulta, incluindo o processo de envelhecimento. Além de São José, atende também a Grande Florianópolis, recebendo pacientes de todo o Estado.

A Associação Amigo Down trabalha com a individualidade de cada família que ingressa nos serviços, com suas limitações e especificidades, bem como observa a importância da criação de rede de apoio a essas famílias. “O objetivo é fazer com que as pessoas com a T21 sejam respeitadas e incluídas, além de possibilitar um desenvolvimento pleno das suas habilidades e capacidades. É oferecido acolhida, apoio e amor a toda família que buscar ajuda e informação. Nosso propósito é dar autonomia às pessoas com síndrome de Down, estimular e educar desde cedo a serem pessoas independentes e autônomas em nossa sociedade”, explica Vivian.

“Quando ela foi fundada, em 1991, pouco conhecimento se tinha sobre a Síndrome de Down. Pelo trabalho incansável e esforço de seus fundadores, ela foi conquistando parcerias que foram trazendo um novo olhar à causa. Graças a cada voluntário e profissional que aqui deixou sua marca, ela se tornou referência, sendo, durante alguns anos, a única da região direcionada somente à Síndrome de Down”, completou a presidente, reforçando que o serviço hoje é referência.

Atendimentos

Na Associação são oferecidos atendimentos médicos, terapias complementares aos cuidadores, atividades externas, festas e confraternizações externas e internas, além de orientação com as assistentes sociais, Janaína Dutra e Daniela Andrade, que mantém contato com as famílias, verificando suas dificuldades e demandas.

Na área médica, é oferecido apoio desde o primeiro momento às famílias. Atualmente, há uma equipe de 15 profissionais na equipe técnica, incluindo a área médica e clínica, e um banco de dados com 766 famílias cadastradas de todo o Estado.

Há aulas de dança com a professora Mayara Arceno, da Escola de Dança Unit; aulas de zumba, com a instrutora Nadhini Bender, que é a primeira instrutora de zumba com síndrome de Down do Brasil; aulas de expressão corporal e estimulação motora com a as educadoras físicas Nadia e Tayane, aulas de capoeira com a mestra Rosa; parceria para aulas de natação na Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB); aulas semanais de culinária; e, eventualmente, com o chef Guilherme Barros, quando se encontra no Brasil; jogos pedagógicos, oficinas sob orientação de psicóloga, assistente social e terapeuta ocupacional; entre outras atividades.

Inclusão

Para a secretária de Assistência Social, Rita de Cássia Faversani, a participação do grupo josefense no Festival de Dança de Joinville é motivo de orgulho. “É um orgulho imenso para a Secretaria de Assistência Social de São José, e para o nosso Município, poder apoiar iniciativas tão relevantes para a inclusão de pessoas com Síndrome de Down, no universo da dança e principalmente em um evento da magnitude do Festival de Dança de Joinville”.

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