Sem falar em uma centena de ações que passam pela mesa de Fábio Botelho (Podemos), chefe de gabinete de Topázio Neto (PSD), três mega ações prometem tomar a atenção do leal escudeiro do prefeito nos próximos meses. Pela ordem: Operação Verão, Natal/Réveillon e Carnaval.
Ao lado de toda a equipe da prefeitura ele está debruçado para que essas ações que movimentam o turismo da Capital saiam dentro do esperado. Tem expertise para tanto! Há cinco anos que se envolve diretamente com a organização dos eventos e espera entregá-los com maestria.
Será uma espécie de despedida do cargo. Na Quarta-feira de Cinzas do ano que vem Botelho deixa a chefia de gabinete para então dedicar-se exclusivamente ao seu projeto por uma cadeira na Alesc. O substituto, indicam os rumores nos corredores da prefeitura, será o Coronel André Alves.
O Fábio resolve
Mas, enquanto não deixa a prefeitura Fábio Botelho respira a administração municipal e praticamente tudo passa por suas mãos. Com um plano de trabalho bem definido e foco em entregas e resultados na prefeitura da Capital, ele segue incomodando adversários políticos por trabalhar demais. Nos corredores da prefeitura um mantra se repete diariamente sobre o número dois da administração: “Fala com o Fábio que ele resolve”.
O trabalho incomoda
Essa dedicação de Botelho tem revelado críticos no meio político local. Afinal de contas, o trabalho incomoda. Que o diga o vereador Afrânio Boppré (PSOL) que chegou a acionar o MP com uma denúncia por antecipação de campanha com base em uma fala do outro vereador Renato da Farmácia (PSDB) contra Botelho. Logo Boppré, que é vereador e obviamente usa da estrutura do cargo para sua exposição e é, pré-candidato a governador pelo PSOL.
Pré-campanha
A legislação eleitoral mudou muito nos últimos anos. Antigamente – quando o período de campanha era de três meses – praticamente não existia pré-campanha. Como o período de eleição reduziu para 45 dias, a Justiça Eleitoral permitiu a pré-campanha, inclusive, com muitos avanços em termos de flexibilidade de ações. No campo nacional, por exemplo, a pré-eleição já começou. Que o diga o presidente Lula, que se aproveita da máquina para viajar e aumentar sua exposição. Nada muito diferente do que Bolsonaro fez. Se a lei permite, tudo certo!
Fogo no parquinho
O fogo pegou valendo no parquinho Bolsonarismo catarinense durante a semana. A crise iniciada com o movimento forçado do ex-presidente Bolsonaro de impor a candidatura ao Senado por SC de seu filho, Carlos Bolsonaro – sem identificação alguma com o Estado – vinha escalado havia meses. Mas, tomou proporções quando a deputada estadual, Ana Campagnolo sumiu o tom contrário. E pegou mais ainda porque Ana tem uma base política praticamente independente do bolsonarismo, apesar de ser uma bolsonarista raiz. Com os ventos das redes sociais a crise escalou e já incendeia o Brasil todo. O debate nacional nos estados é sobre aceitar Carlos candidato no seu estado ou não.
Bolsonaro sem voz
Vamos ser francos. Toda essa crise sobre Carlos Bolsonaro só existe porque o pai está fora do circuito, sem poder se manifestar publicamente e em vias de ser preso. Se ele estivesse livre e com plenas condições de candidatar-se em 2026, duvido uma liderança ir contra um de seus filhos candidatar-se seja lá onde ele quisesse. São sinais do enfraquecimento!
Vítimas do próprio veneno
Lideranças que nasceram a partir do Bolsonarismo (ou seja, na aba do Bolsonaro) estão sendo vítimas do próprio veneno. Ganharam mandato, surfando a onda de uma máquina de manipulação através das redes sociais. Agora, quando resolvem ter uma opinião contrária, esse gabinete do ódio se volta contra elas. Para muitos, é o preço que precisam pagar pela ingratidão.
Na prática, estão descobrindo o que lideranças de centro e de partidos de direita como PSDB, MDB, PSD e tantos outros sentem cotidianamente quando resolvem ir contra o bolsonarismo. No mínimo, está divertido!
Ana gigante
Nem vou entrar muito em detalhes sobre os trocentos vídeos que rolam pelas redes sobre a treta do PL catarinense (como por exemplo a inenarrável live entre Ana, Zanatta e Seif). Eles estão por ai, é só o amigo leitor ir buscar na rede. Mas, uma coisa não se questiona: Ana Campagnolo movimentou o tabuleiro bolsonarista nacional.
Vi dezenas de perfis no X repercutindo suas falas, uns contrários, e outros a favor. Sem falar da atenção a ela dispensada por Flávio, Eduardo e Carlos. Só faltou o Renan e a Laurinha gravarem vídeos detonando Ana. Flávio Bolsonaro em um trecho do vídeo disse por exemplo: “Ana Campagnolo, a partir do momento em que nosso líder Jair Bolsonaro toma uma decisão e a gente questiona, acontecem duas coisas: ele fica enfraquecido e favorece o nosso inimigo. Estamos lutando por algo muito maior do que a nossa opinião”.

A Joyce de SC
No gabinete do ódio do bolsonarismo Campagnolo já é: Ana Joyce Campagnolo Frota. Uma mistura da deputada catarinense com a ex-deputada federal, Joice Hasselmann e o ex-deputado federal Alexandre Frota que foram trucidados quando resolveram se voltar contra o bolsonarismo.
O Nikolas de saias
Já para outra ala bolsonarista Ana Campagnolo é o Nikolas de saias, numa alusão ao canhão de direita que se tornou o deputado federal por Minas Gerais, Nikolas Ferreira. Ana e Nikolas são a nova cara da direita nacional. São lideranças bolsonaristas que agem livremente, sem rezar a cartilha às cegas.
Saíram do armário
A rejeição ao nome de Carlos Bolsonaro começou com declarações de políticos da prateleira de cima do PL catarinense e aos poucos contaminou as bases, com prefeitos e vereadores “saindo do armário” Estado à fora. Em Florianópolis não foi diferente.
A vereadora Manu Vieira, por exemplo, gravou um vídeo defendendo Ana Campagnolo que segundo ela “vem falando a verdade e teve coragem”. Manu ainda explica que o PL não tem pretensão de ter chapa pura ao Senado em 2026 e precisa compor com outros partidos. Manu ainda defendeu Carol como candidata ao Senado. “SC precisa de uma base sólida para enfrentar o PT”, falou.
A deputada federal, Júlia Zanatta não deixou por menos e atacou Manu. “Gente que foi na manifestação fora Bolsonaro, querer opinar e dizer o que é melhor para o catarinense, me desculpe, mas ela não pode opinar”, disse Zanatta.

Defesa conservadora
Quem se manifestou também foi o vereador João Padilha (PL) que manifestou publicamente apoio ao direito de expressão da deputada estadual Ana Campagnolo. Padilha destacou que Santa Catarina possui tradição conservadora e que a deputada Ana Campagnolo “representa uma das lideranças mais expressivas do Estado” e tem exercido seu mandato “com coragem, convicção e compromisso”.
“O direito de se manifestar é um princípio essencial para qualquer representante eleito. Divergências fazem parte da política, principalmente as que envolvem bases partidárias e o aspecto político, mas nunca podem silenciar quem tem trabalho, votos e representatividade”, afirmou o vereador.
Padilha reforçou que segue alinhado aos valores defendidos pela base conservadora e que continuará defendendo a liberdade de opinião como pilar da atuação pública.
Foco no Senado
O pré-candidato ao Governo, João Rodrigues (PSD) pode não ter percebido ainda, mas, essa treta sobre quem serão os candidatos ao Senado na chapa de Jorginho Mello é péssimo para seu projeto. Ele pode até esperar que sobre uma liderança como Carol de Toni para sua chapa e isso seria bom a médio prazo, mas a curto prazo o quadro é ruim. Isso porque o debate acalorado tirou totalmente o foco da discussão sobre o governo. Enquanto se fala em Senado, ninguém debate sobre a disputa para o Governo do Estado. A leitura que fica é que todos os players de direita querem estar com Jorginho, pois há ali a tendência de vitória.
Carla Ayres se movimenta
No dia 16 de novembro será lançada a pré-candidatura de Carla Ayres à deputada federal. O evento acontece às 17 horas na Galeria Lama – Rua João Pinto, 198 – Centro. Na eleição de 2022 Carla chegou a primeira suplência e agora o trabalho é para que Florianópolis tenha uma representante da esquerda no Congresso Nacional.










