O Centro Multiuso de São José foi palco para o 1º Feirão de Aprendizagem de Santa Catarina, realizado nesta sexta-feira (1º). O evento, inédito no Estado, foi promovido em parceria entre a Prefeitura com o Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (TRT-12) e contou com mais de 1.200 jovens inscritos e 12 empresas. O objetivo de reunir em um único espaço empresas interessadas em contratar aprendizes, jovens ávidos por ingressar no mercado de trabalho e instituições de formação profissional, foi alcançado com sucesso.
A abertura do evento contou com a apresentação do Coral Tape Mirim, que significa “pequeno caminho”, em Tupi-Guarani, composto por 15 integrantes da aldeia Tekoá Itaty, do Morro dos Cavalos, sob a coordenação de Júlio Karaí Nhe-ênry. O prefeito Orvino Coelho de Ávila, o desembargador Narbal Antônio de Mendonça Fileti, representando o presidente do Tribunal, a juíza titular da 4ª vara do trabalho de Florianópolis, Maria Beatriz Vieira da Silva Gubert, além de diversas autoridades e empresários, prestigiaram o evento.
“Todos nós que já estamos encaminhados, quando vemos essa meninada em busca de emprego, atrás da primeira oportunidade, realmente nos faz refletir. São iniciativas como essa que fazem com que a gente tenha esperança em um Município e em um futuro melhor. Porque é exigido muito uma experiência, mas se a gente não fizer algum esforço para que eles possam ter essa experiência, fica difícil. Precisamos dar oportunidades para que quem ainda não trabalhou, entre no mercado de trabalho”, afirmou Orvino.
O 1º Feirão da Aprendizagem da Justiça do Trabalho ofereceu não só oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, mas também um espaço para a solidariedade. Os participantes puderam doar brinquedos, roupas e livros infantis para destinação à entidades beneficentes. Alguns exemplos foram cestas básicas doadas pelos mercados Angeloni, Bistek, É de Casa, Imperatriz, Giassi e Koch.
A engarrafadora de bebidas Coca-Cola FEMSA, Bistek Supermercados, Costão do Santinho e o Grupo Koerich são alguns dos nomes que também participaram do evento, cuja organização esteve a cargo do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e Estímulo à Aprendizagem em SC, mantido pelo TRT-12.
O evento contribui para que as empresas cumprissem as cotas de aprendizagem obrigatórias e, ao mesmo tempo, possibilitassem o crescimento profissional dos jovens de Florianópolis, Palhoça e São José, sem que necessitem deixar os estudos. De acordo com a Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/2000), a cota está fixada entre 5% a 15% por estabelecimento, percentual calculado sobre o total de empregados cujas funções exijam formação profissional.
Participaram jovens de 14 a 24 anos. No local, tiveram a oportunidade de fazer a carteira de trabalho e o currículo, além de já despachar para as vagas existentes nas empresas expostas. “Fiquei sabendo da oportunidade no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) Zanellato, fizemos nosso currículo e já vim preparada em busca das vagas disponíveis. Nunca trabalhei e quero ter minha primeira experiência, logo, para ajudar minha família e poder ter minhas coisas também”, explica Bruna Lohn, de 15 anos, que participa dos Grupos de Jovem Aprendiz, no CRAS Zanellato.
Mais de 100 jovens dos cinco CRAS, tiveram a oportunidade de participar do Feirão e já sair de lá com vagas de trabalho preenchidas.
O que é ser jovem aprendiz?
Aprender uma profissão com segurança, sem deixar de estudar e com direitos garantidos. Essa é a aprendizagem! Ao mesmo tempo que trabalha numa empresa, com jornada reduzida enquanto frequenta a escola, o aprendiz, como o próprio nome fala, recebe treinamento para aprender uma profissão.
O trabalhador aprendiz possui direitos como o salário-mínimo hora, vale-transporte, tirar férias, preferencialmente, junto com as férias escolares, e receber certificado de qualificação profissional quando concluir o curso de aprendizagem com aproveitamento.
