A crise está instalada no MDB da Capital. Nos bastidores da Câmara pipocam as informações sobre o distanciamento entre o presidente da Casa, João Cobalchini e o vereador Luiz Fernando Bezerra Salum, o Bezerra. O estopim teria sido aceso ao final de uma reunião na quarta-feira (10), quando Bezerra não teria se mostrado aberto a conferir seu apoio político para Cobalchini, que é pré-candidato a deputado estadual.
Segundo informações, Bezerra teria se negado a gravar um vídeo de apoio. O vereador reclama que não teve atendido pedidos que teria feito em benefício de comunidades carentes na região Continental.
Segundo o vereador, após sua negativa de apoio várias retaliações foram tomadas. Ele foi destituído da liderança da bancada do MDB na Casa e um indicado seu foi sumariamente demitido.
Além disso, Bezerra foi removido da Comissão de Constituição e Justiça e destituido da presidência da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Serviço Público. Em seu lugar, na CCJ assumiu o vereador Claudinei Marques (REP), que inclusive é o líder do bloco (Republicano, MDB União Progressita) e no Trabalho assumiu o vereador Jeferon Backer (MDB).
Tribuna
Bezerra se mostra indignado com as represálias que vem passado e diz que não vai mudar sua postura. Segundo assessores, ele deverá fazer uso da Tribuna da Câmara na sessão ordinária desta segunda-feira (15), para tornar público sua indignação.
Motivos
Para buscar ouvir o outro lado entramos em contato com o Vereador Cobalchini e com sua assessoria. Não obtivemos retorno sobre o assunto, até a publicação desta coluna. Com certeza devem existir motivos plausíveis para a destituição de um vereador de duas comissões das mais importantes da Casa. De qualquer forma, o espaço está aberto.
Coloninha
Por falar em Bezerra, o vereador marcou presença no evento Coloninha In Movie, que teve seu apoio e foi realizado no sábado (13), em frente à sede da agremiação. O objetivo da mobilização realizada pela escola de samba foi levar animação para a comunidade com uma série de serviços e ações sociais. Na foto o vereador ao lado da diretora cultural, Lissah Costa e do presidente da agremiação, Duda Neto.
Guarda Municipal
Está em fase final de elaboração o edital de chamamento para concurso público na Guarda Municipal de Florianópolis. De acordo com o comandante, Andrey de Souza Vieira, o concurso deve ser lançado no início do ano que vem. O órgão, que foi criado em 2024, sofre com a falta de efetivo. Tem à disposição 180 agentes, enquanto precisaria de cerca de 800 para dar conta de todos as frentes de atuação. O último concurso foi realizado em 2015, com chamamento em 2016 e os remanescentes foram incorporados em 2020.
Nível médio
Um detalhe que está sendo estudado para esse concurso da GMF é a abertura para participação de pessoas a partir de 18 anos. Mas, para isso acontecer haveria a necessidade de derrubada da obrigatoriedade de escolaridade com nível superior, abaixando a exigência apenas para o ensino médio. O objetivo é levar a oportunidade de participação na corporação democraticamente a todas as faixas etárias e níveis sociais. Porém, essa mudança ainda está em estudos.
Duas estratégias
O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, esteve em Santa Catarina e mostrou porque o partido não é nem de direita e nem de esquerda, é sim de governo, não importa de qual vertente ideológica seja o governo.
Ao mesmo tempo em que esteve em Balneário Camboriú, num ato que reforçou a pré-candidatura ao Governo do Estado do prefeito de Chapecó, João Rodrigues, também esteve em Florianópolis, prestigiando a principal voz que defende o PSD ao lado de Jorginho Mello, que é o prefeito, Topázio Neto.
A leitura é muito simples: caso o PSD tenha candidato à presidência da República vai precisar reforçar a exposição nos Estados e a candidatura de João Rodrigues vem bem a calhar. Mas, caso o partido não tenha cabeça de chapa na eleição nacional, o partido deverá caminhar no sentido de compor com Jorginho em SC. O PSD está com um pé em cada canoa.
Discurso
Uma coisa que ficou claro no discurso do pré-candidato João Rodrigues em BC foi o ajuste fino da narrativa. O pré-candidato deixa de lado a lacração e busca um tom mais de centro. Ao que parece, quem sabe baseado em pesquisas, notou que não é possível tirar o espaço de direita de Jorginho e aposta num discurso tendo como foco o eleitor mais moderado e especialmente o eleitor de centro-esquerda e esquerda. João Rodrigues sabe que vai precisar e muito do eleitor de esquerda num eventual segundo turno contra Jorginho. Como ele vai fazer isso sem perder o que tem de eleitor de direita é a pergunta de milhões.
