O cenário da música autoral da Grande Florianópolis vem crescendo a cada ano. Um dos exemplos é Palhoça. Nos últimos anos, artistas da cidade ganharam mais projeção graças aos coletivos e projetos que percorreram o estado. Agora, quatro dessas bandas se uniram em mais um projeto. Lançada na sexta-feira (10), a “Pulsa Coletânea #1” é o pontapé inicial para um novo projeto coletivo que surge no cenário palhocense.
A coletânea reúne composições das bandas Yaju e os Hipertensos, Soul Cream, Demorantes e Akanoá. Mais que isso: o lançamento revela gravações feitas exclusivamente para esse trabalho coletivo. São as faixas “Telas“, da Yaju e os Hipertensos; “Robert Johnson“; da Demorantes; “Fumaça“, da Soul Cream e “1/4 colorido“, da Akanoá.
Para conferir o resultado dessa mistura de ritmos basta acessar o endereço virtual: https://bit.ly/pulsa-coletanea.
O lançamento é uma iniciativa independente, realizada no estúdio Octopus SoundBox em parceria com as bandas participantes. Ele surge para complementar e marcar o início de um projeto maior, que promete pulsar em meio ao ritmo urbano palhocense. É o “Pulsa Palhoça – Trilha Sonora“, uma iniciativa contemplada com políticas de incentivo à cultura e que conta com um cronograma de ações presenciais e digitais.
A primeira delas é a publicação conjunta nas redes sociais dos envolvidos, com conteúdos
vários criativos — para conferir, basta acessar qualquer um dos perfis a seguir no Instagram:, @yajueoshipertensos, @soulcreamoficial, @akanoa.banda e @demorantesoficial. Nesse contexto, surge a coletânea. E, para coroar o sucesso do projeto, apresentações ao vivo.
“Junto do projeto Pulsa Palhoça – Trilha Sonora, esta coletânea é uma das ações que valoriza as produções da cidade. Todas as músicas que compõem esta coletânea são inéditas, e foram gravadas especialmente para este projeto”, destaca a organização.
Faixa a faixa
Publicada no formato de EP, a coletânea abre com “Robert Johnson“, composição eclética da Demorantes. A música é inspirada no ícone da história do blues, Robert Johnson. “Ela nasceu dentro dessa proposta que a banda vem carregando: de misturar elementos de diferentes estilos musicais”, destaca o vocalista, Victor Fernandes. “No começo, ela tem aquela pegada mais clássica no ritmo, mas conforme a música avança, ela vai se transformando em outra coisa, até chegar no solo”, afirma. A letra fala sobre aprender com os erros, entre outras reflexões.
Após os quatro minutos e meios que abrem o trabalho com muita energia, a coletânea traz o suingue da faixa “1/4 Colorido“, da Akanoá. Essa é uma música que foi construída ao longo dos anos. É o que narra o vocalista João Thibes. “Porque ela é a junção de três pedaços de letra que surgiram em momentos diferentes da minha vivência. Esses três trechos acabaram se conectando e formando toda a estrutura da música”, argumenta. “Foi interessante porque, na gravação, cada um conseguiu somar com uma parte importante, contribuindo para criar a música como um todo”, comenta.
Na sequência, quem promete balançar os ouvintes é a Yaju e os Hipertensos, com a música “Telas“. A canção nasceu da sinergia entre os membros da banda. É o que diz o cantor Yago Jukowski. “Costumávamos nos reunir para trocar ideias e sempre tinha um violãozinho. De algum papo aleatório, saiu um riff do Tiago Rachid. Aí, o Dierre, pegou outro violão e fez a linha mais grave. Nessa mistura de melodias, eu comecei a cantar”, descreve. “É uma música bem significativa pra gente, porque fala sobre a nossa conexão”, pontua.
Para fechar, “Fumaça” traz a mistura de ritmos e o remelexo groovado da Soul Cream. De acordo com o vocalista Dierre Pichorz, “a música é um manifesto de direito à contrariedade; um grito de aceitação das diferenças, contra a imposição do comportamento”, afirma. Isso porque, segundo ele, “ela não está falando necessariamente de nenhum relacionamento específico, mas sim de qualquer tipo de relacionamento que tenha caráter impositivo”, argumenta.
Show neste sábado
Divulgada a coletânea, chegou a hora de começar oficialmente o projeto “Pulsa Palhoça – Trilha Sonora“. Agora, o público poderá conferir as músicas ao vivo, com shows gratuitos em espaços públicos famosos no cotidiano palhocense.
O primeiro deles será neste sábado (18/10), às 11h, na Praça 7 de Setembro, ponto cativo em frente ao Centro Cultural Laudelino Weiss, bem no Centro de Palhoça. Na ocasião, todas as canções que compõem a coletânea serão apresentadas ao vivo pela primeira vez após o lançamento.
Créditos e realização
A união das bandas Yaju e os Hipertensos, Soul Cream, Demorantes e Akanoá já rendeu outros frutos. Esses representantes da cena autoral palhocense já estiveram juntos em projetos anteriores, como o “Recorte — Palhoça na Estrada”, que percorreu diversas cidades catarinenses, e o “Aracuã Festival”, show em alusão aos 50 anos do icônico Palhostock.
Tanto nos eventos, quanto nas sessões de estúdio, tudo é feito graças à união e amizade entre os integrantes. Isso vale para a “Pulsa Coletânea #1”. O trabalho teve gravações realizadas no estúdio Octopus SoundBox, localizado no Centro de Palhoça. Lá, quem realizou os trabalhos de produção, mixagem e masterização foi Dierre Pichorz.
Por sua vez, o design gráfico ganha vida em duas frentes: a capa é assinada por Victor Fernandes; já os materiais das redes sociais foram feitos por Gabriel Fernandes. Nas redes sociais, a estratégia de comunicação foi organizada por Anderson Oliveira.
Vale destacar que os shows do projeto “Pulsa Palhoça – Trilha Sonora” são realizados com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab) — Edital 018/2024. A intermediação é da Fundação Municipal de Esporte e Cultura (Fmec), de Palhoça. A “Pulsa Coletânea #1”, por sua vez, é uma iniciativa do Octopus SoundBox, em união com as bandas parceiras.
Serviço: Lançamento da “Pulsa Coletânea #1” e show de estreia ao ar livre
Onde ouvir: coletânea disponível em https://bit.ly/pulsa-coletanea
Local do show: Praça 7 de Setembro, Centro de Palhoça
Quando: coletânea já disponível. Apresentação ao vivo neste sábado (18), às 11h
Gratuito para todos os públicos