A iniciativa de transformar a comunidade da Mariquinha, em Florianópolis, na maior galeria de arte urbana do Sul do país nasceu há dois anos como um projeto cultural, e foi concluída neste fim de semana com mais de 100 novas pinturas feitas por artistas brasileiros e estrangeiros. Esta foi a segunda etapa do projeto, que contou com outros quatro encontros abertos ao público e gratuitos, repleta de intervenções artísticas, oficinas para a comunidade, ações culturais, além do Rolê da Mariquinha.
As pinturas, que representam os moradores locais, a cultura, as dificuldades e as belezas da região, foram feitas por artistas profissionais e amadores, e estão expostas nos muros e casas, ao longo de cerca de dois quilômetros dentro da comunidade, inserida na história da cidade há mais de 200 anos. Nesta última etapa, os artistas convidados para as pinturas foram: Cazão, Vejam, Mel Ramoz, Fábio Flop, Mofas, Dm Tinta, Reis, Sopro, Brisa da Noite, Juli Tang, Critico, Olharte, Davi Escobar, Agape, Mandinn, Mam, Jaque Vieira, Tudix, Flô, Gael, Bruno Barbi e Kone.
A iniciativa de transformar o Morro da Mariquinha em uma grande galeria de arte surgiu em 2020, pelo Cidades Invisíveis, que buscou desenvolver uma ação que chamasse a atenção do poder público e da sociedade para aquela realidade de exclusão, revelando, além de suas desigualdades, as qualidades da comunidade, dando visibilidade e tornando o local uma referência turística de Florianópolis, promovendo assim, a movimentação da economia local e gerando oportunidades de negócios para os moradores.
Conforme Samuel dos Santos, idealizador do Cidades Invisíveis, esse é um projeto de valorização e democratização do acesso à arte, de geração de impactos positivos e reais na vida das pessoas, além de integração da sociedade como um todo, tornando o bairro um ponto turístico da cidade e de transformação social. “A comunidade da Mariquinha é um ponto de visitação, para aproximar os mundos que a gente mesmo dividiu. Queremos construir pontes e dignidade. Fechamos esta edição da Galeria de Arte com muita alegria, transformando uma comunidade na maior galeria de arte urbana do Sul do país. Não precisamos que poucas pessoas façam grandes coisas e sim que muitas pessoas façam pequenas coisas, porque muitas vezes pequenas atitudes geram grandes transformações”, declara.
Ainda em 2023, será apresentado aos moradores um documentário sobre as ações realizadas. O projeto foi aprovado na Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Florianópolis na Fundação Municipal de Cultura Franklin Cascaes, permitindo a captação de recursos com empresas privadas de Florianópolis.