O mês de novembro traz a campanha voltada para a saúde do homem, principalmente para o combate ao câncer de próstata. Trata-se do Novembro Azul, em que instituições de saúde, empresas e órgãos governamentais realizam ações voltadas para este tema. O objetivo é promover o diagnóstico precoce, o incentivo às visitas frequentes ao médico e a adoção de hábitos saudáveis. Para tanto, foi escolhida a data de 17 de novembro como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
Prevenção e Hábitos Saudáveis
Para o urologista Roberto Lodeiro Muller, do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), vinculado à Empresas Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), “essa campanha é uma oportunidade de lembrarmos aos homens a importância de se cuidar, buscar acompanhamento médico regular e adotar uma atitude preventiva em relação à sua saúde”.
O câncer de próstata, doença silenciosa em sua fase inicial, é uma das principais causas de mortalidade entre os homens no Brasil e no mundo. Roberto explica que o rastreamento precoce, incluindo o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) e o exame de toque retal, é essencial para detectar a doença em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz. “Homens a partir dos 50 anos, ou 45 anos, se houver histórico familiar, devem consultar um urologista para discutir a necessidade de exames preventivos”, destaca o médico.
“Muitos homens ainda relutam em realizar exames de rotina e consultas médicas, o que pode atrasar o diagnóstico de doenças como diabetes, hipertensão e até problemas de saúde mental, como a depressão”, afirma o médico. A campanha, portanto, busca também quebrar o preconceito em relação aos exames e incentivar uma visão integral do cuidado com a saúde.
A prevenção, enfatiza o urologista, é a maneira mais econômica e eficaz de cuidar da saúde. Além dos exames periódicos, a campanha incentiva a adoção de um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e prática de atividades físicas regulares, que ajudam a prevenir doenças cardiovasculares e outras condições associadas. “Monitorar pressão arterial e níveis de colesterol, por exemplo, são práticas simples que podem evitar complicações graves”, observa.
Outro ponto destacado na campanha é a saúde mental. O médico lembra que a depressão é uma condição comum entre homens, porém muitas vezes negligenciada devido a estigmas sociais. “A promoção do bem-estar emocional é fundamental para manter o equilíbrio e a saúde como um todo. Conversar sobre o assunto e procurar apoio psicológico deve ser visto como um passo essencial”, acrescenta.
O Papel do Profissional de Saúde
Segundo Roberto, a consulta regular com um médico não serve apenas para tratar doenças, mas é um momento de prevenção e orientação. “O médico é um parceiro no cuidado contínuo com a saúde. Consultas de rotina permitem uma avaliação abrangente e possibilitam intervenções preventivas”, explica. Assim, o Novembro Azul busca sensibilizar os homens sobre a importância de manter o acompanhamento médico, que é a chave para uma vida mais longa e saudável.
Mutirão de Cirurgias
Na primeira semana de novembro, o HU-UFSC realizou um mutirão de cirurgias para reduzir a fila de espera dos procedimentos urológicos. Segundo Viviane Ivani Martins Coelho, Chefe da Unidade de Sistema Urinário do HU-UFSC, o mutirão incluiu cirurgias de uretrotomia interna, ressecção endoscópica de próstata e postectomia, com o intuito de atender à crescente demanda e diminuir o tempo de espera dos pacientes por esses procedimentos. “Nosso objetivo é acelerar o atendimento a essas demandas, oferecendo aos pacientes uma oportunidade mais rápida de tratamento”, afirmou.
Sobre a Ebserh
O HU-UFSC faz parte da Rede Ebserh desde março de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.