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Florianópolis terá o primeiro Centro de Inovação Social de Periferia

CIS Monte Serrat, projeto idealizado pelo Instituto Pe. Vilson Groh (IVG), vai impactar 40 mil moradores do Maciço do Morro da Cruz; obra está estimada em R$ 11,1 milhões e tem conclusão prevista para 2027

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Florianópolis dará um passo decisivo rumo à inclusão produtiva e ao fortalecimento da inovação social com a implantação do CIS Monte Serrat – Centro de Inovação Social de Periferia, um equipamento inédito na cidade, idealizado pelo Instituto Pe. Vilson Groh (IVG). O projeto será construído no Monte Serrat, no Maciço do Morro da Cruz, território central e estratégico da Capital e nasce com a missão de integrar juventudes, empreendedores locais, tecnologia e cultura em um único espaço de desenvolvimento comunitário. O lançamento do início da obra foi realizado na manhã desta quarta-feira, 26, quando a sociedade conheceu mais sobre o projeto e visitou o terreno onde começaram as obras.

O CIS Monte Serrat está orçado em R$ 11,1 milhões, valor a ser viabilizado por meio de cofinanciamento entre o Fundo Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e contrapartida do próprio IVG. Ao entrar em operação, o CIS Monte Serrat deverá atender 500 jovens e adultos por ano, com impacto potencial em mais de 40 mil moradores do Maciço do Morro da Cruz.

Uma resposta estruturante para enfrentar desigualdades históricas

Embora Florianópolis seja reconhecida nacionalmente como polo de inovação e tecnologia, a cidade ainda convive com indicadores sociais preocupantes. Segundo dados do Observatório de Inovação Social e do ICOM (2020), 20% das crianças e adolescentes vivem em situação de pobreza e 44% dos jovens entre 15 e 29 anos estão fora da escola. No Monte Serrat, mais da metade das famílias tem renda de até 1,5 salário mínimo per capita.

O Maciço do Morro da Cruz reúne aproximadamente 16 comunidades, formando o maior território de vulnerabilidade urbana da Capital, apesar de estar a apenas minutos da área central e de instituições âncoras da inovação catarinense. Para o Padre Vilson Groh, presidente do IVG, essa contradição revela a urgência do CIS. “Quando falamos em inovação, não estamos falando apenas de tecnologia. Estamos falando de vidas. O CIS nasce do desejo profundo de que nenhuma criança do Maciço precise deixar sua comunidade para acessar conhecimento, cultura ou oportunidades. Queremos que elas encontrem tudo isso no lugar onde vivem, onde têm suas raízes, seus afetos e suas histórias”, destaca.

A criação do CIS Monte Serrat busca conectar a Florianópolis que inova à Florianópolis que resiste, fortalecendo a economia local e abrindo caminhos reais para o desenvolvimento humano e produtivo.

“O CIS é a ponte entre mundos que não se encontravam”. Em sua fala, Padre Vilson reforça a missão histórica do IVG: “o Instituto nasceu para isso, para ser ponte. E uma ponte só tem sentido se ligar mundos que não se encontram. O CIS é essa ponte entre a cidade que produz tecnologia e a cidade que luta diariamente por dignidade. Queremos criar caminhos para que todos possam atravessar.”

Infraestrutura sustentável e projetada para impactar gerações

Com projeto arquitetônico contemporâneo e funcional, o CIS Monte Serrat contará com praça de convivência e eventos; biblioteca e áreas de estudo; laboratórios de programação, design, audiovisual e edição; espaço maker; estúdio de música; coworking; salas multiuso e laboratório de pesquisa e criação.

“Todos os ambientes foram planejados para uso coletivo, integração entre faixas etárias e estímulo à criatividade, inovação e economia solidária”, explica Gelson Nezi, coordenador de projetos do IVG.

Padre Vilson complementa: “construir o CIS no alto do Monte Serrat é mais do que uma escolha de terreno. É uma escolha de horizonte. De lá, as crianças e os jovens enxergam a cidade inteira e, mais importante, enxergarão que têm direito a fazer parte dela.”

A arquitetura seguirá princípios de flexibilidade, baixo impacto, acessibilidade e montagem rápida com estruturas pré-fabricadas. O projeto foi inspirado em modelos globais de urbanismo social, como o Orquideorama (Medellín, na Colômbia), o Booth Arts Plaza (Boston, nos EUA) e o campus do Airbnb em Dublin (Irlanda). O projeto do CIS foi desenvolvido por mais de 30 profissionais e 10 empressas, tendo como arquitetos responsáveis André Lima de Oliveira e Tatiana Filomeno.

Formação para o futuro: duas jornadas estruturantes

O CIS contará com dois programas formativos contínuos: a jornada juventude empreendedora, para adolescentes e jovens entre 14 e 17 anos, com foco em tecnologia, cultura, mundo do trabalho e letramento empreendedor; e a jornada Maciço empreendedor, voltada a empreendedores periféricos, oferecendo cursos, mentorias, aceleração, gestão, inovação e acesso a capital semente.

“A juventude periférica carrega uma potência extraordinária. Falta oportunidade, não talento. O CIS será um espaço para revelar essa força e colocá-la em movimento, conectando jovens ao que há de mais avançado em tecnologia, cultura e empreendedorismo”, reforça Padre Vilson.

O CIS será construído na Rua General Vieira da Rosa, ao lado da Marista Escola Social Marista Lúcia Mayvorne — localização central entre as comunidades do Maciço, garantindo acesso a pé para milhares de moradores. “O CIS será um espaço aberto, vivo e gratuito. Aqui, cada pessoa será acolhida como protagonista da própria história. Não é apenas uma obra física; é um convite coletivo para sonharmos mais alto”, celebra padre Vilson Groh, com o início das obras deste projeto que vem sendo idealizado desde 2019.

Investimento coletivo e rede de parceiros

As obras se iniciaram hoje, 26 de novembro de 2025, com previsão de inauguração no início de 2027. Para essa construção o IVG busca o financiamento junto ao BNDES e parcerias consolidadas com: Cassol Pré-Fabricados, D/Araújo, Empresas Dimas, Engie, Grupo Guga Kuerten, Methafora Arquitetos, Supermercados Imperatriz, Teltec, WOA, doadores individuais e parceiros institucionais Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), ACATE, Floripa Sustentável e Sebrae-SC.

Padre Vilson resume o espírito coletivo que sustenta o projeto. “O CIS só existe porque há muita gente acreditando na força da comunidade. É um projeto que nasce das mãos de muitos e que devolverá oportunidades para milhares.”

O início da construção do CIS é mais um passo rumo a cidade que queremos construir e representa uma visão de futuro. “Sempre me pergunto que cidade queremos deixar para as próximas gerações. O CIS Monte Serrat é uma resposta concreta a essa pergunta. É a cidade que cuida, que dá oportunidade, que cria condições para que cada pessoa floresça. É a cidade que acredita no seu povo”, finaliza o presidente do IVG.

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