A greve a toque de caixa desencadeada nesta semana pelo Sintrasem uniu, ao menos no discurso, o ex-prefeito Gean Loureiro (UB) e o prefeito Topázio Neto (PSD). As duas lideranças estão sem falar desde as eleições, mas ambos manifestaram em comum a contrariedade com a paralisação dos servidores da Capital.
Repercutiu positivamente um vídeo feito pelo ex-prefeito Gean em que ele condena a decisão pela greve, exatamente no mesmo dia em que o projeto de reforma da previdência dos servidores foi protocolado na Câmara.
Gean explanou que o momento era de as lideranças dos servidores estarem com os vereadores discutindo o projeto, fazendo valer seus pleitos e não já optar pela paralisação. “O sindicato tinha que estar batalhando, discutindo o projeto para ver o que é melhor para os servidores e para toda a cidade”, ponderou. “Quem é afetado é a população, quem precisa de posto de saúde, o pai que tem que levar o filho na creche. Eu não posso aceitar”, acrescentou o ex-prefeito.
Na mesma linha o prefeito Topázio Neto também divulgou um vídeo. Ele condenou a decisão pela greve e grifou a importância da revisão urgente do sistema de previdência municipal. “Tenho compromisso com o futuro dessa cidade”, falou. “Seria uma irresponsabilidade deixar os servidores sem uma aposentadoria digna”, completou.
O prefeito pregou a importância do diálogo, “mesmo diante da intransigência”. “Quem perde com isso – paralisação dos serviços públicos – são os próprios servidores e os nossos alunos”, complementou.
GREVE EM FLORIANÓPOLIS É ILEGAL, DECIDE TRIBUNAL DE JUSTIÇA
A greve deflagrada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Florianópolis (SINTRASEM) é ilegal, de acordo com a Justiça. A decisão do desembargador Luiz Fernando Boller, foi assinada na noite de quinta-feira (13). O documento estabelece multa diária de R$ 200 mil ao sindicato.
Segundo o documento, não foi respeitada a necessidade de prévia notificação aos usuários do serviço público afetado. O desembargador também determinou “o restabelecimento integral de todos os serviços públicos atingidos pela paralisação”. O desembargador destacou também que o sindicato descumpriu acordos judiciais anteriores e não tentou uma mediação antes de parar as atividades. Segundo ele, isso caracteriza uma violação da Lei n. 7.783/1989, que estabelece regras para greves no serviço público.
Em vídeo divulgado nas redes sociais na manhã desta quinta-feira, o prefeito Topázio Neto afirmou que o projeto da reforma da previdência, o principal motivo da greve, “é a única maneira de garantir a aposentadoria dos servidores no futuro”. O déficit da previdência no município atualmente é de quase R$ 8 bilhões.