Hoje é quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Coluna da UNIMED
Coluna da AMPE
Coluna do Adriano
Publicações Legais
spot_img
InícioGERALHISTÓRIA DE VIDA - ”Com câncer, temos duas opções: cair ou lutar”

HISTÓRIA DE VIDA – ”Com câncer, temos duas opções: cair ou lutar”

Aos 52 anos de idade, Rosimere Terezinha Ferreira é professora no Núcleo de Educação Infantil Municipal Jardim Atlântico. Dedica-se a crianças de 4 meses a 1 ano e 3 meses de vida.

Já passou também pelos Neims Idalina Ochoa, Maria Nair, Maria Barreiros, Anna Spyrios Dimatos, Bem-te-vi e Celso Pamplona. Companheira de Márcio Aurélio, está na rede municipal de ensino de Florianópolis desde 2007.

Em setembro do ano de 2018, a rotina dela mudou radicalmente. Em um autoexame durante o banho, percebeu que a sua mama direita estava com um nódulo. Marcou urgentemente uma consulta com a médica Juliana Koerich Laureano.

Aos 47 anos de idade, para ouvir o resultado da análise laboratorial, Rosimere levou a professora Leticia, colega no Neim Bem-te-vi. Estava com câncer. Ficou assustada, chorou um pouco. A preocupação maior dela, contudo, era com a reação da filha Yasmin e dos pais, que são idosos.

Com a filha Yasmin, enteado Cauã e o companheiro Márcio Aurélio

Houve um desespero coletivo. “Lentamente, esse sentimento foi substituído por força e coragem por todos nós”, relembra Rosimere.

Na tarde de 28 de novembro de 2018, uma quarta-feira, no Hospital Baía Sul, foi para a sala de cirurgia retirar o tumor e lá permaneceu por cinco horas. Com ela, ficou no hospital a amiga de infância Fabiana Conceição.

Em fevereiro de 2019 iniciou a quimioterapia por seis meses com uso de medicamentos. No total foram 16 sessões, todavia, já com a primeira aplicação os cabelos da professora começaram a cair. Foi ai que tomou a decisão de raspar a cabeça.

DOR NA ALMA

Quem cortou suas madeixas foi a cabeleireira dela, Vanessa, que fechou o salão especialmente para o ato. “Para ela e para mim foi bem difícil. Acho que foi mais difícil para a Vanessa, que sofreu mais. Ela tinha visto as várias fases do meu cabelo”.

Juntos de Rosimere estavam os pais, José Manuel Ferreira e Terezinha Gonçalves, além da manicure Tayse. “Eu tive que me manter bem forte para acalmar quem estava me observando”.

A cada mecha que ia por terra, a professora relata que sentia uma espécie de dor na alma. “O cabelo faz parte de ti. Saber que o cabelo está indo embora… que talvez você não fique tão bem careca… é triste”.

Saiu do salão usando um lenço, de cor rosa.

Mais tarde, começou a aceitar o seu visual e passou a circular sem lenço. “As pessoas já tinham se acostumado com a minha situação. Até que um dia, eu abandonei o lenço”.

A partir de setembro daquele ano fez 30 sessões de radioterapia, que consiste no uso de radiações para atacar as células doentes.

Rosimere ficou 1 ano e quatro meses afastada do ambiente da creche. Retornou no primeiro semestre de 2020, indo trabalhar no Neim Celso Pamplona. Logo em seguida, passou a fazer home-office como os demais funcionários da Prefeitura devido à pandemia da Covid.

Desde 2021, em regime de 40 horas, Rosimere está no Neim Jardim Atlântico cuidando de 18 crianças. Por 10 anos, tem que tomar tamoxífeno, medicamento padrão para o tumor mamário.

O que deixar como mensagem para quem está com câncer de mama?

“Temos duas opções quando nos deparamos com esse diagnóstico: cair o ou lutar. Eu optei pela luta, pois fui envolvida por uma corrente de amor da minha família e amigos que cultivei ao longo desse tempo que estou na educação. Lutar sempre, desistir jamais”.

spot_img
ARTIGOS RELACIONADOS
Publicidadespot_img
Publicidadespot_img

Últimas do Informe Floripa