A campanha nacional de prevenção ao câncer de intestino, conhecida como Março Azul, foi lançada oficialmente em Santa Catarina nesta segunda-feira (4), com um talk show realizado no vão central do Beiramar Shopping, em Florianópolis. O lançamento foi prestigiado por médicos, profissionais de saúde e pela secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, que foi presenteada com a camiseta da campanha que tem como lema “Médico e paciente: uma parceria que salva vidas! Juntos na prevenção do câncer de intestino”.
O talk show com perguntas e respostas foi antecedido e finalizado com a apresentação da banda de música da Polícia Militar de Santa Catarina. A secretária de Estado de Saúde, Carmen Zanotto, parabenizou a organização do evento e salientou o trabalho realizado pelos médicos na prevenção ao câncer do intestino. “Parabéns pela iniciativa, saindo dos consultórios para trazerem um assunto tão importante para um espaço público. Quem tem câncer tem pressa. Por isso, o diagnóstico precoce é importante. Cada paciente, que tem câncer, precisa mais rápido do seu tratamento”, afirmou, antes de fazer um apelo ao público atencioso que prestigiou o evento: “não deixem de seguir as recomendações médicas!”.
Uma das organizadoras do evento, a médica especialista Elisa Treptow Marques lembrou que Santa Catarina foi o primeiro estado a realizar uma campanha de prevenção ao câncer de intestino, ainda em 2016, com participação das clínicas de exames. “Convidamos as sociedades médicas e 11 cidades participaram”, relatou, citando ainda a participação marcante da banda de música da Polícia Militar de Santa Catarina na primeira edição.
O médico especialista Alexandre Faraco, ressaltou que a campanha tem a missão de mudar o atual panorama, que coloca a doença como segunda maior causa de mortes para homens e mulheres, atrás apenas do câncer de próstata (homens) e de mama (mulheres), e a necessidade das realização de exames rotineiros devido a algumas particularidades do câncer de intestino. “Quando o diagnóstico é feito com a doença avançada, a cura se torna difícil. Mas quando o diagnóstico é feito de forma precoce, geralmente não há sintomas”, explicou.
Na sequência, os médicos especialistas Cesar Lazzarotto, Alexandre Faraco, Eduardo Palma, Lucas Silveira e Roland Magnoni responderam aos questionamentos do público em relação à doença, tais como incidência, público-alvo da campanha, cuidados com a alimentação, relação com outros tipo de câncer e a necessidade da realização dos exames preventivos, como a colonoscopia e o exame de sangue oculto nas fezes.
O Março Azul prossegue até o final do mês, com ações de conscientização em clínicas de exames e hospitais, além da iluminação cênica de alguns locais para lembrar da campanha, promovida em conjunto pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) e a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG).
De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), espera-se que entre 2023 e 2025 ocorram 45.630 novos casos de câncer colorretal no Brasil, potencialmente afetando mais de 136 mil brasileiros. O Inca aponta um risco estimado de 21,10 casos por 100 mil habitantes, divididos entre 21.970 homens e 23.660 mulheres. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, referentes a 2020, indicam que 20.245 pessoas faleceram devido ao câncer de cólon, reto e ânus, ressaltando a urgência de ações preventivas e de conscientização.
PREVENÇÃO
Atualmente, cerca de 85% dos casos de câncer de intestino são diagnosticados em fase avançada, o que aumenta os custos com o atendimento de saúde – cirurgias, quimioterapia, radioterapia – e diminui as chances de cura para um dos tumores malignos mais frequentes e fatais no país. O tumor intestinal pode ser influenciado por diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar de câncer, sobrepeso ou obesidade, idade igual ou superior a 50 anos, uma dieta rica em alimentos processados e carne vermelha, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, e a presença de doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn.
A prevenção do câncer de intestino está fortemente ligada a um estilo de vida saudável, que inclui a prática regular de exercícios físicos, manutenção do peso ideal, abstenção do tabagismo e consumo moderado de bebidas alcoólicas. Além disso, é recomendável adotar uma dieta rica em verduras, frutas, legumes, farelos e cereais integrais, beber cerca de dois litros de água por dia e limitar o consumo de carne vermelha e alimentos ultraprocessados e embutidos.
Saiba mais em www.marcoazul.org.br. O portal oferece uma série de informações sobre a doença, incluindo métodos de prevenção, fatores de risco, diagnóstico e opções de tratamento. A iniciativa conta com o apoio institucional da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), além do endosso de diversas outras entidades. Atualizações da campanha também serão compartilhadas no Instagram, através do perfil @campanhamarcoazul.