Projeto de Topázio afinado com o PL
Dois detalhes deram a dimensão clara do quanto o projeto de reeleição do prefeito da Capital, Topázio Neto (PSD), está ajustado a uma ampla parceria tendo o PL como parceiro, não de primeira hora, mas agora, como aliado principal.
Primeiro e menos impactante, foi a presença do prefeito na recente reunião para escolha da nova diretoria dos liberais. Digo menos impactante porque Topázio tem se feito presente em atos públicos de partidos aliados, como aconteceu recentemente com o MDB.
Agora, olhando os meandros da política, o gesto mais interpretativo foi a eleição de Heleno Martins para a presidência, tendo a vereadora Maryanne Mattos na condição de vice. Uma chapa totalmente ajustada à situação no município.
O resultado coloca um balde de água fria nas pretensões do deputado federal, Daniel Freitas, que almeja compor na majoritária para o Senado na próxima eleição em 2026. Para isso, pretendia ser candidato a prefeito em 2024 na Capital.
São movimentos sincronizados – bem como a destinação de R$ 2 milhões através de emenda, para a implantação do Hospital Dia no Sul da Ilha – que, com o novo desenho do PL da Capital, naufragam.
Vice pode ser o filho do governador
Nos bastidores da política local é dado como certo que o grupo político de Topázio vá ceder a vice para um nome do PL. A vereadora Maryanne Mattos sonha, o vereador Gabriel Meuer do Podemos quer ir para o PL com esse objetivo, mas, me parece, escrito nas estrelas, que o nome será o filho do governador, no caso, não o Filipe, mas o Bruno Mello.
O dentista deverá entrar na linha de sucessão mais disputada do Estado. Reeleito, Topázio deixa o caminho livre para seu sucessor trabalhar para pegar a caneta em definitivo na sucessão em quatro anos. Mas, muito provável que antes disso.
Dentro do PSD há quem veja Topázio um bom nome para renunciar em 2026 para concorrer ao governo do Estado. Duvido muito, até porque colide com a reeleição de Jorginho.
Mas, uma eleição à deputado estadual, federal ou até senador, não é de se descartar. Resumindo, daqui três anos poderemos ter Jorginho disputando a reeleição com o filho governando a Capital. Nada mal para quem foi preterido na eleição passada.
Ed e UB desidratam
Enquanto os ventos do governo da Capital sopram para o lado do PL do governador Jorginho, cada vez mais a parceria do prefeito Topázio com o União Brasil vai ficando descartável.
Quando o ex-prefeito Gean Loureiro entregou a caneta de prefeito, entregou a mesa do jogo político local também. Hoje, em curso na Austrália, está totalmente fora do jogo. Suas cartas também vão sendo descartadas.
Como, por exemplo, Ed Pereira, secretário de Esporte, Cultura e Lazer da Capital, que sonhava ser vice de Topázio. Ninguém mais cogita essa possibilidade na política local e daqui a pouco nem mais de Ed falarão quando se tratar de majoritária.
Quanto ao União Brasil, na próxima janela de março do ano que vem, tem tudo para esfacelar-se na Capital. Será desidratado em nome do projeto Topázio para reeleger sua base. A começar pelo presidente da Câmara, João Cobalchini que hoje no União Brasil é o maior nome do MDB da Capital.
Mudança no PL
Além de Heleno Orlandino, que assumiu o comando do Partido Liberal em Florianópolis, Nara Godoy assume o cargo de Secretária Geral do partido, lugar que era ocupado antes por Danielli Porporatti. Nara Godoy é assessora direta de Jorginho Mello desde a época em que Jorginho foi Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
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Triste exclusão
Deve ser muito ruim querer dar uma de paladino da moral, da ética e dos bons costumes e ao mesmo tempo tentar ser aceito num clã político que não lhe dá a mínima. Essa é a situação do ex-vereador e ex-deputado Bruno Souza (Novo). Sua vida é ser um bolsonarista de sapatênis. Suas redes sociais são um esgoto da propaganda bolsonarista. Mas, ele não é aceito no meio. É que nem aqueles meninos que ninguém escolhia ou ficava por último na hora de formar o time no campinho de futebol.
Agora então, vão escanteá-lo ainda mais. Nesta semana os deputados bolsonalistas da Assembleia Legislativa aprovaram na Comissão de Constituição e Justiça a concessão do título de Cidadão Catarinense ao ex-presidente Bolsonaro. Uma forma de perpetuar a “babação” de ovo ao ex-presidente que vinha ao Estado fazer motociata e passear de jet ski e não para trazer recursos.
O problema é que Bruno Souza, quando deputado, aprovou uma lei que impede a concessão do título a quem está inelegível, caso do ex-presidente. Ou seja, mesmo que a concessão do título seja aprovada em plenário, a honraria não poderá ser entregue. Com essa, além de não ser escolhido, o ex-deputado paladino da moral, da ética e dos bons costumes ainda periga ser expulso do campinho.
Baixo nível
Tão rasteiro e de baixo nível quanto às lavações de roupa suja entre integrantes do PL da Capital se dão os enfrentamentos dessa mulherada ligada a causa animal na Capital. São grupos políticos que se revezam no comando da Dibea e de outros espaços do meio animal que disparam um contra o outro sistematicamente.
Com a decisão da ex-vereadora Maria da Graça Dutra de voltar a disputar um espaço na Câmara, agora pelo PDT, esse embate deve se acirrar.
Nesta semana a vereadora Pri Fernandes (Podemos) usou a tribuna da Câmara para defender suas indicadas na Dibea e atacar a ex-vereadora e seu grupo político. Até conversas no whatsapp, incluindo de uma delegada, foram expostas. E pensar que os bichinhos não votam. Imagina se votassem…
Defesa dos animais
Por falar em defesa dos animais, a Câmara de São José realiza, nesta quinta-feira (05), a Sessão Solene em homenagem àqueles que tenham prestado serviços relevantes em defesa dos animais. Na ocasião, o Legislativo irá condecorar 15 pessoas e entidades com a Medalha São Francisco de Assis. A Sessão Solene começa às 19h e terá transmissão, ao vivo, pela TV Câmara e redes sociais.
Homenageados 2023
– Juliana de Fátima Weber – homenageada do vereador Adair Tessari
– Roseane Mangrich – homenageada do vereador Alexandre Cidade
– Carina de Oliveira – homenageada do vereador André Francisco
– Isabel Cristina de Amorim – homenageada do vereador André Guesser
– Fernanda Strohscon Richter – homenageada da vereadora Gilmara Vieira Bastos
– Luiz dos Santos – homenageado do vereador Jair Costa
– Ruth Terezinha da Silva Muniz – homenageada do vereador Jandir da Rosa
– Diva Lantert – homenageada do vereador Marcus Vinicius de Andrade
– Daise Espírito Santo – homenageada da vereadora Méri Hang
– Michele Cristina Pinheiro – homenageada do vereador Matson Cé
– Daiana Michele Mendes – homenageada do vereador Mauro Henrique da Silva
– Elizia Coelho de Ávila – homenageada do vereador Neri Osvaldo do Amaral
– Célia Figueira de Ramos – homenageada do vereador Ruanito da Silva
– Mônica Medeiros – homenageada do vereador Sanderson de Jesus
– Marisa Lonzar – homenageada do vereador Sérgio Scarpa
Ativismo no judiciário
Mais uma vez Florianópolis sofre com o ativismo no judiciário. Após conseguir a demolição de quadras de areia que a população usava para práticas esportivas em Jurerê, agora a procuradora da República Analúcia Hartmann, faz nova investida para atrapalhar os planos da Capital.
Movimentação no judiciário coloca em evidência a possibilidade de cassação da licença ambiental da obra de engordamento da Praia de Jurerê. O juiz federal Marcelo Krás Borges, assim como no caso das quadras, será responsável por decidir sobre o pedido.
O prefeito Topázio iniciaria nos próximos dias a obra, há anos aguardada pela comunidade e meio turístico da Capital. Atualmente a faixa de areia é de cerca de quatro metros e será ampliada para 30 metros. Lembrando que a prefeitura já fez recentemente e com alta aprovação o alargamento das praias de Ingleses e Canasvieiras.
O mais absurdo desse novo intrometimento judiciário é o motivo. Pede-se que se casse a licença ambiental. Gente, se os técnicos dos órgãos ambientais já liberaram a obra por estar dentro das normas, como o judiciário e com qual expertise pode se meter nisso?
O outro lado
Após a publicação desta coluna, no final do dia desta quinta-feira (5), a coluna recebeu o posicionamento do MPF em relação ao pedido de paralização da obra do alargamento da praia de Jurerê, o qual transcrevemos na integra abaixo:
Nota à imprensa
São mentirosas as informações sobre ajuizamento de ação contra o alargamento da faixa de praia de Jurerê
O MPF em Santa Catarina esclarece que, ao contrário do que vem sendo veiculado, não houve ajuizamento de ação contra o projeto de alargamento da praia de Jurerê.
O que houve foi manifestação judicial em processo ajuizado em 2011, contra a Prefeitura de Florianópolis e o órgão ambiental municipal (Floram) em relação às construções irregulares e as ligações clandestinas de esgoto jogadas no Rio das Ostras, que desagua na praia Jurerê.
Neste processo antigo de 12 anos, foi deferida medida liminar para realização de vistorias em todas as ocupações às margens do Rio das Ostras, para identificar fontes geradoras de poluição e seus responsáveis e lacrar ligações de esgoto para dentro do Rio
Os responsáveis pelo Município, FLORAM e IMA, no entanto, seguem desafiando o Poder Judiciário e deixando de cumprir a decisão judicial, apesar de multa pecuniária já fixada.
O MPF, portanto, recebida a informação do IMA sobre não ter ouvido o ICMBio e não ter considerado a ação do Rio das Ostras, manifestou-se sobre o projeto de intervenção na praia:
“Também há notícias sobre liberação de licença ambiental de instalação (LAI), para engordamento da faixa de praia de Jurerê, bem da União de uso comum. Sem consulta ao ICMBio, sem EIA/RIMA, sem audiência pública e sem consideração com essa e com outras decisões judiciais sobre o ecossistema em comento (restinga, curso d’água e praia de Jurerê).
Sobre essa obra que interfere diretamente com a área objetivada nestes autos, requer o MPF o deferimento de medida liminar incidental, com urgência, para suspensão da referida licença e da implantação nela prevista.
Destaca que as obras referidas/pretendidas de engordamento terão como resultado a canalização e o aterramento da foz e de parte das margens do Rio das Ostras (terrenos de marinha considerados áreas de preservação permanente), e alterações irreversíveis naquele ecossistema.
Requer a suspensão dos efeitos da LAI, portanto, até que haja solução para o tema desta ação e para a despoluição do Rio das Ostras, cujas águas poluídas não podem simplesmente ser escondidas sob aterramento, para continuarem a ser lançadas ao mar”.
Processo Rio das Ostras:
Processo nº 5029929402021.4.04.7200