Com o objetivo de estimular a melhoria na qualidade de vida, através de conceitos como empreendedorismo, empregabilidade e empoderamento para mulheres em vulnerabilidade social, a Prefeitura de São José, por meio das secretarias de Assistência Social e da Cultura e Turismo, vem desenvolvendo um projeto-piloto que capacita cerca de 40 mulheres atendidas pelos cinco Cras ( Centro de Referência de Assistência Social) do Município. Após essa capacitação, elas vão expor e comercializar seus produtos na tradicional Feira da Freguesia, realizada no centro histórico, no mês de dezembro.
As coordenadoras do projeto, Karen dos Santos, Talissa Palma Müller e Sandra Gomes Ferreira, explicam que o objetivo central é dar autonomia à essas mulheres que são acompanhadas pelos Cras, dentro do contexto da economia solidária, capacitando, oportunizando uma renda financeira a elas. A economia solidária é uma prática econômica que se baseia em princípios de autogestão, cooperação, solidariedade, relações igualitárias, democracia, autonomia, distribuição equitativa de riquezas e sustentabilidade.
Denominado de “Economia Solidária e a Proteção Social Básica – desenvolvendo a autonomia de famílias em situação de vulnerabilidade social”, o projeto, segundo suas idealizadoras, tem como meta em 2024 ser transformado num programa municipal permanente, atendendo mais mulheres integrantes dos Cras, proporcionando a elas essa autonomia, por meio da produção do que elas mesmo fazem e comercializam.
Karen diz que após a identificação das mulheres nos Cras foi iniciado um ciclo de capacitação, com palestras e visitas técnicas ao programa Hortas Solidárias, que também se caracteriza como prática da economia solidária. Ainda serão promovidos dois encontros com uma voluntária da Junior Achievement, uma organização de educação prática em empreendedorismo e as mulheres irão receber orientação do Senac neste mês de novembro.
“A gente está dando esse incentivo, mas a intenção é que elas possam depois serem totalmente autônomas e daqui a pouco estarem participando como expositoras individuais da Feira da Freguesia ou da Feira do Empreendedor, que São José também promove. E o melhor de tudo, essa mulher tendo autonomia, esse sentido empoderado, vai se desvincular dessa vulnerabilidade e da necessidade de atendimento de programas sociais”, ressalta Karen.
Talissa também enaltece a importância do projeto. “Tudo isso visa fortalecer e empoderar as mulheres, que é um público que está sempre em situação de mais vulnerabilidade em questão de renda, que são chefes de família e não conseguem ingressar no mercado do trabalho. Trabalhar com essa população visando todos os princípios da economia solidária e ter um espaço na feira é um momento importante para elas se verem como produtoras e feirantes”.
A proposta
O projeto está organizado em duas fases, uma que vem sendo desenvolvida neste ano e a próxima ao longo de 2024. Em 2023, o projeto visa fortalecer iniciativas de produção de mulheres em situação de vulnerabilidade social já em andamento, articulando-as com a lógica da economia solidária. Em 2024, as ações visam o desenvolvimento de novas iniciativas de economia solidária em prol de famílias em situação de vulnerabilidade social.
A segunda fase do projeto, a ser desenvolvida ao longo do ano de 2024, está prevista como um processo mais amplo, pensando em, além de identificar essas já produtoras, formar novas mulheres e jovens para engajamento com a economia solidária. Essas mulheres e jovens deverão ser membros de famílias em situação de vulnerabilidade social, preferencialmente famílias que estejam em acompanhamento pelos Cras de Areias, Colônia Santana, Forquilhinha, Ipiranga e Zanellato.