O estado de Santa Catarina mais uma vez figura como destaque no varejo nacional, de acordo com o estudo Consumo nos Lares, divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os dados revelam o forte desempenho do estado no cenário nacional, impulsionado por um consumo doméstico consistente e indicadores que reforçam sua relevância econômica no Brasil, com consumidores engajados e mercados dinâmicos.
Em outubro de 2024, o consumo nos lares catarinenses teve alta acumulada de 2,67% no ano, superando as projeções nacionais. Além disso, o aumento de 3,5% em relação ao mês anterior confirma a tendência de crescimento sustentado.
Variações nos preços e impacto no consumo – O levantamento indica que a cesta Abrasmercado, composta por 35 produtos de largo consumo, apresentou uma alta de 2,44% em outubro, atingindo R$ 757,49 no Sul, uma das variações mais baixas entre as regiões brasileiras. Este aumento foi impulsionado principalmente por itens como carne bovina, tomate, óleo de soja e leite longa vida.
A cesta de alimentos básicos, composta por 12 itens essenciais, também acompanhou essa tendência, registrando variação de +2,05% no Sul, com o custo médio de R$ 350,03 em outubro. Esses números destacam o equilíbrio regional nos preços em comparação ao resto do país.
Diferenciais e desafios – A análise do estudo reforça que Santa Catarina segue sendo referência em consumo consciente e fortalecimento do mercado local. “Os dados do estudo Consumo nos Lares reforçam o potencial do estado como um pólo de consumo estratégico. Continuaremos investindo em iniciativas que promovam inovação, conexão com o consumidor e fortalecimento do mercado local”, afirma Alexandre Simioni, presidente da Acats, Associação Catarinense de Supermercados.
Por outro lado, Simioni aponta desafios como a dificuldade de encontrar e manter profissionais. “Hoje, muitas lojas já operam com autoatendimento em setores como padarias e açougues, porque é cada vez mais difícil encontrar operadores para essas funções. Em muitas lojas, por exemplo no Oeste, 20% dos funcionários é formada por estrangeiros. Ao tempo que cada vez abrimos mais lojas, a mão de obra vai se tornando escassa. Isso é algo que vai se expandir ainda mais, e precisamos estar preparados”, diz.
O presidente lembra também que, apesar do cenário positivo, o setor enfrenta alta nos preços e por isso precisa investir mais em estrutura e atendimento para manter a fidelidade dos consumidores. “Os supermercadistas não definem preços dos produtos, por isso é sempre uma equação delicada manter preço e qualidade, mas temos conseguido um bom desempenho”, avalia.
Entre os fatores que contribuem para o desempenho positivo estão:
Alta renda média regional: com maior poder aquisitivo, as famílias catarinenses conseguem manter um padrão elevado de consumo, mesmo em cenários desafiadores.
Preferência por marcas locais: o vínculo com produtos regionais fortalece a economia estadual e destaca o estado no mercado supermercadista.
Investimentos no setor: a abertura de novas lojas e reinaugurações no Sul têm contribuído para diversificar as opções para os consumidores e melhorar a competitividade do mercado.
Perspectivas positivas para as festas de fim de ano – Com as projeções de consumo para as festividades de fim de ano, o estudo indica um crescimento médio de 12,1% no consumo de carnes típicas e de 13% em bebidas no Sul. Esses números reforçam o otimismo para o fechamento do ano e reafirmam o protagonismo do estado no cenário nacional.