Na manhã desta quarta-feira (27), foi realizada uma capacitação destinada a médicos e enfermeiros da rede municipal para aprimorar o atendimento a bebês prematuros e suas famílias. O encontro faz parte de ações promovidas pela Prefeitura de São José voltadas à conscientização e qualificação profissional durante o Novembro Roxo, mês dedicado à sensibilização sobre a prematuridade.
A palestra foi conduzida pela neonatologista Daniele Blanco, que abordou as particularidades do cuidado ao bebê pré-termo e destacou a importância do diagnóstico precoce para prevenir comorbidades, como problemas adversos e de neurodesenvolvimento. “É essencial que o acompanhamento desses bebês seja criterioso e especializado. Nossa responsabilidade é avaliar e identificar possíveis problemas desde cedo para melhorar sua qualidade de vida”, enfatizou.
Um ponto importante destacado pelo neonatologista foi o esquema recomendado para o acompanhamento de bebês prematuros. A primeira consulta deve ocorrer de sete a 10 dias após uma alta hospitalar. Após isso, recomenda-se revisões monetárias até os seis meses de idade corrigida, bimestrais ou trimestrais entre seis e doze meses, trimestrais até os dois anos e trimestrais até os quatro anos.
Sobre a idade corrigida, Daniele Blanco explica: “Apesar do neném já ter nascido, ele não pode ser ‘emancipado’. Não se pode esperar que um bebê com seis meses de nascimento prematuro saiba já sentado, pois ele nasceu dois meses antes. pensar nos marcos de desenvolvimento de uma criança de quatro meses”.
Outra orientação importante é o preenchimento correto da caderneta do recém-nascido. Não se deve confundir a idade gestacional (tempo que ocorreu no útero) com a idade cronológica (tempo desde o nascimento). Caso o peso seja registrado na opção cronológica de maneira equivocada, o bebê ficará sempre abaixo da curva de acompanhamento. “O registro correto é essencial para identificar problemas de saúde e dar o tempo necessário para que uma criança se recupere”, destacou o neonatologista.
A gerente de imunização da Prefeitura, Iula Luana Bastos, também trouxe informações sobre o esquema vacinal específico para bebês prematuros, reforçando a importância da imunização na prevenção de doenças imunopreveníveis, como coqueluche e bronquiolite, especialmente em recém-nascidos com sistema imunológico imaturo.
A gerente de Saúde da Criança, Carla Regina Galego, destacou que ações como esta refletem o compromisso de São José com a humanização no atendimento: “A capacitação dos profissionais da nossa rede é um passo fundamental para garantir que mães e bebês recebam suporte integral e de qualidade, especialmente em situações tão delicadas como a prematuridade”.
A secretária de Saúde, Sinara Simioni, reforçou o papel da Prefeitura no aprimoramento contínuo do atendimento às famílias: “Estamos sempre buscando novas estratégias e investindo na qualificação de nossas equipes. Nosso objetivo é garantir que as famílias enfrentem os desafios da prematuridade com todo o apoio necessário”.
Com atendimento especializado em todas as unidades de saúde, São José reafirma seu compromisso com a qualidade de vida das crianças e suas famílias, contribuindo para melhorar os índices
Motivos para a prematuridade
De acordo com um neonatologista, as causas da prematuridade podem estar associadas a fatores físicos não previsíveis, muitos relacionados à mãe, como diabetes, infecções urinárias e doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a sífilis. “A infecção urinária, por exemplo, é uma das maiores causas de parto prematuro, pois, na gestante, ela muitas vezes é assintomática, sendo chamada de ‘bacteriúria assintomática’. Por isso, o pré-natal é essencial para prevenir complicações e reduzir os riscos de parto prematuro”, explicou.