spot_img
Hoje é quarta-feira, 3 de setembro de 2025
spot_img
Coluna da UNIMED
Coluna da AMPE
Coluna do Adriano
Publicações Legais
spot_img
InícioADRIANO RIBEIROServidor pede exoneração das funções após reprimenda pública em sessão da Câmara...

Servidor pede exoneração das funções após reprimenda pública em sessão da Câmara da Capital

Responsável pela Ordem do Dia e outras funções vitais para o funcionamento da Câmara, Marlúcio Amaral, que tem 37 anos de Casa, pediu exonerações das funções após reprimenda pública do vereador Claudinei Marques (Republicanos) na sessão desta terça (2)

spot_img

Uma crise se instalou no centro nervoso das conduções dos trabalhos em plenário e do dia a dia da Câmara de Florianópolis. O servidor Marlúcio Amaral, que tem 37 anos de Casa, pediu exoneração nesta quarta-feira (3) das funções relacionadas ao plenário. A motivação foi uma repreensão em público que recebeu na sessão desta terça (2).

Marlúcio apresentou o pedido de exoneração à Direção da Câmara e justificou o pedido. “Após os lamentáveis acontecimentos durante a Sessão Plenária do dia 02 de setembro de 2025, e também após o encerramento da referida Sessão, este servidor vem por meio deste, solicitar a imediata revogação do Ato/Portaria que nomeou este servidor como Gerente de Plenário e Ordem do Dia, a partir desta data (03/09/2025)”, diz o documento.

O servidor se refere a reprimenda pública que recebeu do vereador Claudinei Marques (Republicanos) na sessão desta terça (2). O episódio se passou quando a sessão estava sendo conduzida pelo vereador Pastor Giliard Torquato (PL) e encerrava-se uma votação.

Foi quando Claudinei fez um pedido para que a votação fosse segurada um minuto até a chegada do presidente João Cobalchini, que finalizava um atendimento em seu gabinete e desejava participar da votação. Neste momento Marlúcio acenou com a impossibilidade pois a votação já havia sido encerrada. “Presidente não é tu Marlúcio, é o Pastor Giliard, então fica quietinho e deixa ele falar”, disparou o vereador Marques.

Nas funções diárias da Câmara, Marlúcio era responsável por diversas funções fundamentais como a confecção da Ordem do Dia e protocolos no sistema além das deliberações em plenário. Nos bastidores outros servidores lamentam o ocorrido, frente ao amplo conhecimento de Marlúcio em relação à Lei Orgânica, Regimento Interno e tramitações na Casa. O temor é que o Legislativo pare com sua ausência, até que outro servidor assuma as funções em sua plenitude.

No documento entregue à presidência da Casa o servidor pediu a dispensa das funções, porém, segue como servidor efetivo. Contudo, como tem aproximadamente cinco meses de licença prêmio deverá usufruir de um tempo em licença.

Veja no vídeo abaixo o momento do atrito entre o vereador e o servidor:

A ORIGEM DA CRISE: Homenagem foi aprovada em 1º votação e rejeitada em 2ª votação

A matéria em tramitação que gerou o atrito entre o vereador e o servidor previa a concessão da medalha Jennifer Célia Henrique ao Portal Floripa.lgbt. O requerimento foi aprovado em primeira votação na sessão de segunda (1º de setembro), porém, sua tramitação em segunda votação nesta terça (3) foi seguida de uma sucessão de erros.

Na primeira tentativa de votação – quando o projeto foi rejeitado pela primeira vez – o vereador Pastor Giliard, que presidia a sessão, por um equivoco no sistema eletrônico acabou votando duas vezes, ao logar no sistema através do seu cadastro e no cadastro do vice-presidente João Bericó (PL), que não estava presente na sessão.

Assim, Giliard decidiu por anular a votação. Uma nova votação nominal foi chamada e o resultado com 10 votos favoráveis e quatro abstenções acabou por rejeitar a matéria pela segunda vez.

O vereador Camasão (PSOL), proponente da matéria, apontou para a incoerência da Casa, uma vez que na sessão de segunda (1º de setembro) a matéria foi aprovada em primeira votação com 12 votos favoráveis e na votação desta terça (2), a mesma matéria foi rejeitada, sendo que a homenagem já estava agendada para acontecer na sessão desta quarta (3), inclusive com o cerimonial da Câmara já tendo convidado as pessoas.

Ele pediu sensibilidade para resolver a situação e argumentou que muitas vezes vota em pautas de homenagem que não são do seu alinhamento político e ideológico e esperaria a mesma reciprocidade.

Após o encerramento da votação e o vereador Giliard comunicar a rejeição da matéria, o presidente Cobalchini adentrou ao plenário e protestou por não ter sido atendido seu pedido para que pudesse votar. Ele também disse que a Casa cairia do ridículo ao rejeitar uma matéria, aprovada no dia anterior. “Estava no gabinete em atendimento e quando estava descendo no elevador pedi pra segurar para votar, pois meu voto é favorável. Como que vamos votar contra uma homenagem que a Casa já convidou – as pessoas – isso é um absurdo”, argumentou.

Em função do impasse, os vereadores decidiram por suspender a sessão por dois minutos. A solução foi sugerida pelo vereador Afrânio Boppré (PSOL) que ingressou com um recurso contra a votação nos termos regimentais, pedindo para que se abra a votação novamente em sessão extraordinária em momento anterior a sessão ordinária desta quarta (3) para que a homenagem fosse aprovada e pudesse ser realizada.

Pedido de desculpas

Na sessão desta quarta-feira (3) o presidente João Cobalchini (MDB) abriu a reunião falando em nome da direção da Casa e pediu desculpa à assessoria legislativa, especialmente ao servidor Marlúcio Amaral. “As vezes no calor da emoção e isso faz parte, as vezes a gente discute. Mas, tenho certeza que nenhum dos atores teve ações de má fé”, comentou o presidente.

Em seguida o vereador Claudinei Marques – causador da confusão com o servidor – também se manifestou. “Quero pedir perdão para o Marlúcio. Ontem eu me alterei um pouco, que não é do meu feitio e acho que não foi legal. A gente erra, mas permanecer no erro é o maior erro”, frisou. “Por isso quero pedir perdão ao Marlúcio, mesmo ele não estando aqui e o Cisinho. As vezes a gente se altera um pouco, mas faz parte do processo e vida que segue”, completou.

O pronunciamento do vereador foi seguido de comentários dos demais vereadores que enalteceram seu posicionamento em fazer o pedido de desculpas público. Eles também elogiaram as qualidades do servidor Marlúcio e sua importância para a Câmara. Tanto o presidente Cobalchini quanto o vereador Mama (UB), inclusive, pediram que o servidor reconsidere seu pedido de exoneração das funções.

Em seguida o presidente Cobalchini colocou em segunda votação a matéria sobre a medalha Jennifer Célia Henrique ao Portal Floripa.lgbt, que foi aprovada. Com a aprovação, em segunda votação, a homenagem solene pode ser realizada na sessão ordinária chamada para alguns minutos após a sessão extraordinária na tarde desta quarta (3).

Veja abaixo o pedido de exoneração:

spot_img
spot_img
spot_img
ARTIGOS RELACIONADOS
Publicidadespot_img
Publicidadespot_img
Publicidadespot_img
spot_img

Últimas do Informe Floripa