Em apoio ao controle e redução de perdas de água no Sul da Ilha, em Florianópolis, uma equipe da CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) instalou duas válvulas redutoras de pressão (VRPs) na última quinta-feira (25). Os equipamentos foram colocados em trechos das rodovias SC-405 (próximo ao Trevo do Erasmo) e SC-406 (próxima à Estação de Tratamento de Água da Lagoa do Peri). Ao todo, cerca de 13 mil usuários serão beneficiados nos bairros Ribeirão da Ilha, Morro das Pedras, Armação e Pântano do Sul.
Na capital, a Companhia trabalha com um índice de perdas de água na faixa de 35,8% em dados de 2023. Desse total é estimado que metade venha das chamadas perdas comerciais, que acontecem por fraudes e ligações clandestinas, e a outra metade das chamadas perdas físicas, que ocorrem quando o volume de água produzido não chega ao usuário devido a vazamentos. Diante desse cenário, o objetivo atual da CASAN é chegar até 2033 com 25% de perdas.
É aí que surgem as chamadas VRPs, grandes aliadas da Companhia na redução das perdas físicas. Essas válvulas são dispositivos que servem para regular o nível de pressão na rede que leva a água tratada até as casas. “A redução da pressão nas redes é uma estratégia importante para redução na ocorrência de vazamentos. Colocar as válvulas faz com que haja menos perdas e consequentemente mais eficiência, sem prejuízo ao abastecimento dos usuários”, afirma a engenheira Sheila Kusterko, da Comissão Permanente de Controle e Redução de Perdas da CASAN.
Um bom exemplo dessa eficiência está nas VRPs colocadas nos últimos cinco anos nos bairros Itacorubi, Cacupé, Ratones e Cachoeira do Bom Jesus. Nesses locais, a instalação fez cair em até 70% a ocorrência de vazamentos anuais em relação ao período anterior.
As válvulas instaladas na capital têm diferentes modos de funcionamento. “As que foram instaladas essa semana no Sul da Ilha e na maior parte dos outros pontos da cidade são as de saída fixa, que reduzem a pressão de forma constante”, explica Kusterko. “Mas no Cacupé, por exemplo, a Companhia já trabalha com um projeto piloto de válvulas inteligentes, controladas à distância e que regulam a pressão de acordo com estudos sobre a demanda, a pressão nos pontos mais altos e os horários de maior consumo”.
No caso do Sul da Ilha, a instalação também foi feita com um acompanhamento de estudos especiais. Segundo a técnica em saneamento Daniela Rodrigues, da Gerência Operacional, foram realizadas simulações hidráulicas e instalação de monitoramento de pressão em diversos pontos da região. “O objetivo foi avaliar o comportamento da rede de distribuição nos bairros. Depois, a partir do projeto definimos o local de instalação dos equipamentos e os parâmetros de ajuste das válvulas”, conta.
Após a instalação, os estudos vão continuar de forma setorizada para verificar o real impacto no combate às perdas nos próximos anos. Para isso, foi instalado junto à válvula da SC-406 um equipamento macromedidor, que vai controlar de perto o volume de água fornecido. “Com esse acompanhamento mais intensificado para identificar vazamentos e verificar o desempenho, está sendo criado um Distrito de Medição e Controle (DMC)”, coloca Rodrigo Henrique, chefe do setor operacional Costa Sul/Leste.
Inicialmente, o DMC vai abarcar os bairros Armação e Pântano do Sul. Também estão em processo de instalação ao longo de 2024 distritos similares para os bairros Barra da Lagoa, Ribeirão da Ilha e Tapera. Os distritos serão acompanhados de outras ações de combate às perdas, como a troca periódica de tubulações antigas, o acompanhamento de vazamentos ocultos, a troca preventiva de hidrômetros e o combate a fraudes e ligações irregulares.