O CEPON, unidade do Governo de Santa Catarina sob gestão da FAHECE, atendeu no ano passado 236 novos pacientes com câncer colorretal, representando um aumento de 18,5% em comparação com o ano anterior. Somado a isso foram realizadas 648 sessões de quimioterapias e 76 radioterapias.
O câncer colorretal, uma doença associada ao aparelho intestinal que engloba tumores no cólon e no reto, deve afetar 2.470 pessoas em Santa Catarina, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de cólon e reto ocupam a terceira posição entre os tipos de câncer mais frequentes no Brasil.
Para a Gerente Técnica do CEPON, Dra Mary Anne Taves, a detecção precoce do câncer colorretal é fundamental para que o tratamento seja eficaz e a cura, alcançada. “O câncer de cólon e reto é conhecido por ser silencioso, por ter crescimento lento e manifestar sinais e sintomas apenas quando o tumor está grande. Por isso, é preciso ficar atento a alterações de hábito intestinal, como diarréia ou constipação, além de dor abdominal, perda de peso, sangramento nas fezes e anemia sem causa aparente. Procure as Unidades Básicas de Saúde e mantenha os exames em dia”, alerta a Dra.
O Coordenador do Serviço de Oncologia Clínica do CEPON, Dr. Victor Hugo Fonseca de Jesus, observa uma tendência de aumento na incidência do câncer colorretal em todo o mundo, devido à exposição crescente a fatores de risco. “Hábitos diários, como uma alimentação inadequada, consumo de gorduras e carne vermelha, dietas pobres em frutas e falta de atividade física, estão associados a esse aumento de casos. Temos observado um aumento no consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados na dieta da população brasileira, o que contribui para o desenvolvimento do câncer colorretal”, explicou.
Devido à natureza assintomática do câncer colorretal em estágios iniciais, é fundamental realizar exames para o diagnóstico precoce. “Na maioria dos casos, o câncer colorretal é detectado por meio de colonoscopia, um tipo de exame endoscópico no qual um instrumento chamado colonoscópio é introduzido pelo ânus, sob sedação, após preparo do trato digestivo. A colonoscopia possui uma capacidade extremamente alta de diagnóstico, pois permite a visualização direta de possíveis lesões”, afirma o Dr. Victor Hugo.
O exame de rastreio deve ser realizado a partir dos 45 a 50 anos. “Esse exame pode ser feito mais cedo caso haja histórico familiar de câncer colorretal. Geralmente, se houver um parente com câncer colorretal, é recomendável fazer o exame pelo menos 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado, não ultrapassando os 45 a 50 anos. Por exemplo, se um irmão teve câncer de cólon aos 45 anos, é aconselhável fazer o exame aos 30 ou 35 anos. Se um parente teve câncer de cólon aos 70 anos, o exame deve ser feito entre os 45 e 50 anos”, orienta o Dr. Victor Hugo.
O CEPON iniciou em fevereiro de 2024 o serviço próprio de colonoscopia para seus pacientes, visando mais agilidade na realização dos procedimentos, redução do tempo de espera e celeridade no diagnóstico e tratamento. “Ter esse equipamento dentro da instituição facilita a logística para os pacientes, reduzindo o tempo de realização do exame e acelerando o processo de obtenção dos resultados das biópsias. A aquisição melhora o tratamento oferecido pelo CEPON”, afirma o médico.