A Prefeitura, por meio das secretarias de Assistência Social e de Cultura e Turismo, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercia (Senac) promoveu um encontro na tarde desta sexta-feira (24), no Centro de Atenção a Terceira Idade (Cati), sobre empreendedorismo e gestão de marca, para as cerca de 40 participantes do projeto Economia Solidária. A iniciativa, que faz parte dos cinco Centros de Referência de Assistência Social (Cras) do Município, teve objetivo de capacitá-las para o mercado, expor e comercializar seus produtos na tradicional Feira da Freguesia, que será realizada no dia 10 de dezembro, no Centro Histórico.
“O maior propósito do encontro de hoje, foi conversar sobre empreendedorismo e gestão de marca e, acredito que atingimos nosso objetivo, para prepara-las para o mercado. Dei algumas dicas, ideias, técnicas de como elas podem construir a marca delas, para poderem apresentar na Feira da Freguesia”, detalhou Alan Rodrigues, professor de administração e consultor do Senac.
Liliam Assis Medeiros, de 84 anos, é viúva, não tem filhos, nem familiares, mora sozinha no bairro Forquilhas, e há dois meses conheceu o Cras de Forquilhinha. “Lá eu senti esperança, conheci pessoas e fiz amizades, além de me ocupar com o que gosto de fazer e me distrair. Morar sozinha e viver sozinha, não é nada fácil. Isso tudo tem me salvado. Estou feliz demais em poder mostrar o meu trabalho. Ansiosa para expor na Feira e poder comercializá-lo”.
O secretário de Cultura e Turismo, Charles Colzani, explica que por meio da Feira da Freguesia, é oportunizado, enaltecido e traz o artesão para o Centro Histórico para poder fazer a venda dos seus materiais, oportunizando eles através de uma ação da Prefeitura de São José e Secretaria de Cultura e Turismo, para que ele possa estar comercializando aquilo que ele fabrica na sua casa. “E, além disso, a feira tem uma questão, que é uma questão cultural, que traz todo esse resgate, essa oportunidade do cidadão também estar conhecendo melhor a nossa gente, desfrutando das belezas naturais do Centro Histórico”.
Sobre o projeto
O projeto “Economia Solidária e a Proteção Social Básica – desenvolvendo a autonomia de famílias em situação de vulnerabilidade social” visa capacitar e estimular a melhoria na qualidade de vida, através de conceitos como empreendedorismo, empregabilidade e empoderamento para mulheres, atendidas nos Cras.
As coordenadoras do projeto, Karen dos Santos, Talissa Palma Müller e Sandra Gomes Ferreira, explicam que o objetivo central é dar autonomia à essas mulheres que são acompanhadas pelos Cras, dentro do contexto da economia solidária, capacitando, oportunizando uma renda financeira a elas. A economia solidária é uma prática econômica que se baseia em princípios de autogestão, cooperação, solidariedade, relações igualitárias, democracia, autonomia, distribuição equitativa de riquezas e sustentabilidade.
Segundo suas idealizadoras, o projeto tem como meta em 2024 ser transformado num programa municipal permanente, atendendo mais mulheres integrantes dos Cras, proporcionando a elas essa autonomia, por meio da produção do que elas mesmo fazem e comercializam.
“A gente está dando esse incentivo, mas a intenção é que elas possam depois serem totalmente autônomas e daqui a pouco estarem participando como expositoras individuais da Feira da Freguesia ou da Feira do Empreendedor, que São José também promove. E o melhor de tudo, essa mulher tendo autonomia, esse sentido empoderado, vai se desvincular dessa vulnerabilidade e da necessidade de atendimento de programas sociais”, ressalta Karen.
Talissa também enaltece a importância do projeto. “Tudo isso visa fortalecer e empoderar as mulheres, que é um público que está sempre em situação de mais vulnerabilidade em questão de renda, que são chefes de família e não conseguem ingressar no mercado do trabalho. Trabalhar com essa população visando todos os princípios da economia solidária e ter um espaço na feira é um momento importante para elas se verem como produtoras e feirantes”.
A proposta
O projeto está organizado em duas fases, uma que vem sendo desenvolvida neste ano e a próxima ao longo de 2024. Em 2023, o projeto visa fortalecer iniciativas de produção de mulheres em situação de vulnerabilidade social já em andamento, articulando-as com a lógica da economia solidária. Em 2024, as ações visam o desenvolvimento de novas iniciativas de economia solidária em prol de famílias em situação de vulnerabilidade social.
A segunda fase do projeto, a ser desenvolvida ao longo do ano de 2024, está prevista como um processo mais amplo, pensando em, além de identificar essas já produtoras, formar novas mulheres e jovens para engajamento com a economia solidária. Essas mulheres e jovens deverão ser membros de famílias em situação de vulnerabilidade social, preferencialmente famílias que estejam em acompanhamento pelos Cras de Areias, Colônia Santana, Forquilhinha, Ipiranga e Zanellato.