Florianópolis registrou deflação de 0,11% em setembro, a primeira desde junho de 2023, conforme apontam os dados do Índice de Custo de Vida (ICV) divulgados pelo Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), com apoio da Fundação Fesag. A retirada do desconto de Itaipu no preço da energia elétrica gerou mais um aumento no item, porém a queda nos preços, principalmente no grupo Alimentação, provocou a redução no ICV.
O resultado representa uma desaceleração significativa em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foi registrada uma alta de 0,40%, e também em relação a agosto de 2025, que havia apresentado aumento de 0,11%. O índice considera a variação de preços sobre os orçamentos de famílias com rendimentos entre um e quarenta salários-mínimos.
De acordo com o coordenador Hercílio Fernandes Neto, responsável pelo cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) da Udesc Esag, a redução no custo de vida em setembro foi impulsionada principalmente pela continuidade da safra de alimentos e pela estabilidade nos preços de serviços e produtos essenciais. “A safra de alguns itens importantes no grupo de Alimentação favoreceu o resultado negativo do grupo e consequentemente do índice geral”, complementa.
A pesquisa avalia 297 itens no período de 1º a 30 de setembro e identificou que 108 registraram queda de preços, 112 permaneceram estáveis e 77 tiveram aumento de preços. Dos 9 grupos avaliados, 6 tiveram queda nos preços (alimentação e bebidas, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais e educação), 2 tiveram aumento (habitação e artigos de residência) e 1 ficou estável (comunicação).
Acumulado do ano e dos últimos 12 meses
Com o recuo de setembro, o acumulado no ano chega a 4,27%. Já o acumulado dos últimos 12 meses soma 6,05%, indicando uma leve desaceleração da inflação local no comparativo anual.
O principal destaque do mês foi o grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso na composição do índice (22,09%) e registrou queda de 0,48% em setembro, seguindo a tendência observada nos meses anteriores.
A retração foi puxada especialmente pelos produtos consumidos no domicílio, com destaque para o grupo tubérculos, raízes e legumes (-9,82%), influenciado por quedas expressivas nos preços da batata inglesa (-17,61%), cebola (-11,23%) e tomate (-2,23%). Também contribuíram para a queda os leites e derivados (-1,77%), com destaque para o leite longa vida (-2,99%) e leite em pó instantâneo (-2,14%), e cereais, leguminosas e oleaginosas (-3,55%), como o feijão preto (-4,27%) e o arroz agulha (-3,54%).
Outros alimentos que tiveram queda no mês de setembro são: morango, (-10,50%), banana branca (-5,91%), farinha de mandioca (-5,30%), manteiga (-2,02%), couve-flor (-5,30%) e alguns cortes de carne também tiveram redução de preço.
A alimentação fora do domicílio também apresentou redução de 0,37%, impactada por itens como almoço ou jantar (-0,75%), que compensaram altas em produtos como o café da manhã (9,39%) e a batata frita (3,53%).
Energia elétrica segue pesando no bolso do consumidor
Apesar do recuo, o grupo habitação apresentou a maior alta no mês (+1,41%), pressionado pelo novo aumento na energia elétrica residencial (+5,41%), seguido de artigos de residência (0,48%), e aluguel e taxas (+0,46%). O grupo tem peso de 14,39% no índice geral.
Por outro lado, o grupo de transportes teve queda de 0,38%, com destaque para a gasolina (-0,74%). As passagens aéreas também tiveram redução de preço (-2,47%).
A inflação de Florianópolis é medida pelo Índice de Custo de Vida (ICV), da Udesc Esag, com apoio da Fundação Fesag.