O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques foi incluído pela Procuradoria-Geral da República (PGR) entre os 33 nomes denunciados por tentativa de golpe de Estado nesta terça-feira (18). Atualmente, Vasques faz parte do governo Orvino Coelho de Ávila (PSD), nomeado em 7 de janeiro para comandar a secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação na prefeitura de São José.
Este colunista entregou em contato com a Secretaria de Comunicação da prefeitura de São José para ouvir sobre as implicações da denúncia. “Não vamos nos posicionar oficialmente. Nada envolve a prefeitura nem o trabalho do Vasques na prefeitura”, se limitou a responder o secretário Diego Santos. Questionado sobre o contato de Silvinei para ouvir sua versão, ele ficou de dar retorno. O espaço está aberto.
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Vasques comandou a PRF durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi investigado em inquérito da Polícia Federal (PF) e chegou a ser preso sob suspeita de ter dificultado o trânsito de eleitores durante o segundo turno da eleição presidencial de 2022. As acusações são de que a PRF, sob seu comando, dificultou os eleitores de irem votar em regiões onde o presidente Lula liderava as pesquisas de intenção de voto.
Ele foi posto em liberdade pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto de 2024 com a adoção de medidas alternativas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais e obrigação de se apresentar à Justiça periodicamente.
Agora, Vasques volta a ser incluído em uma denúncia. Apesar de o Relatório da Polícia Federal não incluir seu nome, a PGR o colocou entre os nomes denunciados. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deixou de fora dez pessoas que haviam sido indiciadas pela Polícia Federal em 26 de novembro sob acusação de crimes contra o estado democrático. Porém, ele incluiu outros cinco nomes, entre eles o do ex-diretor da PRF. Vasques e a ex-diretora do Ministério da Justiça Marília Ferreira de Alencar foram incluídos pelo bloqueio das estradas realizado no dia do segundo turno da eleição de 2022.
A Revista Veja informou que, segundo a PGR, os nomes incluídos pela PGR fariam parte de um segundo núcleo da tentativa de golpe, que daria suporte aos planos do primeiro núcleo. “Silvinei Vasques, Marília Ferreira de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira coordenaram o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder. Mario Fernandes ficou responsável por coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas, em conjunto com Marcelo Costa Câmara, além de realizar a interlocução com as lideranças populares ligadas ao dia 8.1.2023. Filipe Garcia Martins Pereira apresentou e sustentou o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país”, diz a denúncia apresentada nesta terça.
Todos foram acusados de praticar os seguintes crimes:
– Organização criminosa armada (art. 2º, caput, §§2º e 4º, II, da Lei n. 12.850/2013),
– Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do CP),
– Golpe de Estado (art. 359-M do CP),
– Dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima (art. 163, parágrafo único, I, III e IV, do CP)
– Deterioração de patrimônio tombado (art. 62, I, da Lei n. 9.605/1998)