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Bailarina Erika Rosendo e pesquisadora Jussara Xavier realizam circulação estadual do projeto “Muda”

Projeto na área da Dança, composto por quatro apresentações e duas oficinas gratuitas, foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura/2022, para execução em 2023.

No mês de maio, a bailarina e corógrafa Erika Rosendo circula por quatro cidades de Santa Catarina com a obra artística solo intitulada MUDA, com direção de Jussara Xavier, e que apresenta uma proposta de realização no campo da dança contemporânea, marcada pela experimentação e aberta ao acaso. As quatro apresentações serão realizadas nas cidades de Canelinha, no dia 10 de maio (quarta-feira), às 14 horas, no Parque Municipal, Museu Casa Sant’Anna; Florianópolis, dia 11 de maio (quinta-feira), às 16 horas, no Parque da Luz; Jaraguá do Sul, dia 27 de maio (sábado), às 16 horas, no Parque Malwee; e Garuva, no dia 28 de maio (domingo), às 14 horas, Monte Crista Espaço de Vivências. Após cada apresentação, haverá um bate papo com intérprete de libras. 

OFICINAS – Além das apresentações artísticas, o projeto “MUDA” prevê a realização de três oficinas com duração de 2 horas e 20 vagas cada, para pessoas com ou sem experiência em dança, cada uma com um público-alvo distinto. A primeira, dia 10 de maio (quarta-feira), às 15 às 17 horas, Parque Municipal, Museu Casa Sant’Anna, em Canelinha, para crianças de 6 a 10 anos; a segunda, dia 19 de maio (sexta-feira), das 9 às 11 horas, ACE – Associação Catarinense de Ensino/FGG – Faculdade Guilherme Guimbala, em Joinville, para pessoas com deficiência; e a terceira no dia 28 de maio (domingo), das 15 às 17 horas, no Monte Crista Espaço de Vivência, em Garuva, destinada a idosos 60+. Todas as atividades são gratuitas e com classificação Livre. O projeto de circulação da obra foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

O PROCESSO – O processo de experimentação e composição de MUDA teve início em janeiro de 2022. Em sua continuidade, foram implementados dispositivos de pesquisa, improvisação e composição fundamentados na descoberta poética de um corpo reconhecido como interrogação, desejo, angústia e amor, dor e alegria; atravessado por paradoxos e estados de equilíbrio e desequilíbrio. A intérprete-criadora Erika Rosendo e a pesquisadora e diretora artística Jussara Xavier buscaram desenvolver uma pesquisa artística por meio de jogos perceptivos e propostas de traduções intersemióticas: da palavra ao corpo, do som ao corpo, do tecido ao corpo, do ambiente ao corpo, do outro ao corpo. E, ainda, exercícios de escuta do ambiente e exploração de estados afetivos do/no corpo.  

MUDA também compreende a leitura do corpo como biografia e, portanto, revisita um mapa de registros próprios do ser vivo em consonância com escolhas e imprevistos. Não à toa, este é um dos principais motores que impulsionaram o nascimento do projeto MUDA. A diretora Jussara Xavier é uma figura próxima a bailarina Erika Rosendo há cerca de 15 anos. Sendo conhecedora de sua trajetória de vida, suas batalhas, desafios e conquistas pessoais e profissionais, desenhou um plano artístico próprio para olhar de perto o intenso processo de transformações na/da vida de Erika Rosendo. Neste revisitar, sobretudo, o passado e o presente, sem perder de vista o futuro, buscou-se desenvolver uma composição tecida em dramaturgia não-linear, ao contrário, uma rede instável de conexões e planos de atuação. 

Num mapeamento preliminar, a diretora assinalou acontecimentos que modificaram o corpo e geraram diferenças comportamentais na artista, como: a mudança de Natal no Rio Grande do Norte para Joinville em Santa Catarina, ou seja, do Nordeste ao Sul do Brasil (do calor ao frio, da moradia em família à moradia solitária, etc.); os diversos prêmios recebidos, incluindo o de melhor bailarina no Festival de Dança de Joinville (trabalho, sucesso, sobrevivência artística, reconhecimento, gratidão), em 2008; o falecimento de seu companheiro e, depois de alguns anos, de seu novo namorado, ambos em sua presença (colapso, emagrecimento, doença, depressão, revolta, tristeza); o nascimento de seu sobrinho (alegria); a vida no campo cultivando flores e frutos (descobertas, conquista de habilidades); as oportunidades profissionais e os diversos convites recebidos, como para dançar na companhia Primeiro Ato, em Belo Horizonte; lecionar na Escola do Teatro Bolshoi do Brasil e na Escola do Grupo Corpo; dançar na Alemanha (responsabilidades, dúvidas, escolhas); o desafio de administrar uma comunidade, uma pousada e um espaço de vivências, etc. O corpo como registro de suas histórias e experiências serviu como fonte substancial de pesquisa do movimento, em propostas que transitaram na produção de uma dança de cunho grotesco e agressivo à uma dança mais harmônica e agradável. 

OS PRINCÍPIOS – “MUDA” apresenta o corpo como elemento reconfigurador das realidades, do em torno e do ser em si. A obra se aproxima ao conceito de acontecimento, pois pretende configurar uma situação em que o espectador perceba o quanto sua experiência (a possibilidade de mudar) depende dele próprio e dos outros. Segundo a linha de pesquisa, compreende-se dança como um campo de experimentação para novos modos de ser/estar no mundo. O corpo é um reconfigurador de realidades, e não apenas um reprodutor de hábitos e movimentos de dança. O espaço investigado é propositor de interferências e modificações. Coparticipante da dança, ele colabora para traduzir as ideias. No seu desenvolvimento, o processo criativo é conduzido com improvisações a partir de acionamentos de sistemas do corpo e da linguagem da dança, técnicas integradas e jogos compositivos. 

Entre os princípios de criação, está a “ação de mudar, ou seja, de desacostumar o corpo e suas danças”. Neste, há a adoção de estratégias para transformar movimentos e compor outras corporeidades, pesquisas do corpo em variados ambientes e situações não-usuais e/ou de desconforto: tensão e torção de diferentes partes do corpo; ida para outros planos e espaços (morro, rio, chuva, mato, areia, tronco, pedra); modificações na própria aparência (uso de roupas, acessórios, objetos e extensões corporais). É a leitura do corpo como biografia, para revisitar um mapa de registros próprios do ser vivo em consonância com escolhas e imprevistos. 

Outro princípio é a “ação de plantar(se), de botar, (re)nascer, insistir na permanência”, com estudos relacionados ao paradoxo estabilidade e instabilidade. Pesquisa movimentos na posição de cabeça para baixo, em analogia ao plantio que se desdobra num processo de enraizar-se e, ao mesmo tempo, crescer buscando o céu. Busca por alternativas de movências capazes de superar o desafio físico de manter-se em posições e estados de corpo exigentes, de grande desgaste de energia e força. Foco na não desistência. Traz experiências cinestésicas relacionadas a pequenas mortes – quedas e recuperação -, com o corpo num jogo constante com a gravidade, indo ao chão e colocando-se de pé, saltando de diferentes modos, enfrentando o esgotamento. 

O terceiro princípio de criação é a “ação de silenciar”. Nele, existe a investigação pessoal acerca das próprias vivências e acontecimentos que provocaram uma pausa, o silêncio. Fatos vividos que mudaram a vida, fizeram crescer, calaram a própria voz, além de buscas de modos capazes de atualizar estados corporais e tentativas para fisicalizar processos experenciais, radicais e inesperados de conhecimento, traduzindo antigos comportamentos. Traz a proposição de desafios físicos e emocionais gerados a partir de uma ocorrência e/ou acidente, e compreende jogos de escuta, tendo em vista que silêncio não é ausência de sons e que a pausa do corpo não é ausência de movimentos. A questão proposta é: “o que vibra quando tudo parece calar?”. É o momento de ouvir e fazer ecoar silêncios.

FICHA TÉCNICA

Direção artística: Jussara Xavier

Intérprete-criadora: Erika Rosendo 

Trilha sonora: Ricardo Ledoux 

Figurino: Ivonete Casagrande 

Cenografia: Caren Negrelli

Designer: Gabriel Silveira 

Assessoria de imprensa: Serginho Almeida

Produção executiva: Erika Rosendo e Jussara Xavier

Realização: Projeto Cultural selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

 

SERVIÇO

  • APRESENTAÇÕES

Duração aproximada: 40 min.

Classificação indicativa: Livre para todos os públicos

Pós-espetáculo: Após as apresentações, haverá um bate-papo, com intérprete de libras.

OBS: Em caso de chuva, o evento será cancelado e reagendado.

1ª APRESENTAÇÃO: Canelinha/SC

Data: 10 de maio (quarta-feira)

Horário: 14h

Local: Parque Municipal, Museu Casa Sant’Anna (Av. Joaquim José de Santana, Canelinha/SC)

 

2ª APRESENTAÇÃO: Florianópolis/SC 

Data: 11 de maio (quinta-feira)

Horário: 16h

Local: Parque da Luz (Endereço: R. Felipe Schmidt – Centro, Florianópolis/SC)

 

3ª APRESENTAÇÃO: Jaraguá do Sul/SC

Data: 27 de maio (sábado)

Horário: 16h

Local: Parque Malwee (Endereço: R. Wolfgang Weege, 770, Jaraguá do Sul/SC)  

 

4ª APRESENTAÇÃO: Garuva/SC

Data: 28 de maio (domingo)

Horário: 14h

Local: Monte Crista Espaço de Vivência (Estrada Monte Crista, s/n° Bairro Monte Crista Garuva/SC)

 

  • OFICINAS

Título: EU EM ESTADO DE DANÇA

Ministrantes: Erika Rosendo e Jussara Xavier

Carga horária: 2 horas

Vagas: 20 vagas 

Quanto: Gratuita

Modalidade: Presencial

Proposta: Desenvolvimento de processos de experimentação em dança. O trabalho técnico e criativo compõe-se a partir de/com dispositivos de descoberta e exploração do corpo em relação consigo, com o outro e com o ambiente. Um corpo que se revela e se compõe em dança. Volta-se para todos os tipos de corpos, em suas possibilidades individuais de comunicação e expressão, respeitando seus limites e possibilidades de movimento e criação. Pretende a democratização do acesso à dança e o combate de barreiras atitudinais, promovendo a inclusão por meio da crença de que todo corpo é capaz de dançar.

 

1ª OFICINA: Canelinha/SC

Data: 10 de maio (quarta-feira)

Horário: 15h

Público-alvo: crianças de 06 a 10 anos

Local: Parque Municipal, Museu Casa Sant’Anna (Av. Joaquim José de Santana, Canelinha/SC) 

 

2ª OFICINA: Joinville/SC

Data: 19 de maio (sexta-feira)

Horário: 9h às 11h

Público-alvo: Pessoas com deficiência 

Local: ACE – Associação Catarinense de Ensino / FGG – Faculdade Guilherme Guimbala (Rua São José, 490 – Anita Garibaldi – Joinville/SC)

 

3ª OFICINA: Garuva/SC

Data: 28 de maio (domingo) 

Horário: 15h às 17h

Público-alvo: Idosos

Local: Espaço de Vivência Monte Crista (Estrada Monte Crista s/n°, Bairro Monte Crista, Garuva/SC)

  • Informações e inscrições: 

WhatsApp: (47) 9625-4114

Instagram: @erirosendo

E-mail: erikarosendo@hotmail.com

 

SOBRE AS ARTISTAS – A parceria entre Erika Rosendo e Jussara Xavier teve início em 2008, com o espetáculo solo “Auto-retrato”, seguido da série de performances “Retrato do Outro” (2009) e o espetáculo “Nós – acontecimentos da dança e vida contemporânea” (2011). Com esta trilogia autoral, concebida e dirigida por Jussara, Erika dançou no “Circuito Projeto Repertórios” (SESC-SC). “Auto-retrato” circulou em importantes eventos, como o “Encontro Nacional de Dança Contemporânea” (Natal/RN, 2014), o “Projeto Primeiros Passos” (SESC/SP, 2009) e ainda, a Mostra Contemporânea de Dança do Festival de Dança de Joinville (2008). 

ERIKA ROSENDO – Nasceu em Natal/RN. Atua na área artística como bailarina, Intérprete, criadora, professora, ensaiadora e assistente de direção. É Formada em Balé Clássico pela Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão – EDTAM (2000) e em Dança Contemporânea pela Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (2007). Integrou o corpo docente da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, ministrando aulas de Dança Contemporânea, Composição Coreográfica e Danças Populares Brasileiras (2010 a 2013). É intérprete e criadora de uma trilogia de espetáculos solo “Auto-retrato” (2008), “Retrato do outro” (2009) e “Nós – Acontecimentos da dança e vida contemporânea” (2011), com direção de Jussara Xavier. Integrou a programação do TANZWOCHE Dresden (Alemanha), Aldeia Palco Giratório (SC), Primeiros Passos (SP), Encontro Nacional de Dança Contemporânea (RN), Múltipla Dança (SC) e Mostra de Dança Contemporânea, no 28° Festival de Dança de Joinville (SC). Atuou como bailarina e coreógrafa da AMA Cia. de Dança, com direção de Amarildo Cassiano, em Joinville. Dentre as premiações adquiridas na sua trajetória, recebeu o prêmio de Melhor Bailarina no 26° Festival de Dança de Joinville em 2008, com a coreografia “Em Solo”, de sua autoria. Em Belo Horizonte (MG), atuou como professora de Dança Contemporânea na escola do Grupo Corpo/Corpo Escola de Dança, e foi ensaiadora do Grupo Sala B, dirigido por Fernando de Castro. Atuou como bailarina do Grupo Primeiro Ato, com direção de Suely Machado, e integrou a equipe de professores do Primeiro Ato Centro de Dança. Colabora como ensaiadora e assistente de direção da Paraopeba Cia. de Dança e Cia. Jovem de Paraopeba, com direção de Alan Keller. Integra o Coletivo MINA, com os parceiros Maxmiler Junio e Alan Keller. É corresponsável pelo Espaço de Vivências Monte Crista, situado em Garuva/SC, onde reside, promove eventos e ações culturais. Página: https://www.instagram.com/trajetoria.em.solo/ 

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