Durante todo o ano letivo, as unidades educativas da rede municipal de ensino de São José trabalham sobre a história e a cultura afro-brasileira e indígena. Para fortalecer essas atividades, a equipe da Educação para as Relações Étnico-Raciais (Erer) – da Secretaria Municipal de Educação – realizou nesta quinta-feira (7) formação na Casa do Educador.
Profissionais da educação dos Centros de Educação Infantil (CEIs) e dos Centros de Educação Municipal (CEMs) participaram, compondo um grupo de trabalho que se reunirá mensalmente. “A educação antirracista é uma responsabilidade de todos nós. Com essas formações e demais atividades, buscamos multiplicar essas informações na rede municipal, incentivando práticas pedagógicas e contribuindo com conteúdos a serem abordados”, explicou a coordenadora da Erer, Rosa Silveira.
Na formação, os profissionais aprofundaram os conhecimentos sobre as principais leis sobre o assunto; conheceram as atribuições da equipe da Erer; fluxo para encaminhamento de situações (via formulário do programa Emfrente) e exploraram itens do acervo bibliográfico e materiais pedagógicos, disponíveis nas unidades.
Com a proximidade do Dia Internacional da Mulher nesta sexta-feira (8), a equipe da Erer enfatizou a história e as conquistas da catarinense Antonieta de Barros; e demonstrou como abordar o assunto, sugerindo atividades com o livro “Antonieta”, escrito por Eliane Debus e ilustrado por Annie Ganzala.
A programação incluiu performance musical de saxofone com o músico negro colombiano Fernando Cabrera – uma abordagem que visa quebrar estereótipos -, além da distribuição de cartazes com orientações a serem fixadas nas unidades escolares. Os participantes degustaram de cocada, uma culinária típica africana, produzida pela própria equipe da Erer.
As atividades integram o projeto Novembro É Todo Dia, desenvolvido desde o ano passado na rede municipal de ensino de São José.
Para a auxiliar de sala do CEI Ana Sperandio Battisti, Fabiana de Lima Pereira, o projeto é oportunidade para fortalecer as práticas e os conhecimentos, levando a discussão e as propostas para toda a comunidade escolar. “Todos nós precisamos abraçar esse projeto para que tenha força, e assim fazermos realmente um trabalho diferenciado na rede, onde prevaleça o respeito”, citou.
Ao final, os participantes compartilharam, na Caixa Nossa Voz, sugestões e reflexões sobre as perspectivas para o trabalho neste ano letivo. A professora Carla Coelho, do CEI Maria de Lourdes Bott Phillipi, escreveu um poema, que emocionou o grupo:
Ubuntu: Eu sou porque nós somos
Eu quero aprender
O som da tua cor
A cor da tua fé
A fé da tua gente
Eu quero compreender
O amor de todo som
A alegria de todas as cores
O respeito a toda fé
Eu quero acreditar
Que o mundo pode ser diferente
Que se pode aprender a amar
E respeitar a toda gente
Todo som, toda cor, toda fé
Todo ser é importante
Não podemos mais
ficar indiferentes.