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Hospitais da Rede Ebserh na Região Sul adotam boas práticas e soluções sustentáveis

Energia solar, aproveitamento e realocação de materiais entre hospitais da Rede, convênio com cooperativa de catadores e critérios específicos para compras são exemplos de ações para fomentar a preservação ambiental

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A partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (Suécia) em 1972, o dia 5 de junho foi estabelecido como Dia Mundial do Meio Ambiente. A data faz referência ao dia de abertura da conferência de Estocolmo, e passou a ser oficialmente comemorada em 1974. Em quase meio século, muitas ações e campanhas já possibilitaram mais informação e conhecimento, porém, na prática, é como se a humanidade estivesse numa corrida contra o tempo.

Para contribuir com a preservação ambiental, boas práticas e ações que buscam a sustentabilidade vêm sendo desenvolvidas em muitos dos 41 hospitais universitários vinculados à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Na Semana Mundial do Meio Ambiente, conheça algumas ações desenvolvidas pelos hospitais universitários na Região Sul.

HE-UFPel

O Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel) conta com sistema de captação de energia solar para geração de energia, com placas solares instaladas nos dois prédios principais, a partir de um investimento de aproximadamente R$ 1,2 milhão, em recursos oriundos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf). A instalação das placas solares no Bloco 3 foi concluída em junho de 2022 e no prédio do Hospital Escola, em maio deste ano.

Os sistemas do Bloco 3 e Hospital Escola geram, respectivamente, 50% e 17% dos seus consumos de energia, com produção estimada de 400MWh/ano, que correspondem a aproximadas 35,9 toneladas de CO2/ano, o equivalente ao plantio de 221 árvores por ano. O tempo de retorno financeiro está estimado em 5,5 anos.

De acordo com o chefe da Divisão de Logística e Infraestrutura Hospitalar do HE-UFPel, Eduardo Albuquerque, a iniciativa de implantar o sistema foi motivada pela possibilidade de geração de energia limpa, representando uma redução do impacto ambiental do hospital, bem como pela viabilidade financeira, aliviando o custeio da instituição.

No Bloco 3, o HE-UFPEL conta ainda com um sistema de captação e reaproveitamento das águas pluviais, utilizado para descarga de bacias sanitárias e mictórios. O sistema foi projetado juntamente com o prédio e, embora não haja mensuração da economia gerada, é um sistema ambientalmente adequado e sustentável.

Para breve, está prevista ainda a adoção de lixeiras específicas para material reciclável, que serão distribuídas nos prédios administrativos.

HU-Furg

No Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. Da Universidade Federal do Rio Grande (RS), uma ação implementada no segundo semestre de 2021 envolveu a cooperação entre duas unidades da Rede Ebserh. Trata-se do aproveitamento no HU-Furg do enxoval que ficaria em desuso no Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), por conta da licitação de um serviço integrado.

O novo contrato do CHC-UFPR inclui prestação de serviço, de fornecimento de enxoval limpo, com mão de obra para distribuição e coleta (camareiras) e rastreabilidade por RFID (sigla em inglês para identificação por radiofrequência). Com essa modalidade de contratação integrada, o enxoval que ficaria em desuso no CHC-UFPR foi disponibilizado para reaproveitamento dentro da Rede Ebserh.

Como o HU-Furg tinha déficit de enxovais, e recursos limitados para a aquisição de novos itens, o momento foi oportuno para fazer essa realocação, e ainda com a possibilidade de qualificar e padronizar o enxoval devido à grande quantidade ofertada.

Foram disponibilizadas 60 mil peças de enxoval, incluindo conjuntos privativos, campos cirúrgicos, aventais, capotes, pijamas hospitalares, toalhas e lençóis, com investimento de R$ 19.380,00 pelo HU-Furg, para o transporte do material.

Como os enxovais estavam com a logomarca do CHC-UFPR, foi realizada uma parceria com o grupo de costureiras “Mulheres Daqui”, incubado pelo Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (Nudese), da Universidade Federal do Rio Grande, beneficiando mulheres em vulnerabilidade econômica, de baixa renda, sem emprego e em período da pandemia.

O primeiro lote colocado em uso, com 14.500 peças, supriu uma demanda de reposição para as Unidades de Tratamento Intensivo Adulto, Pediátrica e Neonatal, para o Centro obstétrico e para o CME. O valor estimado para compra dessas 14.500 peças de enxoval hospitalar seria de aproximadamente R$ 500 mil.  Com a doação, o custo aplicado foi de aproximadamente 5% desse valor.

“Do ponto de vista ambiental, a reutilização de materiais de enxoval hospitalar reduz o desperdício e a necessidade de produção de novos itens, o que resulta em uma menor demanda por recursos naturais. Além disso, ao evitar o descarte prematuro de materiais que ainda podem ser utilizados, reduz-se a quantidade de resíduos que vão parar em aterros sanitários ou que precisam ser incinerados, diminuindo o impacto negativo no meio ambiente. Ao adotar práticas sustentáveis e de reutilização, o hospital também obtém benefícios econômicos, reduzindo os custos de aquisição de novos itens, permitindo que os recursos financeiros sejam direcionados para outras áreas da saúde. Nesse caso em particular, há impactos diretos na qualidade do atendimento aos pacientes, pois, ao garantir que os materiais estejam disponíveis em quantidade adequada e em bom estado, é possível melhorar a eficiência operacional e a qualidade dos serviços prestados”, avalia a chefe do Setor de Hotelaria Hospitalar do HU-Furg, Alexandra rocha Rodrigues.

HU-UFSC

No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), as ações e boas práticas sustentáveis vêm sendo desenvolvidas sistematicamente desde 2019, a partir do Planejamento Estratégico da instituição. Um exemplo foi a redução no consumo de água, registrado no ano de 2021.

Foi um trabalho de diagnóstico e intervenções na rede hidráulica, que permitiu a redução do consumo de água em 41% sem afetar as atividades do hospital, gerando uma economia de R$ 1,2 milhão. Essa ação rendeu, inclusive, o Troféu Iniciativa de Valor, na categoria “Ser sustentável para cuidar sempre”, entre os hospitais da Rede Ebserh.

Desde 2019, também, está em curso a campanha pela utilização de copos e canecas não descartáveis, buscando reduzir um custo financeiro que chegava a mais de R$ 29 mil/mês apenas com copos plásticos, sem contar o impacto ambiental gerado pelo descarte desse material.

O HU-UFSC também faz a destinação ambientalmente adequada dos resíduos perigosos (infectantes e químicos), e recebe todos os anos o Selo de Gestão Responsável de Resíduos, emitido pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA).

Ainda com relação à gestão de resíduos, o HU-UFSC destina cerca de 2,5 toneladas mensais de resíduos recicláveis a Associação de Recicladores Esperança (Aresp), gerando renda para mais de 20 famílias de catadores de Florianópolis.

As ações ambientalmente sustentáveis são uma preocupação também no setor administrativo do hospital. Na Unidade de Compras e Licitações, por exemplo, todos os processos de aquisições e serviços preveem, nos termos de referência elaborados pelas áreas requisitantes, normativas essenciais para as contratações públicas, prevendo critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras.

Tais processos, dependendo das exigências e especificidades de cada situação, também costumam especificar que “deve ser dada prioridade aos produtos reciclados e recicláveis, sempre que possível e no que couber, bem como devem ser utilizados critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis”.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 41 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

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